“Quem daqui tem criptomoedas?” Quase toda a Altice Arena levantou a mão
Durante um painel sobre criptoativos, perguntou-se à multidão na Altice Arena quem dali detinha criptomoedas. Quase toda a gente levantou a mão.
Se a evidência empírica vale de alguma coisa, a experiência realizada esta terça-feira na Web Summit em Lisboa tem qualquer coisa de revelador. Simon Robinson, editor global da Reuters, perguntou a uma Altice Arena preenchida quem dali detinha criptomoedas. Quase toda a gente levantou a mão.
Em bom rigor, a composição era pouco heterogénea. No painel estava Tim Draper, multimilionário norte-americano e investidor, que viu potencial na bitcoin bastante cedo. “Para mim, a bitcoin significa liberdade. Isto não é só uma moeda global. É um salto antropológico para a frente”, afirmou, exibindo a já típica gravata com ilustrações da criptomoeda.
Depois do boom de 2017, a euforia em torno das criptomoedas regressou no final de 2020. Continuou até aos dias de hoje, alimentada na expectativa de ganhos rápidos e significativos, mas também no potencial de novas tecnologias ligadas aos criptoativos. A par das alterações climáticas, o tema tem sido recorrente na Web Summit deste ano.
Para Tim Draper, o elevado consumo energético da mineração da bitcoin não é um problema. “Os ‘mineiros’ têm encontrado novas formas de energia”, argumentou, referindo-se à eletricidade produzida a partir de fontes renováveis. O investidor sinalizou ainda que, com a inovação a que se tem assistido nesta vertente, “ao longo do tempo, a bitcoin vai usar cada vez menos energia”.
Com base no Cambridge Bitcoin Electricity Consumption Index, estima-se que o consumo de eletricidade da bitcoin em TWh tem vindo a aumentar desde 2017. O funcionamento da rede da bitcoin requer quantidades elevadas de eletricidade, uma vez que as transações são processadas por milhões de computadores espalhados por todo o planeta, que tentam resolver complexas equações — um mecanismo de consenso chamado “Proof of Work”.
Questionado acerca da decisão da China de proibir as transações com criptomoedas, Tim Draper foi perentório: “Fizeram o pior erro de sempre. É como se, em 1999, o Governo decidisse bloquear a internet. É estúpido”, atirou o investidor. Depois, personalizando a crítica em Xi Jinping, acusou o líder do regime comunista chinês de se “engrandecer à custa do próprio povo”.
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