Banca tem 3,2 mil milhões de euros em moratórias dados como malparado
Para antecipar eventuais problemas com o fim das moratórias, a banca já tinha colocado de lado quase 1,4 mil milhões de euros para cobrir estes NPL.
Os bancos tinham cerca de 3,2 mil milhões de euros de empréstimos em moratória classificados como malparado no final de 2020, sendo que as empresas respondiam por 81% desses NPL (non performing loans).
Por outro lado, para antecipar eventuais problemas com o fim das moratórias, a banca já tinha colocado de lado quase 1,4 mil milhões de euros para cobrir estes NPL, ou seja, 42,6% do malparado que estava em moratória estão cobertos por imparidades, de acordo com os dados divulgados esta segunda-feira pelo Banco de Portugal.
O Relatório de Estabilidade Financeira de junho de 2021 dá conta de assimetrias entre incumprimentos no segmento empresarial e incumprimentos nos particulares, com muito maior incidência no primeiro caso.
Nas empresas, do total de 24,8 mil milhões de euros de crédito que beneficiava da medida de suspensão de capital e/ou juros, mais de 10% era classificado pelos bancos como malparado no final de dezembro, num total de 2,6 mil milhões de euros. Este montante compara com os 600 milhões de NPL nas famílias, que tinham mais de 20 mil milhões de euros em empréstimos abrangidos por moratórias.
Contas feitas, 81% dos NPL nas moratórias encontravam-se nas empresas, segundo estes dados.
O relatório do Banco de Portugal indica ainda que o crédito em moratória em stage 2 – que inclui contratos cujo risco de crédito aumentou significativamente, mas para os quais não há evidencia objetiva de imparidade — ascendia a 11,2 mil milhões de euros, correspondentes a 25% das moratórias concedidas pelos bancos.
Um dos riscos para a estabilidade financeira destacados pelo supervisor tem exatamente a ver com a deterioração da qualidade do crédito após o fim das moratórias. “A retirada das medidas de apoio, numa situação de endividamento elevado e de atividade ainda deprimida em alguns setores, potencia a materialização do risco de crédito“, alertou a entidade liderada por Mário Centeno.
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