📹O que é o programa “Vale Eficiência”? Perguntou ao Google, nós respondemos

Já arrancou o programa “Vale Eficiência” que vai entregar a famílias em situações de carência energética “cheques” para financiar obras nas habitações.

O objetivo do programa “Vale Eficiência”, inscrito no Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), é financiar obras contra a pobreza energética. Os cheques podem ser aplicados na troca de janelas ou portas, no revestimento de paredes e até na compra de equipamentos. Mas quem se pode candidatar? Qual o valor dos cheques? Saiba mais no vídeo:

http://videos.sapo.pt/pKPjOYZk5v5zLMAbtJzq

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Editoras com boas expectativas para a Feira do Livro de Lisboa

  • Lusa
  • 21 Agosto 2021

Para a Feira do Livro de Lisboa, que decorre entre 26 de agosto e 12 de setembro, as editoras antecipam um aumento do número de visitantes e vendas.

As editoras preparam-se para mais uma edição da Feira do Livro de Lisboa com algumas novidades e sobretudo confiantes num aumento do número de visitantes e vendas, devido à melhoria da situação pandémica e ao abrandamento das medidas restritivas.

A Feira do Livro de Lisboa vai decorrer entre 26 de agosto e 12 de setembro, quase em simultâneo com a do Porto, que começa apenas um dia mais tarde, situação que não afeta os diferentes grupos editoriais, quer estejam ou não presentes nos dois eventos, uma vez que a primeira é uma feira de “editores” e a segunda de “livreiros”, pelo que não se podem considerar concorrentes.

Esta é a ideia geral partilhada pelas editoras, numa ronda feita pela Lusa, que apurou ainda, em respostas enviadas pelos responsáveis de comunicação, que haverá novidades como o regresso de eventos suspensos em 2020, promoções superiores às praticadas anteriormente, novos pavilhões e até um sistema de compra inovador.

O grupo editorial 2020 – que congrega chancelas como Elsinore, Cavalo de Ferro, Vogais ou Topseller – diz acreditar que, depois de uma edição atípica no ano passado, “ambos os eventos vão alcançar praticamente os níveis de 2019 no que respeita ao número de visitantes e consequente recuperação de vendas”.

No ano passado, por motivos de saúde pública, o grupo tomou a decisão de fechar os pavilhões, não permitindo a circulação no seu interior assim como suspendeu sessões de autógrafos e eventos, iniciativas que este ano regressam, com as medidas sanitárias obrigatórias, face ao “número de contágios bem mais baixo e com a vacinação a bom ritmo”.

As grandes novidades deste grupo são que, pela primeira vez, terá promoções até 70%, e a continuação da feira, após o encerramento, no seu site.

Este ano, a 2020 e a Penguin Random House fundiram-se, mas os dois grupos editoriais ainda se vão apresentar nos seus tradicionais espaços distintos, sendo expectável que na edição de 2022 tenham já uma presença unificada.

Assim, a 2020 manterá a sua presença numa praça com 20 pavilhões, em Lisboa, e uma representação de dois pavilhões no Porto.

Quanto ao grupo Penguin Random House, tem “muitas” expectativas em relação à edição deste ano da Feira do Livro de Lisboa, uma vez que se estreia com a coleção Penguin Clássicos, num ‘stand’ exclusivo, onde é possível encontrar os primeiros setes títulos editados e que estarão no mercado a partir de terça-feira.

Além disso, à semelhança de anos anteriores, o grupo contará com dois pavilhões dedicados ao infantil, outros dois com as chancelas Arena, Objectiva e Suma de Letras, e ainda um duplo pavilhão para a Alfaguara e a Companhia das Letras, “os dois selos mais fortes da editora na Feira do Livro”.

Outra novidade que a editora tem para este ano é a presença pela primeira vez na Feira do Livro do escritor Filipe Melo, autor de “Balada para Sophie”, banda desenhada premiada, lançada pela Tinta-da-China, mas que passou a ser editada pela Companhia das Letras.

O grupo editorial estará presente em ambas as feiras do livro, mas com uma presença maior na Feira de Lisboa, onde consegue ter mais pavilhões e mais autores, estando no Porto representado pela livraria Flâneur, parceira das últimas edições do certame naquela cidade.

O grupo Almedina, que este ano quer “destacar ainda mais” as suas editoras e o seu catálogo, vai lançar, juntamente com a SIBS/MBway, um sistema de “compra ‘express’”.

A Almedina vai estar presente apenas na Feira de Lisboa, com 12 pavilhões e uma praça, que terá zonas para as edições jurídicas, para as não jurídicas e para as “oportunidades”.

