Supermercados vão poder voltar a vender roupa e brinquedos. Medida permite “regresso à normalidade”
Com a reabertura das portas das lojas até 200 metros quadrados, supermercados voltam a poder vender bens interditos.
Com a reabertura de mais lojas, na segunda fase do desconfinamento, a partir de segunda-feira, os super e hipermercados vão poder voltar a vender produtos como vestuário, brinquedos e equipamentos desportivos, o que é “mais um passo no regresso à normalidade”. A venda destes bens tinha sido impedida para não levar a concorrência desleal para com os estabelecimentos que tinham de estar encerrado.
“Os estabelecimentos que vendiam produtos e deixaram de poder vender para não fazerem concorrência desleal aos que estavam fechados vão passar a poder vender os mesmos bens que passaram a poder ser vendidos na via pública”, disse António Costa, na conferência de imprensa após o Conselho de Ministros.
A Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED) sublinhou, ao ECO, que o impacto da medida “foi bastante grande, na medida em que estas categorias de produtos podem representar 30% ou mais de espaço em loja”. “À perda de faturação proporcional ao espaço ocupado em loja acresce ainda o investimento que os operadores tiveram de fazer a nível operacional para condicionar o acesso dos consumidores aos referidos bens”, notou o diretor-geral da APED, Gonçalo Lobo Xavier.
Para além disso, “esta medida levou a que consumidores recorressem a plataformas de venda online estrangeiras, penalizando as empresas nacionais, não só ao nível de produção e operação, como também ao nível fiscal, dado que não conseguem concorrer com gigantes internacionais de e-commerce, onde, aí sim, há concorrência desleal”, reitera a associação.
Agora, a APED espera que as novas medidas, a entrar em vigor a 5 de abril, ofereçam “condições para que grande parte dos seus associados do retalho especializado possam retomar a sua operação, depois de estarem fechados durante tanto tempo com prejuízos avultados, e que o retalho alimentar retome a sua normalidade”.
Os supermercados deverão assim notar um aumento nas vendas destas categorias. Por um lado, o Continente tinha já na loja online “um canal privilegiado para que os clientes pudessem fazer as suas compras, incluindo de artigos cuja venda foi proibida em loja física”, segundo notou fonte oficial da Sonae MC, ao ECO.
Isto já que o “aparecimento repentino da pandemia, e períodos de confinamento, tiveram como resultado alterações no comportamento dos consumidores”, o que “exigiu um processo de transformação muito rápido da capacidade de servir, com impacto em inúmeros processos ou equipamentos, em ambiente de forte incerteza”, explicou a retalhista.
Ainda assim, “apesar do e-commerce ter ganho muitos novos clientes nos últimos meses e já ser uma alternativa para adquirir os produtos que estavam proibidos em loja, a retoma das vendas nas lojas físicas representa mais um passo no regresso à ‘normalidade’”, sinalizam. É, assim, “expetável que a venda de algumas destas categorias aumente, face ao período em que a sua venda estava restrita”.
APED pede reabertura de mais lojas com espaço limitado
A segunda fase do desconfinamento prevê a reabertura das lojas com porta para a rua com menos de 200 metros quadrados. A APED sinaliza que a medida é positiva, mas pede que se possam abrir as lojas maiores mas limitando o espaço a 200 metros quadrados, como já aconteceu no desconfinamento do ano passado.
“Temos bastantes associados do retalho especializado que vão poder abrir algumas das lojas”, pelo que esta medida “já é um sinal de esperança”, aponta Gonçalo Lobo Xavier, ao ECO. “Já estamos satisfeitos que o plano esteja a ser cumprido como planeado e já dá alguma esperança para olhar para os meses de abril e maio com mais otimismo”.
No entanto, a associação aponta que uma solução boa para esta altura também seria que “lojas superiores a 200 metros quadrados pudessem confinar espaço para poderem vender e receber clientes”, o que foi possível fazer no desconfinamento de maio. “Se puderem limitar espaço disponível, assim podiam ter já alguma atividade”, salientou o diretor geral da APED.
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