Receitas da Altice Portugal crescem 5% com país confinado
Negócio cresceu durante o novo confinamento. Investimento também aumentou, mas Alexandre Fonseca alerta que a falta de "visão estratégica nacional para o setor" ameaça futuros investimentos.
A Altice Portugal fechou o primeiro trimestre com receitas de 549,1 milhões de euros. Apesar de ter sido um período marcado por um novo confinamento por causa da pandemia, a dona da Meo conseguiu aumentar os proveitos, beneficiando do desempenho dos diferentes segmentos de negócio. O EBITDA caiu, mas o compromisso com o investimento mantém-se, apesar das críticas ao processo do 5G.
A “resiliência da Altice Portugal ficou mais uma vez demonstrada pelo crescimento homólogo das receitas de 5,1%“, diz a empresa em comunicado. “Para tal, foi decisiva a evolução crescente e ininterrupta da base de clientes e de serviços da empresa, quer no negócio fixo, quer no negócio móvel”.
Apesar do aumento das receitas, o EBITDA caiu. “O EBITDA apresentou um decréscimo homólogo de -2,8%, fixando-se em 204,3 milhões de euros”, valor que ficou “em linha com as previsões” da empresa liderada por Alexandre Fonseca.
“A curva evolutiva da receita foi acompanhada pelo incremento de custos diretos e comerciais para suportar níveis elevados de crescimento quer da base de subscritores, quer da diversificação de portfólio, apesar da continuada disciplina de controlo dos custos operacionais”, explica a operadora de telecomunicações.
Investimento acelera. Supera os 100 milhões
A Altice Portugal manteve o “seu compromisso com o Investimento” neste primeiro trimestre “marcado por um novo confinamento total”. Revela que o Capex atingiu os 111,3 milhões de euros, um crescimento homólogo de 6,8%” face ao mesmo período do ano passado.
Em resultado deste investimento, no “final de março de 2021, a Altice Portugal expandiu a sua rede de fibra ótica em 97 mil casas, das quais 73 mil foram realizadas na rede da FastFiber, encerrando o primeiro trimestre do ano com um total de 5,7 milhões de casas passadas”, de norte a sul do país, mesmo em territórios menos rentáveis.
“Sempre defendemos a igualdade de oportunidades, sem discriminação social ou de territórios, e por isso mantivemos a nossa estratégia de levar fibra ótica a todos os Portugueses”, diz Alexandre Fonseca, no mesmo comunicado.
Futuro comprometido por causa do 5G
Alexandre Fonseca revela estar comprometido em investir no país. E um dos investimentos mais relevantes será feito nas redes de quinta geração, processo que está atrasado. O CEO da Altice Portugal, que tem sido audível nas suas críticas à forma como o leilão do 5G está a ser gerido, aproveita a apresentação de contas para deixar alertas. Diz que pode rever a aposta em Portugal.
"A forma como está a ser conduzido um dos dossiês mais importantes dos últimos tempos para o futuro e competitividade da economia, colocam Portugal na cauda da Europa, como um dos três únicos países sem serviço comercial 5G.”
“Apesar deste investimento ímpar que coloca Portugal como líder mundial na cobertura de redes FTTH (fiber to the home), o futuro do país encontra-se comprometido, com o atraso do leilão do 5G que se arrasta no tempo, há mais de três meses, mais precisamente 100 dias úteis de leilão em Portugal”, refere.
“O ambiente regulatório adverso e imprevisível e a forma como está a ser conduzido um dos dossiês mais importantes dos últimos tempos para o futuro e competitividade da economia, colocam Portugal na cauda da Europa, como um dos três únicos países sem serviço comercial 5G“.
“Este quadro regulatório sem precedentes, agravado pela ausência de visão estratégica nacional para o setor, é grave e preocupante, tendo já consequências irreversíveis a nível económico, social e tecnológico, pondo mesmo em causa a manutenção dos nossos compromissos com o país na inovação e investimento“, diz. Neste sentido, acrescenta: “teremos de analisar todos os cenários para que, com responsabilidade, possamos proteger a sustentabilidade da empresa dos impactos dos quais esta e o próprio setor têm sido alvo”.
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