Para este ano, a Leya espera alcançar resultados de vendas “pelo menos equivalentes” aos do ano passado, que foram “bastante positivos”, apesar de um calendário diferente do habitual e do contexto de pandemia.

“Contamos, também, com uma maior afluência de público, especialmente num cenário em que muitas pessoas se encontram já vacinadas”, refere o grupo.

O número de pavilhões será idêntico ao dos anos anteriores (14), mas haverá algumas alterações na configuração da praça, que permitirão ter mais espaço para sessões de autógrafos, que este ano serão em maior número, tal como os eventos de lançamentos, as conversas e os debates.

Na Feira do Livro do Porto não terá representação própria, mas os seus livros estarão disponíveis.

Para Porto Editora e a Bertrand Círculo, que pertencem ao mesmo grupo e estarão reunidas no mesmo espaço, com 28 pavilhões, a expectativa quando à edição deste ano é “positiva”, atendendo a que no ano passado, com todos os constrangimentos impostos por uma situação pandémica mais grave do que a atual, “a feira correu bem”.

“Este ano, em que beneficiamos de uma conjuntura sanitária mais favorável, acreditamos que a Feira do Livro de Lisboa poderá correr melhor do que em 2020, ainda que distante da afluência e dos números das edições anteriores”, afirmam os editores.

Para isso, contribuirão as novidades que o grupo preparou, como um pavilhão dedicado em exclusivo ao autor português, o pavilhão da Círculo de Leitores, cujo catálogo está a partir de agora acessível a qualquer leitor, quando antes era exclusivo para sócios.

A agenda para aqueles dias será preenchida por dezenas de sessões de autógrafos, lançamentos de livros, oficinas, conversas entre escritores e ‘sprints’ de leitura, e uma cobertura ‘online’ constante através do site www.autoresquenosunem.pt e nas redes sociais.

A presença da Tinta-da-China não será diferente da do ano passado: terá cinco pavilhões em Lisboa, e no Porto os seus livros estarão à venda nos espaços da Exclamação e da Essência do Livro.

Também esta editora admite que em 2020, “ao contrário das expectativas, a feira correu muito bem, representando até uma melhoria em relação ao ano anterior”.

“Por isso, vamos mais uma vez para a feira com boas expectativas, de que as pessoas ainda queiram ler e comprar livros”, afirma, sublinhando que se correr mal, será um ano negro para o mercado do livro, já “tão fustigado e tão pouco apoiado ao longo da pandemia”.

Para o Grupo Presença, que terá um espaço próprio com 14 pavilhões e uma praça central, as expectativas para este ano estão “alinhadas com a edição anterior”, tanto em termos de afluência como de venda.

“Aquilo a que nos propomos é, num ambiente seguro e com as devidas regras de segurança e higiene que os tempos nos exigem, proporcionar aos nossos leitores uma experiência rica”, com venda de livros que não se encontrariam noutras ocasiões, presença de alguns autores e descontos até 50%.

Também este grupo não terá representação própria na Feira do Livro do Porto, mas marcará presença através de parceiros.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Angola continua em recessão este ano, estima a Standard & Poor’s

  • Lusa
  • 21 Agosto 2021

"A perspetiva económica para os próximos 12 meses é ensombrada pelo declínio na produção de petróleo, bem como pela lentidão no processo de vacinação", prevê a Standard & Poor's.

A agência de notação financeira Standard & Poor’s considera que Angola deverá manter-se novamente em recessão este ano, regressando ao crescimento apenas em 2022, salientando a queda na produção petrolífera e a lentidão na vacinação.

“A perspetiva económica para os próximos 12 meses é ensombrada pelo declínio na produção de petróleo, bem como pela lentidão no processo de vacinação contra a covid-19, com menos de 3% da população com pelo menos uma dose de qualquer vacina“, dizem os analistas da S&P na nota que acompanha a decisão de manter o rating em CCC+, no princípio deste mês.

Na análise, a S&P diz esperar “uma ligeira contração de 0,2% do PIB este ano, no seguimento de uma queda de 5,1%” no ano passado, que foi o quinto ano consecutivo de crescimento negativo, e espera que em 2022 Angola regresse ao crescimento, registando uma expansão económica de 2%, que sobe para 2,5% e 2,8% nos dois anos seguintes.

Para a S&P, o crescimento económico positivo será, no entanto, insuficiente para chegar a todos os cidadãos, já que o crescimento da população será maior que o da economia.

“Em parte devido aos efeitos da taxa de câmbio e ao crescimento rápido da população, estimamos que o PIB per capita declinou de 2.600 em 2019 para cerca de 1.800 dólares em 2020, e ficará abaixo dos níveis de 2019 nos próximos quatro anos”, escrevem os analistas.

