Comissão espera pelo fim das moratórias em Portugal para perceber impacto da crise na banca
A Comissão Europeia assume que há o risco do crédito malparado subir quando as medidas temporárias de apoio forem progressivamente retiradas.
A análise da Comissão Europeia à economia portuguesa tanto tem um lado positivo como um lado negativo. Por um lado, tanto o PIB como as contas públicas deterioraram-se significativamente em 2020 por causa da pandemia. Por outro lado, ambos vão recuperar à medida que a crise pandémica vai sendo ultrapassada. Quanto à banca, a chave está no fim das moratórias.
“Portugal tem desequilíbrios“, nota a Comissão Europeia esta quarta-feira no pacote de primavera com recomendações para os países, explicando que as vulnerabilidades estão ligadas à dívida externa, à dívida pública e privada e ao crédito malparado, o qual “continua alto” em termos europeus. Em cima disto tudo, a economia portuguesa tem “um crescimento baixo da produtividade”.
Ainda assim, os peritos de Bruxelas referem que a economia portuguesa até vai recuperar mais rapidamente do que o previsto anteriormente, “cerca de meio ano antes”. Porém, “o impacto da crise da Covid-19 no turismo é importante, incluindo no futuro próximo”, lembra, referindo que as contas externas fecharam em terreno negativo em 2020 por causa da quebra nesse setor.
No caso do setor bancário, a Comissão diz que “se manteve resiliente, ajudado pelas medidas de apoio económico e particularmente a moratória nos pagamentos das dívidas”. Os peritos reconhecem que o crédito malparado “até baixou” em 2020, mas “o desempenho real [da banca] só irá ser claro quando as moratórias expirarem”, o que acontece em setembro deste ano, caso não existe um novo prolongamento.
A ideia geral da avaliação da Comissão é que tudo piorou no ano passado por causa da pandemia, tal como era esperado, mas que vai melhorar já em 2021. A exceção é a banca onde a incerteza relacionada com as moratórias recomenda cautela nas conclusões. “O crédito malparado arrisca-se a subir quando as medidas temporárias de apoio forem progressivamente retiradas“, diz o executivo comunitário.
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