Alemanha: Teletrabalho agravou custos das empresas expostas a ciberataques
Nove em cada 10 empresas alemãs foram afetadas este ano por eventos cibernéticos de natureza criminosa. Nos EUA, os preços de seguro cibernético subiram 25% no segundo trimestre.
Com os funcionários a trabalharem “a partir de casa” durante a pandemia, as empresas alemãs registaram cerca de 53 mil milhões de euros de prejuízos causados por ciberataques, estimou o Instituto de Pesquisa Económica de Colónia.
Os danos globais resultantes de roubo de dados, espionagem e ações de sabotagem informática atingiram um valor recorde de 223 mil milhões de euros no ano 2020, mais do dobro do valor reportado noutro inquérito de 2018-2019. O aumento do trabalho remoto foi responsável por cerca de um quarto do aumento, segundo a investigadora Barbara Engels, referenciando um inquérito da Bitkom Research GmbH.
O estudo especializado mostra que nove em cada 10 empresas (88%), foram afetadas por ciberataques no período 2020-2021, mais do que os 75% de vítimas quantificadas no período anterior (2018-2019), indica o estudo da associação Bitkom abrangendo mais de mil empresas alemãs de diversos setores.
Em muitas situações, “não havia computadores portáteis da empresa, cursos de formação e recomendações de segurança“, disse Engels admitindo que o montante real de danos pode ser maior, uma vez que os dados do inquérito não incluem empresas mais pequenas que provavelmente terão sido obrigadas a maior esforço para salvaguardar os sistemas de informação (TI).
As ligações WiFi domésticas são tipicamente mais fáceis de piratear do que as redes das empresas, e apenas 16% das empresas alemãs aumentaram os seus orçamentos de segurança de TI durante a pandemia, revelou outro inquérito do Gabinete Federal de Segurança das Comunicações.
EUA: prémios do seguro cibernético disparam no 2º trimestre
O prémio de seguro cibernético aumentou no segundo trimestre de 2021, de acordo com um índice de preços divulgado pelo Council of Insurance Agents & Brokers (CIAB) para o mercado norte-americano de linhas comerciais de seguros gerais (P&C).
No conjunto dos ramos de seguro, embora observando moderação na tendência altista, os preços aumentaram pelo 15º mês consecutivo, registando crescimento de 8,3% entre abril e junho, depois de terem crescido 10% no 1ºT. Nos seguros cibernéticos, com o incremento de incidentes verificados no segundo trimestre, o aumento médio do prémio para esta linha de proteção atingiu 25,5%, contra 18% no trimestre precedente e 11% no último trimestre de 2020.
O rápido aumento de eventos do tipo ransomware (ciberataques com plano de resgate) potenciou a necessidade de os corretores de seguros “trabalharem com os clientes no sentido de desenvolverem e aplicarem medidas mais robustas de gestão de risco para lidarem com a ameaça crescente”. Num mundo onde os ciberataques “dispendiosos estão a tornar-se a norma em vez da exceção, o corretor está numa posição única para ajudar os clientes a identificar vulnerabilidades, encontrar coberturas e protegerem as suas empresas,” salientou Ken Crerar, presidente do CIAB.
O estudo da organização profissional indica que 95% dos intermediários de seguros participantes no inquérito do CIAB disseram ter registado aumento da procura de seguro cibernético. Deste universo, um terço afirmou que “o aumento da procura foi significativo.”
Mais de três quartos dos inquiridos (79%) confirmou ter recebido mais participações de sinistros cibernéticos, um dado que também explica o incremento no valor do prémio, refere a organização acrescentando que os processos de litigância também agravaram os custos com a sinistralidade.
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