Relativamente ao petróleo, a S&P antevê uma média de 1,19 milhões de barris por dia entre 2021 e 2024, o que compara com os 1,28 milhões em 2020 e os 1,42 milhões de 2019, o que é “mais baixo que a quota de produção de 1,27 milhões de barris diários para Angola em 2021 porque as atividades suspensas de perfuração e a redução da manutenção e dos investimentos pelas companhias petrolíferas em 2020 reduziu a produção de campos velhos e tecnicamente complexos”.

No capítulo da dívida pública, um dos principais indicadores consultados pelos investidores internacionais como barómetro da capacidade de o país honrar os compromissos financeiros, a S&P diz que Angola vai manter o rácio da dívida sobre o PIB acima dos 100% este ano, registando 106% este ano, 100% em 2022 e 99,2% em 2023.

“Prevemos que a dívida pública vá gradualmente diminuir para 90% do PIB em 2024”, lê-se na nota, que dá conta que “apesar do impacto da queda do petróleo nas finanças públicas, o Governo conseguiu controlar o défice orçamental de 1,9% no ano passado com a implementação de medidas fiscais”.

Para este ano, a subida do preço do petróleo e o efeito das medidas fiscais deverá garantir um excedente orçamental de 2,1%, que deverão ser de, em média, 0,3% do PIB entre 2022 e 2024, com o pagamento dos juros da dívida a representar em média um terço da receita fiscal nestes anos.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Candidatos ao ensino superior ultrapassam os 63 mil, maior número desde 1996

  • Lusa
  • 21 Agosto 2021

63.878 estudantes candidataram-se à primeira fase do ensino superior público para o ano letivo de 2021-2022, mais 1.203 que no ano anterior.

Mais de 63 mil estudantes candidataram-se à primeira fase do Concurso Nacional de Acesso ao ensino superior público, o maior número desde 1996, anunciou este sábado o Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior.

Um total de “63.878 estudantes candidataram-se à 1.ª fase do Concurso Nacional de Acesso (CNA) ao ensino superior público para o ano letivo de 2021-2022, representando um aumento de 1.203 candidatos face ao período homólogo de 2020 (altura em que se candidataram 62.675 estudantes)”, informou o ministério, em comunicado.

De acordo com a tutela, o número de candidatos “volta a atingir um novo máximo e é também o mais elevado desde 1996”, ano em que atingiu os 68.798.

O ministério estima que o número de novos ingressos no ensino superior “em todos os ciclos de estudos, públicos e privados, atinja cerca de 90 mil novos estudantes matriculados no próximo ano letivo de 2021/2022”, contra 87 mil no ano passado.

Estes dados incluem o CNA que, segundo o ministério, representa cerca de dois terços dos ingressos, outras formas de entrada no sistema público, formações curtas (cursos técnicos superiores profissionais) e sistema privado.

Os resultados da 1.ª fase do concurso nacional de acesso serão divulgados em 27 de Setembro, no sítio da Direção-Geral do Ensino Superior.

Para o Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, o aumento de candidatos “demonstra uma confiança crescente dos jovens e das suas famílias na formação superior, nas instituições e nas vantagens decorrentes da qualificação superior, o que assume particular relevância no contexto do processo em curso de recuperação económica e social na sequência da crise internacional associada à pandemia” de covid-19.

O ministério aponta ainda que o número crescente de candidaturas ao ensino superior público “ganha especial importância no ano em que cresceu, pelo quarto ano consecutivo, o número de diplomados pelo ensino superior, atingindo um novo máximo anual de 86 mil novos diplomas em 2019/2020”.

“Ao mesmo tempo, a taxa de escolaridade do ensino superior da população residente entre os 30 e os 34 anos atingiu os 45,5% no 2º trimestre de 2021, reforçando a tendência crescente dos últimos anos”, acrescenta-se na nota.

No documento, a tutela sublinha que o aumento de candidatos “segue em linha com o objetivo de alargar a base social de apoio ao ensino superior” e de atingir a meta de “seis em cada dez jovens de 20 anos no Ensino Superior até 2030”, “garantindo atingir 50% de graduados de educação terciária na faixa etária dos 30-34 anos”.

“A relevância da qualificação superior deve ainda ser analisada face à diminuição na taxa de desemprego dos recém-diplomados, tendo decrescido de valores médios acima de 8% no segundo semestre de 2015 para 4,6% em 2020 (diplomados de ensino público), de acordo com dados do Portal Infocursos”, frisa o ministério.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

OE viabilizado por PCP e BE? “Tem de novamente ser possível”, diz Tiago Antunes

  • ECO
  • 21 Agosto 2021

O secretário de Estado Adjunto do primeiro-ministro acredita que se "foi possível no passado" também este ano o Orçamento do Estado para 2022 vai passar à esquerda.

