Ransomware cresce 400%. É principal risco cibernético nos seguros
Relatório da Aon analisa ainda risco de terceiros e regulamentação. ECO Seguros vai realizar Webinar “Seguros no combate aos riscos cibernéticos”, a 7 de maio, que pode acompanhar em direto.
O ransomware tornou-se “o principal risco para seguradoras e segurado,” registando em todo o mundo um aumento de 400% em episódios de ataque cibernético entre o 1º trimestre de 2018 e o quarto trimestre do ano passado, revela o 2021 Cyber Security Risk Report, divulgado pela Aon.
Aferindo “ainda escassa capacidade de resposta das empresas” inquiridas face a este tipo de ameaça, avança que “apenas 31% das empresas afirma ter medidas de resiliência de negócio adequadas ao risco de ransomware”. O relatório anual de Risco de Segurança Cibernética aponta outros três riscos cibernéticos igualmente preocupantes, quer para as empresas visadas, quer para o setor segurador: a rápida evolução digital, o risco proveniente de terceiros, e a regulamentação.
Sobre o primeiro dos três, as conclusões do estudo da consultora global de risco demonstram que apenas duas em cada cinco organizações estão preparadas a enfrentar ameaças emergentes da rápida transformação digital. Segundo o CyberQuotient Evaluation (CyQu) da Aon, uma métrica que avalia a maturidade do risco cibernético em diferentes domínios das empresas, o mercado demonstra ainda alguma fragilidade ao nível da segurança de aplicações (apenas 17% dos inquiridos assume assegurar esta componente adequadamente), e ao nível do home office, com 40% das empresas a adotar novas políticas de gestão deste novo risco.
Marcos Oliveira, Cyber Solutions Manager da Aon Portugal, afirma que o cenário é preocupante: “À medida que assistimos ao avançar do processo de transformação digital de diversas organizações globais, e com base nos dados presentes neste novo estudo, conseguimos visualizar que estas mesmas empresas estão ainda longe de uma total resiliência face aos riscos do mundo cyber. (…) Importa perceber que quanto mais avançamos no caminho da evolução digital, maiores e mais frequentes serão os riscos cibernéticos que iremos enfrentar, e por isso é crucial que as empresas desenvolvam uma estratégia de gestão do risco capaz de, mais do que responder ao risco, antecipá-lo.”
Relativamente ao risco proveniente de terceiros, o estudo revela que as organizações não estão prontas para avaliar e gerir estes riscos – só uma em cada cinco organizações relata ter adotado medidas de gestão de terceiros adequadas que objetivam supervisionar fornecedores. Já ao nível da regulamentação, o risco prende-se, sobretudo, ao nível da proteção de dados sensíveis, fator de grande relevo desde a implementação da política de RGPD em Portugal, mas que ainda assim “menos de duas a cinco organizações a nível mundial referem ter níveis adequados de preparação para a segurança de dados”.
Numa análise aos diferentes setores de atividade, o 2021 Cyber Security Risk Report revela que aqueles que são historicamente vistos como agregadores de dados, bem como as instituições financeiras e empresas de tecnologia, media e telecomunicações, “são as que apresentam um desempenho superior à média global” da indústria na análise dos quatro riscos cibernético. No caso das instituições financeiras, “estas estão permanentemente sob vigilância constante dos reguladores e das leis de privacidade de dados, sendo este um setor experiente quando se trata da ameaça do risco cibernético”.
A mudança para o trabalho remoto trouxe uma nova realidade para estes players: gerir e mitigar vulnerabilidades imprevistas. Por sua vez, os setores da tecnologia, media e telecomunicações estão a aumentar o foco na segurança cibernética, que se pode justificar pelas ameaças recentes de grande proporção que expõem vulnerabilidades em sistemas operacionais globais e cadeias de parceiros.
Ao nível das soluções, o relatório aponta vários caminhos, conforme o risco em questão, mas existe uma estratégia que converge quer ao nível dos riscos cibernéticos, quer em relação a outras ameaças com potencial de impactar os negócios: é essencial identificar os riscos e ameaças cibernéticas; mitigar os riscos de acordo com as melhores práticas de segurança cibernética; preparar-se e estar pronto para novos incidentes; considerar qual a parte do risco a transferir do balanço patrimonial através dos seguros, e, seguidamente, analisar as políticas atuais e disponíveis para garantir que novos riscos são cobertos.
Por fim, a Aon Portugal identifica aqueles que são considerados pelas empresas os riscos mais críticos no futuro: a inteligência artificial, os pagamentos alternativos, os planos de reforma, as cadeias de fornecimentos de tecnologia e a dark web.
Sobre esta previsão, Marcos Oliveira esclarece: “Ainda que o futuro seja incerto ao nível do risco cibernético, uma vez que a evolução tecnológica avança à velocidade da luz, as organizações têm agora a oportunidade de se preparar para o amanhã (…). Novos riscos surgem diariamente e a monitorização dos mesmos é essencial, assim como conhecer os riscos que maior impacto podem trazer ao negócio, colocando os dados das organizações a descoberto.”
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