Berlim autoriza uso de vacina da Johnson & Johnson em menores de 60 anos
O ministro da Saúde alemão, Jens Spahn, diz que esta foi a decisão que tomou em conjunto com os responsáveis dos 16 estados federados.
A Alemanha recomenda a vacina da Johnson&Johnson contra o novo coronavírus a partir dos 60 anos, mas permitirá o seu uso em pessoas abaixo desta idade após consulta médica e decisão pessoal.
O ministro da Saúde alemão, Jens Spahn, explicou esta segunda-feira que esta foi a decisão que tomou em conjunto com os responsáveis dos 16 estados federados, acatando a recomendação da Comissão Permanente de Vacinação (Stiko) do Instituto Paul Ehrlich (PEI).
Na sua opinião, é “razoável” abrir também a possibilidade de pessoas com menos de 60 anos serem vacinadas contra a covid-19 com essa vacina, que requer apenas uma dose.
Esta é uma decisão similar à tomada em relação à vacina da AstraZeneca, outro medicamento em que foram relatados coágulos sanguíneos como efeitos colaterais “muito raros”.
Spahn argumentou que a maior parte dos lotes da vacina da Johnson&Johnson destinada à Alemanha chegará a partir de junho e que até lá uma grande maioria das pessoas com mais de 60 anos já estarão vacinadas, pelo que o lógico é permitir o seu uso em pessoas mais jovens que não foram ainda imunizadas.
De acordo com os últimos dados do Ministério da Saúde alemão, mais de 60% das pessoas com 60 anos ou mais já estão vacinadas. Além disso, até ao final de junho, a Alemanha espera receber cerca de oito milhões de doses da vacina da Johnson&Johnson, de acordo com o compromisso do fabricante.
No entanto, Spahn enfatizou que a administração da vacina da Johnson&Johnson em pessoas com menos de 60 anos deve ser realizada somente após uma explicação médica dos efeitos colaterais “sérios, mas muito raros” que esta vacina pode ter e depois uma decisão pessoal.
Os Estados Unidos suspenderam temporariamente o uso da vacina após a deteção de efeitos colaterais, mas a Agência Europeia de Medicamentos (EMA) decidiu manter a sua recomendação, considerando que os casos são “muito raros”.
Questionado sobre a possibilidade de a vacina AstraZeneca também ter uma doença nervosa como efeito colateral muito raro, Spahn indicou que o sistema de deteção alemão funciona bem e que no momento não há dados para alterar a recomendação para esta vacina.
Tendo em conta os bons dados sobre a evolução da terceira vaga da pandemia no país, o ministro da Saúde preconizou o início do processo de desconfinamento “quando for possível”, mas alertou para um possível “excesso de confiança”.
A incidência acumulada nos últimos sete dias foi de 119,1 casos positivos para 100 mil habitantes, em comparação aos 146,9 casos da última segunda-feira, e após registar 6.922 novas infeções e 54 óbitos nas últimas 24 horas.
Segundo dados do Ministério da Saúde alemão, 32,3% da população recebeu a primeira dose da vacina contra o novo coronavírus e 9,1% recebeu as duas doses da vacina.
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