O Governo socialista e os partidos à esquerda, PCP e BE, vão conseguir “construir entendimentos” para o Orçamento do Estado de 2022, acredita Tiago Antunes, em entrevista ao Público (acesso pago). O Secretário de Estado adjunto do primeiro-ministro lembra que se “foi possível no passado”, também este ano, numa altura em que se procura “sair de uma crise económica e social grave”, haverá “soluções” para melhorar “a vida dos portugueses” e ajudar “o país e a economia a prosperar”.

Com a ‘geringonça’ a funcionar há vários anos, Tiago Antunes diz que PCP e BE “têm métodos diferentes”, “culturas diferentes” e que o Governo, ao conhecer as “idiossincrasias mútuas”, desenvolveu uma metodologia que vai “prosseguir este ano”.

O governante nota que, na resposta à crise económica causada pela pandemia, houve “recursos muitos avultados” ao dispor da economia — entre os quais “um dos regimes mais generosos de moratórias” entre os países europeus –, “criando verdadeiros mecanismos que permitiram manter o emprego”.

Tiago Antunes lança ainda suspeitas sobre a proposta de revisão constitucional do PSD, do qual só se conhecem algumas ideias. “Verdadeiramente esconde o seu projeto de revisão”, critica o Secretário de Estado, depois de recordar que o acordo do PSD Açores com o Cheg tinha como pressuposto uma revisão constitucional. “A Constituição não pode ser uma moeda de troca e a chave da Constituição não deve ser dada a um partido como o Chega”, defende.

 

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Banca é mundo de homens? “Tento ser a melhor todos os dias”

Domitília dos Santos emigrou para os EUA há mais de 50 anos. Hoje é uma gestora de referência num dos maiores bancos mundiais. Numa indústria de homens, diz que luta para "ser a melhor todos os dias".

Não é por acaso que Domitília dos Santos é hoje, aos 66 anos, uma gestora de referência no Morgan Stanley, um dos maiores bancos do mundo. Esta portuguesa que brilha lá fora conhece melhor do que ninguém o valor do dinheiro. Aos 14 já trabalhava numa fábrica de limpeza de lençóis e toalhas de mesa para restaurantes. Como primeiro salário recebeu 85 dólares por 40 horas de serviço. Levou o dinheiro para casa e deu-o aos pais.

Tinha 12 anos quando deixou o Algarve rumo aos EUA, numa década de 60 em que muitos portugueses atravessaram o Atlântico à procura de melhores oportunidades que Portugal estava longe de conseguir oferecer.

Foi o que fez Domitília dos Santos. Apesar de ter começado a trabalhar bem cedo, não largou a escola. Estudou Ciências Políticas e História na Universidade de Drew (Bachelor of Arts, 1976) e Direito na Rutgers School of Law (Juris Doctor, 1979), ambas em New Jersey, mas pode-se dizer que a sua carreira de quase quatro décadas está ligada sobretudo à indústria financeira.

Ainda trabalhou como jurista nas Nações Unidas, em Nova Iorque, tinha então 24 anos. Porém, depressa percebeu que o seu caminho não era por ali, mas também não estava muito longe, na verdade. Afinal, Wall Street dista apenas uns blocos da sede das Nações Unidas. Como chegou até lá?

Depois de um encontro casual com um antigo colega de faculdade que trabalhava no setor financeiro descobriu um novo mundo na maior praça financeira do mundo. Foi ele quem lhe explicou os primeiros conceitos do que era a bolsa de valores e do que lá se fazia.

Foi um momento até começar a trabalhar numa grande sociedade de advogados em Wall Street durante dois anos, antes de ingressar no Merril Lynch (1983) e, um ano mais tarde, na Smith Barney como estagiária no departamento de consultadoria financeira.

“Os primeiros anos foram desafiantes, mas uma grande experiência de aprendizagem”, conta ao ECO.

Os anos foram passando e Domitília foi ganhando estatuto dentro da empresa. De estagiária a vice-presidente foram oito anos. Estávamos em 1991. Quatro anos depois foi nomeada Senior Vice President e Senior Portfolio Manager.

“Ser a melhor todos os dias”

Damos um salto até 2009, já depois da grande crise financeira que teve epicentro em Wall Street e repercussões em todo o mundo, incluindo no de Domitília dos Santos.

Nesse ano, a Smith Barney foi comprada pelo grupo Morgan Stanley, na sequência das dificuldades financeiras do Citigroup. Este último é forçado a vender os negócios não estratégicos e dá-se a fusão da Smith Barney na gestora de ativos do Morgan Stanley. Apesar de todas as circunstâncias, Domitília dos Santos considera que a transição para a nova companhia foi “muito boa”.

