Portugal tem a 8.ª luz mais cara da UE e no gás está em sétimo lugar
Do que os portugueses pagam na fatura da luz, 54% são energia e redes, 29% custos de interesse económico geral (CIEG) e 17% taxas e impostos.
Nos preços da eletricidade a diferença é grande e no gás também. Para melhor. Em meados do ano passado, o Eurostat revelava que os preços da luz em Portugal eram os quartos mais caros da União Europeia, tal como os do gás natural.
Agora, no primeiro semestre de 2021, a Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE) vem mostrar, de acordo com os dados do gabinete de estatística europeu que os preços da energia elétrica em Portugal já estão mais baixos do que Espanha, do que a média da UE27 e também da Zona Euro.
“Portugal é o oitavo país da União Europeia com os preços mais elevados, sendo que os preços mais baixos ocorrem, em geral, nos países do leste da Europa”, refere o boletim da ERSE.
Alemanha, Bélgica, Irlanda, Dinamarca, Espanha, Itália e Áustria são os países europeus que pagam eletricidade mais cara que Portugal. No extremo oposto, os Países Baixos, Hungria, Bulgária, Croácia e Lituânia são os países que pagam mais (entre 0,10 e 0,15 euros por kWh) pela energia que consomem. Portugal está entre os 0,20 e os 0,25 euros por kWh. A Alemanha paga bem mais do 0,30 euros por kWh.
Do que os portugueses pagam na fatura, 54% são energia e redes, 29% custos de interesse económico geral (CIEG) e 17% taxas e impostos. No entanto, o Eurostat engloba tudo e vê os portugueses a pagarem 46% de impostos na conta da luz.
Explica a ERSE que “a componente de taxas e impostos publicada pelo Eurostat, que integra os CIEG, apresenta para Portugal um peso de 46% do preço total pago pelos consumidores. Os CIEG, que estão incluídos nesta componente, representam cerca de 29% do preço total”.
De acordo com o boletim da ERSE, que tem por base informação publicada pelo Eurostat relativa aos preços de eletricidade na União Europeia, no primeiro semestre de 2021, Portugal registou uma descida dos preços de eletricidade nos segmentos doméstico (-1,7%) e não doméstico (-1,8%), face ao semestre homólogo de 2020.
“Observam-se preços médios superiores em Espanha, na Área do Euro e na União Europeia, quer para os consumidores domésticos (cerca de 12%, 10% e 3% acima dos preços de Portugal, respetivamente), quer para os consumidores não-domésticos (cerca de 0,2%, 19% e 11% acima).
Ou seja, face aos vizinhos ibéricos as famílias pagam menos 12% nas faturas e as empresas apenas menos 0,2%.
Entre 2016 e 2018, Portugal observou preços superiores aos de Espanha, da União Europeia e da Área do Euro, situação que se inverteu no primeiro semestre de 2019. O país registou uma descida dos preços de eletricidade no segmento não-doméstico (-1,8%), face ao semestre homólogo de 2020.
Portugal passa da quarta fatura de gás mais cara para a sétima
No que diz respeito ao gás, Portugal também melhorou bastante e ocupa agora o sétimo lugar, depois dos Países Baixos, Dinamarca, França, Eslováquia, República Checa e Áustria. No fim da tabela, com o gás mais barato está a Hungria, Roménia, Bulgária, Croácia e Polónia.
Diz o boletim da ERSE que no primeiro semestre de 2021, Portugal registou uma descida dos preços de gás natural no segmento doméstico (-3,6%), face ao semestre homólogo de 2020. Aqui, as famílias pagam preços mais reduzidos em Espanha (-2,4%) e na União Europeia (-5,8%).
Olhando para a fatura, 73% são energia e redes e 27% impostos e taxas.
No segmento não-doméstico esta descida foi mais acentuada (-15,8%) por se dever, sobretudo, à redução dos preços de aprovisionamento de gás natural nos mercados internacionais.
“Os preços médios de gás natural (sem IVA) praticados em Portugal para os consumidores não-domésticos, no primeiro semestre de 2021, são inferiores aos preços médios de Espanha, aos preços médios dos países da Área do Euro e da União Europeia. Por outro lado, no primeiro semestre de 2021, verifica-se uma subida genérica dos preços de gás natural, em função da recuperação económica que leva a uma maior procura de gás”, diz a ERSE.
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