PIB português está a 3,1% do nível pré-pandemia
Com o crescimento registado no terceiro trimestre, o PIB trimestral está a 3,1% de atingir o valor do quarto trimestre de 2019, o último antes da pandemia. No final do ano estará ainda mais próximo.
A economia portuguesa continuou a recuperar no terceiro trimestre e aproximou-se do nível pré-pandemia. Utilizando apenas os dados trimestrais, o PIB ainda estava cerca de 3,1% abaixo do valor do quarto trimestre de 2019, o último antes da pandemia. É uma diferença de aproximadamente 1,6 mil milhões de euros da produção líquida do país que ainda está por recuperar.
De acordo com os cálculos do ECO com base nos últimos dados disponíveis no Instituto Nacional de Estatística (INE) — os quais poderão ter sido revistos e só serão atualizados daqui a um mês –, o PIB trimestral português estava no terceiro trimestre deste ano cerca de 3,1% abaixo do valor pré-pandemia. A diferença encolheu-se no terceiro trimestre com o crescimento do PIB de 4,2% em termos homólogos e de 2,9% em cadeia (face ao trimestre anterior).
Apesar de Portugal ter crescido acima da média europeia nos últimos dois trimestres, a retoma portuguesa continua a ser mais lenta do que a retoma europeia. De acordo com os cálculos do ECO com base nos últimos dados disponíveis do Eurostat, o PIB da Zona Euro está a apenas 0,6% do nível pré-crise pandémica. Para isso contribuiu o crescimento do PIB de 3,7% em termos homólogos e de 2,2% em cadeia no terceiro trimestre.
Portugal recupera mais lentamente do que a Zona Euro
A diferença no ritmo de recuperação entre Portugal e a União Europeia tem estado no centro do debate político-económico entre o PSD e o PS. Os social-democratas acusam os socialistas de se contentarem com recuperar o PIB em 2022 quando vários países da UE lá chegarão ainda este ano. O contra-argumento do Governo do PS é que Portugal, dado o peso do turismo (atividade fortemente afetada pela pandemia) no PIB, só é comparável com os países europeus onde esse setor também é relevante — como é o caso de Espanha, Itália ou Grécia — e que nesse campeonato a economia portuguesa lidera a retoma económica.
O fosso que ainda separa a economia portuguesa da atualidade da situação pré-crise deverá continuar a encurtar-se no quarto trimestre, se o PIB crescer tal como está previsto. O Governo previa no Orçamento do Estado para 2022 (OE 2022), o qual foi chumbado pelo Parlamento, um crescimento de 4,8% este ano, em linha com a previsão do Banco de Portugal.
Para lá chegar, segundo os cálculos do ECO com base nos dados do INE, o PIB terá de apresentar um crescimento em cadeia de 2% no quarto trimestre, o que corresponderia a um crescimento de 6,2% em termos homólogos. Caso se concretize, o PIB português estará nesse trimestre a 1,1% de alcançar o nível de produção líquida do quarto trimestre de 2019.
Salvo alguma surpresa — como uma maior disrupção das cadeias de valor mundiais, um maior impacto do aumento do preço dos combustíveis ou uma incerteza duradoura da crise política –, a economia portuguesa deverá conseguiu recuperar totalmente no primeiro semestre de 2022. A expectativa do Governo, contando com o OE2022, era crescer 5,5%. Em políticas invariantes, ou seja, sem o Orçamento, mas com o PRR, o Conselho das Finanças Públicas e o Fundo Monetário Internacional apontam para 5,1%.
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