E é aqui que se encontra atualmente. A portuguesa lidera uma equipa de profissionais especializados em aconselhamento de gestão de ativos financeiros cunhada com o seu apelido, o The dos Santos Group. É uma espécie de gestora de ativos dentro da gigante Morgan Stanley, administrando uma carteira de clientes que Domitília dos Santos, hoje uma referência em Wall Street, foi construindo ao longo das últimas décadas.

Destaca a resiliência como uma das marcas da sua carreira. Junta-se-lhe a sua determinação de seguir em frente com os seus sonhos e objetivos, mesmo sem o apoio ou incentivo de familiares.

Numa indústria dominada pelos homens, Domitília dos Santos diz encarar essa circunstância como sendo “muito desafiante, mas bastante agradável”. Ao mesmo tempo diz ser muito importante assumir um papel ativo no empoderamento das mulheres, não só dentro das organizações, mas na vida em geral. O que faz para lutar pela igualdade de género? “Ser a melhor que posso todos os dias”, atira.

“Estou disponível para servir o meu país”

Mais de meio século a viver fora de Portugal não belisca o sentimento português de Domitília dos Santos. Ela própria imagina-se a voltar, e não apenas para gozar a reforma. “Se a oportunidade se apresentar, estou disponível para servir o meu país da maneira que conseguir”.

Enquanto isso não acontece, mantém essa ligação através do Conselho da Diáspora Portuguesa, do qual é membro desde 2013. “É muito importante para Portugal fortalecer os laços com os países que representamos”, afirma sobre o papel desta organização.

Os feitos de Domitília dos Santos são reconhecidos por cá. Em junho de 2003, o Presidente da República Portuguesa outorgou-lhe a grau de Comendador da Ordem do Mérito.

Se a oportunidade se apresentar, estou disponível para servir o meu país da maneira que conseguir.

Domitília dos Santos

Diretora no Morgan Stanley

Há outro título que gosta de mostrar: da portuguesa com mais maratonas feitas. “Comecei a correr maratonas em 1991 como um desafio a mim mesma”. Conta ao todo com 264 maratonas e 3 ultramaratonas em 42 países. Muitos quilómetros nas pernas que já lhe valeram sustos como perder-se às duas da madrugada numa maratona de 100 milhas em Javelina, no estado americano do Arizona.

Domitília dos Santos tenta também manter uma participação cívica ativa. É patrona de comunidades artísticas em Nova Iorque (Metropolitan Opera, N. Y. Philharmonic, Met. Musuem of Art, MOMA) e do Museum of American Finance. Vê as artes como elemento de “extrema importância” na sociedade.

O ECO dá-lhe a conhecer portugueses que construíram carreiras de sucesso no estrangeiro e ocupam hoje lugares de destaque. Saiba como veem a evolução do seu setor, o que pensam do país onde trabalham e como olham para Portugal.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Wall Street recupera, mas saldo semanal é negativo

A sessão desta sexta-feira foi positiva para os principais índices norte-americanos, depois das quedas dos últimos dias. Porém, o saldo semanal foi negativo.

Wall Street acabou em tom positivo uma semana atribulada. A preocupação com a variante Delta, com a desaceleração da economia e com os sinais da Reserva Federal sobre a retirada dos estímulos levou a quedas expressivas durante a semana, mas a sessão desta sexta-feira foi a exceção. Ainda assim, o saldo semanal é negativo para os principais índices norte-americanos.

O Dow Jones valorizou 0,65% para os 35.120,08 pontos, o Nasdaq avançou 1,19% para os 14.714,66 pontos e o S&P 500 subiu 0,81% para os 4.441,67 pontos. No conjunto da semana, o Dow Jones perdeu 1,1% do seu valor, o Nasdaq contraiu 0,7% e o S&P 500 encolheu 0,6%.

Tanto o Dow Jones como o S&P 500 atingiram máximos históricos recentemente, beneficiando da época de resultados das cotadas: estima-se que 87,4% das cotadas do S&P 500 superaram as expectativas, de acordo com os dados da Refinitiv.

A subida das ações foi transversal a vários setores — com maior valorização no setor tecnológico — com os investidores a apagarem da memória, em grande parte, os receios que tinham marcado a negociação desta semana.

À Reuters, o analista da Inverness Counsel, Tim Ghriskey, considera que houve a “realização de mais-valias” desde o início da semana e agora os investidores voltaram para comprar as ações em desconto.

Além das preocupações com a saúde da economia, os mercados estiveram também a reagir às minutas da última reunião da Fed onde ficou patente a expectativa de começar a reduzir em breve — ainda este ano — a compra de ativos no valor de 120 mil milhões de dólares mensais. Mais pormenores deverão chegar na próxima semana na conferência habitual da Fed em Jackson Hole.

