MNE lamenta decisão da Alemanha pouco antes de certificado digital ser lei
Augusto Santos Silva lamenta que a Alemanha tenha colocado Portugal na "lista vermelha" de viagens, sobretudo pouco antes de o certificado verde se tornar lei.
O ministro dos Negócios Estrangeiros lamentou este sábado a decisão alemã de colocar Portugal na “lista vermelha” de viagens pouco antes de o certificado verde se tornar lei, mas disse não ser surpreendente face ao nível de prudência do país.
“Eu lamento a decisão da Alemanha em dois aspetos. O primeiro é ter colocado o país inteiro. Há regiões que, do ponto de vista da covid-19, estão hoje numa situação preocupante, mas outras não”, afirmou Augusto Santos Silva, em declarações à Lusa. Segundo o governante, na recomendação de viagens internas na União Europeia (UE), aprovada durante a presidência portuguesa do Conselho, é permitido aos Estados-membros tomarem decisões tendo em conta as várias regiões de um determinado país.
Por outro lado, o ministro lembrou que o certificado digital de covid-19 vai tornar-se lei, a nível da UE, a partir do dia 01 de julho. “A lógica do certificado covid-19 é a de podermos tomar medidas restritivas para controlar a pandemia e deixarmos circular as pessoas que estiverem vacinadas ou imunizadas”, apontou.
No entanto, Augusto Santos Silva referiu que a decisão “não surpreende”, tendo em conta que a Alemanha tem tido uma “posição de extrema prudência”, acrescentando que esta deve também alertar Portugal para a necessidade de cumprir as medidas de segurança para que o número das novas infeções não continue a subir. O ministro classificou ainda os números como “preocupantes”, mas ressalvou que esta não é apenas uma realidade em Portugal.
Já sobre as recentes declarações da chanceler alemã, Angela Merkel, que disse que a subida das infeções em Portugal podia ter sido evitada, Santos Silva notou que esta análise “não é a mais adequada”, tendo em conta que Portugal “não foi nada permissivo” quanto à entrada de britânicos. “Só aceitámos quem apresentou um teste negativo”, vincou, lembrando que, na quinta-feira, o “equívoco foi esclarecido” durante o Conselho Europeu.
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