Armazenamento de gás “é mais do que suficiente” para as necessidades”, diz Galamba
"Ao contrário da generalidade dos países europeus, Portugal depende menos do gás para o aquecimento doméstico, muito menos que a generalidade dos países”, disse Galamba.
O Secretário de Estado Adjunto e da Energia afirmou esta sexta-feira que o armazenamento de gás do país é “mais do que suficiente para satisfazer as nossas necessidades para o inverno”.
A garantia foi deixada por João Galamba após a apresentação, no Seixal, do primeiro projeto em Portugal de injeção de hidrogénio verde na rede de gás, quando confrontado com o facto de, segundo a Rede Europeia de Operadores de Sistemas de Transmissão de Gás (ENTSOG), Portugal ser atualmente o país da União Europeia (UE), entre os 18 que têm armazenamento de gás, com reservas mais baixas, que estão em cerca de metade.
“Com a informação que temos, as reservas que existem são mais do que suficientes para satisfazer as nossas necessidades para o inverno. As necessidades de armazenamento de gás decorrem da legislação portuguesa, estão previamente definidas e são feitas com base nos consumos e na sazonalidade do gás. Ao contrário da generalidade dos países europeus, Portugal depende menos do gás para o aquecimento doméstico, muito menos que a generalidade dos países”, referiu.
O Secretário de Estado Adjunto e da Energia lembrou que a sazonalidade do consumo de gás é diferente de país para país e deu como exemplo os Países Baixos.
“É normal que a generalidade dos países europeus tenha que se abastecer fortemente para o consumo de gás no inverno. Sem desvalorizar os problemas e riscos que o inverno implica para os nossos consumos energéticos, Portugal tem uma sazonalidade oposta. Não temos as mesmas necessidades de consumo em janeiro que tem os Países Baixos em que praticamente todas as famílias dependem do gás para sobreviver ao inverno. Em Portugal não é assim”, sublinhou.
Apesar de reconhecer que existem regiões no país em que o abastecimento de gás é mais importante do que noutras, João Galamba frisa que a legislação define quais os níveis de reservas necessárias.
“Obviamente que há zonas do país em que o gás é muito importante, mas nós não temos as mesmas necessidades, portanto as nossas necessidades de armazenamento foram definidas por lei com base no perfil consumo e nas necessidades que o país tem”, disse.
Refira-se que no documento da ENTSOG a que Lusa teve quinta-feira acesso, as perspetivas de abastecimento para este inverno, datado do início de outubro indica que os níveis de armazenamento de gás em Portugal estão em 49,82%, a percentagem mais baixa na UE.
De acordo com os dados da ENTSOG, o país tem agora 1,78 terawatt-hora (TWh) de energia armazenada, de um total de 3,57 TWh de capacidade. A seguir a Portugal, os níveis mais baixos de armazenamento de gás registam-se na Áustria (53,25%), na Holanda (58,39%) e na Alemanha (67,96%), abaixo da média europeia de cerca de 75%.
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