A contrariar o sentimento negativo das bolsas estiveram as notícias positivas do mercado de trabalho norte-americano. O número de pedidos de subsídio de desemprego caiu na semana passada para um mínimo de 17 meses, apontando para mais um mês de crescimento do emprego, apesar da ameaça da variante Delta.

Os dados divulgados esta sexta-feira pelo Departamento do Trabalho mostraram ainda que o número de pessoas que está a receber apoio do seu Estado também desceu no início de agosto para o nível mais baixo desde março de 2020, altura que marca o início da pandemia.

Entre as cotadas, o destaque vai para as cotadas tecnológicas como a Microsoft, Cisco e Salesforce e ainda a Tesla. A fabricante de carros elétricos subiu 1% no seu dia de inteligência artificial em que apresentou um novo robô humanoide. Apesar disso, o saldo semanal da Tesla é negativo: perdeu cerca de 4% na sequência da abertura de uma investigação à sua tecnologia de piloto automático.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Confederação de micro e PME transmite a Marcelo preocupações sobre fim dos apoios para empresas

  • Lusa
  • 20 Agosto 2021

A confederação indica que os apoios “têm tardado a ser pagos” e levanta dúvidas quanto à possibilidade do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) e do Portugal 2030 darem respostas.

A Confederação Portuguesa de Micro, Pequenas e Médias Empresas (CPPME) transmitiu esta sexta-feira ao Presidente da República, em audiência, as suas preocupações face ao fim dos apoios para o setor e alertou para o risco de encerramentos e desemprego.

“Transmitimos as nossas preocupações sobre a não continuidade dos apoios e sobre a situação de desespero em que muitas empresas de setores que ainda não retomaram a atividade se encontram, o que pode levar ao fecho de muitas empresas e ao desemprego. Situações estas que têm levado muitos setores a laborarem atividades paralelas”, afirmou o presidente da CPPME, Jorge Pisco, em declarações à Lusa.

A confederação notou ainda que os apoios “têm tardado a ser pagos” e levantou dúvidas quanto à possibilidade do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) e do Portugal 2030 darem respostas às necessidades das empresas.

Conforme apontou Jorge Pisco, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, “manifestou alguma apreensão em sintonia com o que foi apresentado”.

A comitiva da CPPME e Marcelo Rebelo de Sousa falaram ainda sobre a possibilidade de se voltar a realizar uma iniciativa da confederação que perspetive o futuro, abordando também a questão dos apoios para as micro, pequenas e médias empresas.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

27% das verbas do PRR já estão contratualizadas

Mais de um quarto do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) já está contratualizado, de acordo com a estrutura de missão "Recuperar Portugal".

Até ao momento, a estrutura de missão “Recuperar Portugal” assinou contratos que equivalem a 27% das verbas do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), de acordo com o balanço feito esta sexta-feira com base nos dados atualizados a 18 de agosto. Em causa estão 4.467 milhões de euros já contratualizados num total de 16.644 milhões de euros que serão distribuídos ao abrigo do PRR.

O ponto de situação feito pela estrutura de missão mostra que 33% (3.680 milhões de euros) das verbas da componente de Resiliência, 10% (305 milhões de euros) da Transição Climática e 20% (482 milhões de euros) da Transição Digital estão contratualizadas. No total, foram assinados 17 contratos no valor de 4.467 milhões de euros, o que corresponde a 26,8% dos 16.644 milhões de euros disponibilizados pelo PRR para os próximos anos.

Além disto, há mais verbas em andamento. Há 25% das verbas de Resiliência que são contratualizações em curso, 40% no caso da Transição Climática e 21% no caso da Transição Digital. No total, há 35 contratualizações em curso. Juntando estes processos que ainda estão em curso, o PRR já está “comprometido” em 8.990,6 milhões de euros, o que corresponde a 54% das verbas totais.

Fonte: Estrutura de Missão “Recuperar Portugal”.

Há ainda 12 avisos de abertura de concurso, de acordo com o mesmo balanço feito pela estrutura de missão “Recuperar Portugal” liderada por Fernando Alfaiate.

Apesar de já haver volumes avultados de contratos, apenas 0,01% do PRR já foi de facto pago. Estas são as verbas que foram pagas na componente Transição Climática no valor de 2,3 milhões de euros, de um total de 2,5 milhões de euros que estão comprometidos. Em causa está a segunda fase do Programa de Eficiência Energética dos Edifícios a que se candidataram já 18.163 famílias.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Trabalhadores em ‘lay-off’ tradicional aumentam 57,9% em julho

  • Lusa
  • 20 Agosto 2021

Em julho, havia mais de 13 mil trabalhadores em lay-off, o número é o mais elevado desde 2006. Beneficiários de prestações de desemprego sobem 6%.

