DBRS alerta que cheque do Fundo de Resolução não resolve problemas de capital do Novo Banco
A agência de rating considera que o cheque de 317 milhões que o Novo Banco recebeu do Fundo de Resolução "não elimina a incerteza sobre o capital" da instituição.
O Novo Banco recebeu mais um cheque de 317 milhões de euros do Fundo de Resolução, mas esse dinheiro não é suficiente para “eliminar a incerteza” à volta do capital da instituição, considera a DBRS. A agência de notação financeira nota que a qualidade dos ativos que o banco tem é fraca, apesar das limpezas que têm sido feitas, e que é fundamental melhorar os rácios de capital para uma eventual subida do rating da instituição.
Numa nota enviada esta quarta-feira, a DBRS afirma que os 317 milhões recebidos pelo Novo Banco a 4 de junho ficaram abaixo dos 429 milhões que estavam previstos e dos 598,3 milhões previstos inicialmente no Acordo de Capital Contingente (CAA). “A diferença entre os 429 milhões do CCA e os 429 milhões determinados pelo Fundo de Resolução reflete, principalmente, o impacto de capital de 147,4 milhões de euros das provisões feitas para a descontinuação das operações do banco em Espanha“, diz a agência.
Além disso, continua a DBRS, como consequência de um “cheque” mais baixo, os rácios de CET1 e de capital total faseados do Novo Banco no final do primeiro trimestre de 2021 diminuíram, respetivamente, para 10,9% e 12,8%. Assim, a agência considera que é necessário “mais suporte de capital”.
Os lucros de 70,7 milhões reportados no primeiro trimestre de 2021 são positivos, mas há aspetos a ter em atenção. “Esse nível de rentabilidade pode ser difícil de manter no ambiente atual. Apesar da redução significativa de seus ativos, a qualidade dos ativos do banco continua fraca, com um rácio de malparado de 8% no final do primeiro trimestre de 2021″, lê-se.
Posto isto, a DBRS avalia atualmente o rating de longo prazo do Novo Banco em B (alto), mas “com uma tendência negativa”. A agência de notação afirma que “melhorar a posição de capital é um fator chave para o rating”. “Portanto, a DBRS Morningstar continuará a analisar os desenvolvimentos em torno do CCA e do suporte de capital, bem como quaisquer outras implicações para a estratégia e balanço patrimonial do banco”, remata.
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