63% do crédito concedido a alojamentos turísticos está em moratória
Banca concedeu 3.500 milhões de euros em moratórias às empresas de alojamento turístico. Setor do turismo já recebeu 1.400 milhões de euros a fundo perdido.
O Governo já concedeu 1.400 milhões de euros a fundo perdido ao setor do turismo, revelou o ministro da Economia esta quarta-feira. Pedro Siza Vieira detalhou ainda que as empresas de alojamento turístico acumularam dívidas de 3.500 milhões de euros através de moratórias.
Até ao momento já foram concedidos 3.400 milhões de euros em apoios para o turismo, dos quais 1.400 milhões de euros (41%) foram a fundo perdido, continuou Siza Vieira. O ano de 2020 “foi devastador, uma vez que o turismo está muito dependente da procura externa”, disse o ministro, referindo que, “nesta altura”, o que é preciso “é perspetivar o futuro”.
Mas as empresas que neste momento mais precisam de apoios são aquelas que têm créditos contraídos junto da banca, disse o ministro, durante uma conferência da Associação de Hotelaria de Portugal (AHP) para debater o “Plano Reativar o Turismo“. “63% do crédito concedido ao alojamento [turístico] está em moratórias”, ou seja, a dívida destas empresas ascende a 3.500 milhões de euros.
Assim, o Governo criou o “Plano Reativar o Turismo”, que prevê um investimento de mais de seis mil milhões de euros nas empresas do turismo. Pedro Siza Vieira reconhece a necessidade de se ajudar o setor do alojamento, “que teve um impacto mais violento e precisa de mais apoios”.
Este plano, detalhou o ministro, inclui o prolongamento do Apoio à Retoma Progressiva, a possibilidade de o Estado garantir 25% da dívidas que as empresas têm com as moratórias e programas de capitalização.
“Percebemos com esta pandemia que vamos necessitar de fazer ajustes à oferta turística e ao setor do alojamento“, disse Siza Vieira, referindo que uma das ideias é a a de “abrir o fundo de investimento imobiliário de apoio às empresas a investidores institucionais”, permitindo que estas realizem “operações de sale&leaseback no sentido de permitir alguma melhoria do balanço”.
O ministro disse ainda que este é o “momento em que já começamos a ver finalmente o fundo do túnel”. Assim, e “face ao comportamento do segundo trimestre”, Siza Vieira acredita que a economia cresça perto de 5% e 9% nos próximos dois anos. Além disso, estima que as receitas turísticas alcancem os 9.000 milhões de euros, ou seja, 10% a mais do que no ano passado.
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