O número de trabalhadores em lay-off tradicional, o regime previsto no Código do Trabalho, aumentou 57,9% em julho face a junho, para 13.482, revelam as estatísticas mensais da Segurança Social divulgadas esta sexta-feira.

De acordo com a tabela publicada no site da Segurança Social, o número é o mais elevado desde o início, em 2006. O aumento deve-se ao crescimento nas prestações de lay-off ao abrigo do Código do Trabalho associadas à modalidade de redução de horário, que mais do que duplicaram de junho para julho, passando de 4.211 trabalhadores abrangidos para 10.878.

Segundo explica, na síntese estatística, o Gabinete de Estratégia e Planeamento (GEP) do Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, verificaram-se em julho “muitos lançamentos referentes a meses anteriores”.

Por sua vez, as prestações de lay-off que resultaram de suspensão temporária do contrato, diminuíram 39,8% de um mês para o outro, abrangendo 2.604 trabalhadores (menos 1.721) em julho. Estas prestações foram processadas para 200 entidades empregadoras, menos 44 do que no mês anterior.

Há um ano, em julho de 2020, havia 3.108 trabalhadores em ‘lay-off’ tradicional, dos quais 2.328 com suspensão temporária do contrato e 780 com redução do horário laboral e 181 empresas envolvidas. A informação revela ainda dados sobre as remunerações declaradas à Segurança Social e as contribuições, neste caso referentes a junho.

O número de pessoas singulares com contribuições declaradas à Segurança Social foi assim de 283.077 trabalhadores independentes e 3.699.823 de trabalhadores dependentes em junho. Face ao mês anterior, registaram-se menos 95.559 contribuições declaradas de trabalhadores independentes e menos 123.260 remunerações declaradas face ao período homólogo.

Quanto aos trabalhadores dependentes verificou-se um acréscimo mensal de 38.892 remunerações declaradas (1,1%) e um acréscimo em termos homólogos de 112.890 remunerações declaradas (3,1%).

O valor médio mensal das remunerações declaradas pelos empregadores relativas aos trabalhadores dependentes, foi de 1.493,43 euros em junho, um crescimento mensal de 22,6% e de 5,5% em termos homólogos, justificado “pelo pagamento do subsídio de férias”, segundo o GEP.

Beneficiários de prestações de desemprego sobem 6%

O número de beneficiários de prestações de desemprego foi de 240.988 em julho, uma redução de 0,3% face a junho, mas um aumento de 6% comparando com o mesmo mês do ano anterior.

De acordo com os dados mensais publicados pela Segurança Social, há assim menos 699 beneficiários de prestações de desemprego em relação ao mês anterior e mais 13.708 por comparação com um ano antes.

O aumento homólogo deve-se sobretudo à prorrogação da concessão do subsídio de desemprego, medida que entrou em vigor em janeiro deste ano, no âmbito da resposta à pandemia de covid-19, tendo chegado a 43.120 pessoas em julho.

Face a junho, a prorrogação do subsídio de desemprego registou um aumento de 4.024 beneficiários sendo o mês com o número mais elevado desde que a medida entrou em vigor.

No âmbito do total das prestações de desemprego, apenas a prorrogação do subsídio de desemprego registou um aumento em julho.

No subsídio de desemprego houve menos 5.066 subsídios face ao mês anterior e menos 23.583 na comparação com o período homólogo, o que resultou num total de 168.512 beneficiários.

Já o subsídio social de desemprego inicial diminuiu em julho em 588 beneficiários em relação ao mês anterior e menos 3.757 face ao mês homólogo, totalizando 7.137 pessoas.

No subsídio social de desemprego subsequente verificou-se em julho uma diminuição mensal em 1.124 beneficiários e menos 4.740 face ao período homólogo, o que corresponde a 12.943 prestações pagas.

Em julho, o sexo feminino representava 58,5% dos beneficiários de prestações de desemprego e o sexo masculino 41,5%.

Por grupo etário, os indivíduos com idades entre os 50 e os 59 anos e os 40 e os 49 anos apresentaram-se em maior proporção e ambos com a mesma percentagem (24,1%). O valor médio das prestações de emprego foi de 534,83 euros em julho.

O número de desempregados inscritos nos centros de emprego relativo a julho ainda não se encontra disponível no site do Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP). No final de junho, estavam registados nos serviços de emprego 377.872 desempregados.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Governo cria grupo de trabalho para lesados do BES e Banif

Arranca em setembro o grupo de trabalho que vai analisar e procurar dar resposta às questões relacionadas com as perdas sofridas por clientes com produtos do BES e do Banif.

