Costa considera que “forte relação” entre Portugal e Alemanha tem sido “muito proveitosa”

  • Lusa e ECO
  • 22 Maio 2021

"A forte relação entre Portugal e a Alemanha tem sido muito proveitosa para o conjunto da União Europeia", sublinhou o primeiro-ministro, António Costa.

O primeiro-ministro considerou, este sábado, que “a forte relação” existente entre Portugal e a Alemanha tem sido “muito proveitosa” para o conjunto da União Europeia, alegando que, sendo países diferentes, apresentam em comum “o espírito europeu”. Esta posição foi transmitida por António Costa numa conferência de imprensa conjunta com o vice-chanceler e ministro das Finanças germânico, Olaf Scholz, em São Bento.

“A forte relação entre Portugal e a Alemanha tem sido muito proveitosa para o conjunto da União Europeia. Sendo países com dimensões diferentes, com estruturas económicas diferentes e posicionados em pontos geográficos também diferentes no continente, Portugal e a Alemanha têm uma longa tradição de trabalho em conjunto, de compreensão mútua e de um comum espírito europeu“.

Perante os jornalistas, logo na sua declaração inicial, o primeiro-ministro português começou por fazer um elogio ao candidato dos sociais-democratas alemães à sucessão de Angela Merkel nas próximas eleições gerais na Alemanha, considerando que a ação de Olaf Scholz como vice-chanceler e ministro das Finanças tem feito “a diferença na União Europeia”.

“Tivemos os dois a oportunidade de trabalhar de forma estreita no esforço que a Europa fez para responder à pandemia da Covid-19. Além da dimensão dramática que teve no plano da saúde, a pandemia da Covid-19 produziu também uma crise económica muito dura. E Olaf Scholz teve um papel decisivo para que a União Europeia respondesse de uma forma diferente face às respostas que deu nas crises anteriores“, sustentou o líder do executivo português.

António Costa especificou depois que o atual vice-chanceler alemão esteve envolvido na resposta de emergência à crise provocada pela Covid-19 com a adoção de “três linhas de financiamento para apoiar os Estados-membros, as empresas e, sobretudo, o emprego, através do programa SURE”.

“Também esteve depois no desenho do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) que está agora a chegar à fase da sua implementação”, completou, antes de Olaf Scholz fazer o elogio da presidência portuguesa do Conselho da União Europeia.

A Europa precisa de uma resposta comum a esta crise. Foi mesmo crucial termos conseguido envolver os 27 Estados-membros. Estamos a dar uma resposta orçamental forte a esta crise, tendo em vista proporcionar um crescimento económico forte no período pós-pandemia. Estamos a salvar empregos e o programa SURE, que constituiu uma das primeiras respostas à crise, permitiu manter os postos de trabalho, fazendo a diferença no combate ao desemprego”, defendeu o “numero dois” do Executivo germânico.

Depois, deixou uma mensagem de elogio ao Governo português: “Estou muto agradecido à atual presidência do Conselho da União Europeia por ter pressionado tanto para que a resposta europeia à crise aconteça agora“. “Temos pela frente um cenário muito otimista para a Europa. Na minha opinião, devemos continuar neste caminho”, acrescentou Olaf Scholz.

Costa: Em Portugal estamos todos reconciliados com o euro

O primeiro-ministro defendeu este sábado que em Portugal os cidadãos estão reconciliados com o euro e apontou que a resposta atual da União Europeia à crise da Covid-19 é exemplo de uma estratégia de “recuperação sã, sem austeridade”.

António Costa falava, depois de confrontado com críticas do Bloco de Esquerda e PCP no sentido de que o Governo não executa os orçamentos por causa das regras de disciplina financeira impostas pela pertença de Portugal à zona euro. “Em Portugal, esse debate está ultrapassado. Estamos todos reconciliados com o euro e espero que estejamos todos reconciliados com a ideia de que a austeridade não é o caminho a seguir”, reagiu o líder do executivo português.

Também para reforçar a sua tese, António Costa alegou que “a resposta que a União Europeia está a dar nesta crise provocada pela Covid-19 demonstra bem que é possível termos uma recuperação sã, sem recurso à austeridade“.

“Há seis anos uns diziam-nos que para nos mantermos no euro tínhamos de seguir a austeridade e outros diziam-nos que se rompêssemos a austeridade tínhamos de sair do euro. Conseguimos demonstrar que é possível estar no euro, ter regras de finanças públicas sãs, e ter capacidade de investimento e boas políticas sociais”, disse.

António Costa referiu ainda que o atual Governo “tem demonstrado como é possível compatibilizar finanças públicas sãs com uma política social forte, com um aumento significativo do investimento público, em particular em áreas fundamentais para o reforço do Serviço Nacional de Saúde, da educação, da ciência e para o combate às alterações climáticas”.

“Antes da crise provocada pela Covid-19, conseguimos chegar a ter o primeiro excedente orçamental da história da nossa democracia. Conseguimos fazer isso virando a página da austeridade”, reforçou. Um ponto em que o vice-chanceler alemão pegou para “elogiar o percurso económico e financeiro de Portugal nos últimos anos”. “Foi mesmo uma história de sucesso, quer do lado orçamental, quer dos lados do investimento e da coesão social”, declarou o Olaf Scholz, também ministro das Finanças da Alemanha.

(Notícia em atualizada às 16h24 com mais atualização)

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