INE confirma que PIB cresceu 15,5% no segundo trimestre
O Instituto Nacional de Estatística (INE) confirmou esta terça-feira o crescimento de 15,5% do PIB no segundo trimestre em termos homólogos. O crescimento em cadeia foi de 4,9%.
Num período marcado pelo desconfinamento e a retoma da atividade, a economia portuguesa cresceu 15,5%, em termos homólogos, no segundo trimestre de 2021, o qual é muito influenciado pela base muito baixa do segundo trimestre de 2020 (período mais afetado pela pandemia). Já face ao trimestre anterior, a subida foi de 4,9%. Os dados foram confirmados esta terça-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) após ter divulgado há um mês a estimativa rápida do PIB entre abril e junho.
“Esta evolução é influenciada por um efeito de base, uma vez que as restrições sobre a atividade económica em consequência da pandemia se fizeram sentir de forma mais intensa nos primeiros dois meses do segundo trimestre de 2020, conduzindo então a uma contração sem precedente da atividade económica” (-16,4%), explica o gabinete de estatísticas. Este é o maior crescimento homólogo num trimestre desde pelo menos 1996, ano em que começa a atual série histórica do INE.
PIB dá o maior salto em 25 anos
Em termos homólogos, o contributo positivo da procura interna (consumo e investimento), com um crescimento homólogo de 14,8%, foi decisivo para a recuperação da economia portuguesa, ao passo que a procura externa (exportações menos importações) deu um contributo nulo (o que compara com um contributo negativo no período homólogo). Em cadeia, também a procura interna foi o motor da retoma, ainda que nessa ótica a procura externa tenha tido um contributo menos negativo do que no primeiro trimestre de 2021.
Dentro da procura interna, em termos homólogos, o consumo privado cresceu 17,5% no segundo trimestre e o consumo público avançou 9,8%. As despesas dos cidadãos residentes em bens não duradouros e serviços aumentaram 16,6%, “verificando-se um acentuado crescimento na componente de bens não alimentares e serviços, enquanto a componente de bens alimentares desacelerou nos dois últimos trimestres”, após ter crescido durante os confinamentos. A componente de bens duradouros aumentou 34,3%.
O investimento, que resistiu ao segundo confinamento ao crescer 3,9% no primeiro trimestre, acelerou para um crescimento de 10,5% no segundo trimestre de 2021, o que compara com a queda de 10% registada no segundo trimestre de 2020. O destaque vai para o investimento em equipamento de transporte que “registou uma variação homóloga de 123,8%, após reduções significativas nos trimestres anteriores, com taxas de -25,8% no 1º trimestre e -68,5% no 2º trimestre de 2020”.
Já o investimento em construção desacelerou no segundo trimestre, “apresentando um crescimento de 3,9% em volume, em termos homólogos (taxa de 6,4% nos dois trimestres anteriores)”, nota o INE. Em cadeia, todas as categorias de investimento contraíram no segundo trimestre face ao primeiro trimestre de 2021.
Exportações de bens e serviços recuperam, mas importações também
A retoma do comércio internacional continua a ser maior na troca de bens do que na transação de serviços, nomeadamente os de turismo. “As exportações de bens passaram de uma variação homóloga de 3,1%, no 1º trimestre, para 41,3% e as exportações de serviços aumentaram 33,6% no 2º trimestre, após as acentuadas reduções registadas desde o início da pandemia (-52,2% no 2º trimestre de 2020), sobretudo em consequência da forte contração da atividade turística”, explica o gabinete de estatísticas.
Porém, da mesma forma que as exportações recuperaram, também as importações voltaram a crescer significativamente dado o crescimento do consumo privado. No segundo trimestre, as importações de bens e serviços em volume aumentaram 34,3% em termos homólogos, após a contração de 4,3% no trimestre anterior.
Face ao primeiro trimestre, ou seja, na comparação em cadeia, as exportações de bens e serviços até caíram 2%, com o contributo negativo da componente de bens a superar o contributo positivo da dos serviços. O mesmo padrão foi visível nas importações de bens e serviços em cadeia.
Apesar da recuperação geral das exportações portuguesas, há uma má notícia: o país registou uma perda nos termos de troca — um indicador da competitividade das exportações — por causa, em larga medida, do crescimento “pronunciado” dos preços dos produtos energéticos, dos quais Portugal é maioritariamente um país dependente do exterior.
“Em termos nominais, o Saldo Externo de Bens e Serviços situou-se em -3,7% do PIB no 2º trimestre, 0,7 p.p. inferior ao verificado no trimestre anterior (-3,4% do PIB no 2º trimestre de 2020)”, conclui o INE.
(Notícia atualizada às 11h51 com mais informação e gráfico)
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