Vai arrancar em setembro um grupo de trabalho para analisar a situação de alguns lesados que tiveram perdas com produtos do BES (2014) e do Banif (2016), como tinha prometido António Costa a 10 de junho. O foco estará nos investidores não qualificados residentes nas Regiões Autónomas, África do Sul e Venezuela.

“Tal como comunicado pelo Primeiro-Ministro aquando das comemorações do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, que este ano se realizaram no Funchal, o Governo promoveu a constituição de um Grupo de Trabalho, com o Banco de Portugal e a CMVM, com o objetivo de analisar e de procurar dar resposta às questões relacionadas com as perdas sofridas por clientes com produtos do BES e do BANIF, em particular aqueles residentes nas Regiões Autónomas, África do Sul e Venezuela“, afirma o Ministério das Finanças em comunicado enviado esta sexta-feira às redações.

O gabinete de João Leão revela que, além do Banco de Portugal e da CMVM, o grupo de trabalho vai contar com as associações representativas de clientes do BES e do BANIF (como as associações ALEV, ABESD e ALBOA). Em causa estão os investidores não qualificados — os quais foram lesados em cerca de 180 milhões de euros — que estão sem solução para a recuperação dos investimentos desde a falência dos dois bancos.

Em junho, a ALBOA disse em comunicado, citado pela Lusa, que o grupo de trabalho anunciado pelo primeiro-ministro teria “como missão encontrar as melhores e mais rápidas vias de se avançar para a concessão da garantia governamental necessária para a constituição do Fundo de Recuperação de Crédito junto da Comissão do Mercado dos Valores Mobiliários (CMVM)”.

“Recorda-se que, anteriormente, o Governo já tinha ajudado a delinear uma comissão para aferir situações concretas em que possam ter ocorrido práticas ilícitas na comercialização de produtos do BES e BANIF”, refere o comunicado.

Além do grupo de trabalho, o Governo pediu ao banco central uma análise sobre “as expectativas de recuperação dos créditos em causa”. Essa avaliação técnica ainda não é conhecida.

Em 2020, foi concluído o pagamento das prestações a 4.357 lesados do papel comercial do BES através do Fundo de Recuperação de Créditos. O Estado deu uma garantia de 153 milhões de euros para que o Fundo pudesse devolver os investimentos com a expectativa de que ainda haja dinheiro recuperável para que a garantia seja devolvida.

(Notícia atualizada às 20h29 com mais informação)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

José Peseiro deixou seleção venezuelana por falta de pagamento

  • Lusa
  • 20 Agosto 2021

A Federação Venezuelana de Futebol deve, segundo a imprensa local, um ano de trabalho ao treinador português.

O português José Peseiro rescindiu o contrato que o ligava à seleção venezuelana de futebol por pagamentos em atraso, anunciou esta sexta-feira o presidente da Federação Venezuelana de Futebol (FVF), Jorge Giménez.

“No dia de ontem (quinta-feira), recebemos uma carta da parte do diretor técnico José Peseiro a rescindir o seu contrato”, disse Jorge Giménez, durante uma conferência de imprensa transmitida pelo Youtube.

Jorge Giménez começou a explicar que a FVF está em um processo de reestruturação interna, com dificuldades financeiras que geram algum descontentamento e que em setembro será alvo de uma auditoria por parte da FIFA e da Confederação de Futebol da América do Sul (Conmebol).

“Há descontentamento de pessoas que deram o seu trabalho e a cara por este país, sem nenhum tipo de mesquinhez, mais bem comprometidos com a seleção e com o país, como é o caso de José Peseiro, a quem todo o país tem que estar agradecido por tudo o que tem feito por nós, porque tem vivido momentos difíceis, durante os quais se manteve firme, dando a cara pela seleção e pelo país (Venezuela), mas tudo tem um limite”, sublinhou.

Segundo o dirigente, a FVF falou com Peseiro e tentou explicar que para os venezuelanos era bastante difícil entender essa posição, até porque há uma janela tripla de apuramento para o Mundial do Qatar2022, com jogos com a Argentina, em 2 de setembro, Peru, em 5 de setembro, e Paraguai, em 9 de setembro.

O contrato de Peseiro estipula que o técnico apenas pode receber dinheiro na sua conta em euros, dentro dos limites da FVF, mas aquela federação tem passado por um processo longo relacionado com a atualização de assinaturas da nova direção, dificultado pelas restrições impostas pela pandemia da covid-19.

Segundo a imprensa venezuelana, a FVF deve um ano de trabalho ao treinador português.

José Peseiro foi confirmado como selecionador nacional da ‘la Vinotinto’ em 04 de fevereiro de 2020, em substituição do venezuelano Rafael Dudamel.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.