Governo deixa cair opções do PRR que só será entregue no fim do mês

“Caíram investimentos em infraestruturas rodoviárias” previstos pelo Governo no Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) “por imposição da União Europeia”, revelou o PCP.

O Governo teve de deixar cair algumas opções inscritas no Plano de Recuperação e Resiliência por imposição de Bruxelas, nomeadamente os investimentos em estradas. Ajustes ao plano vão fazer com que a versão final do documento só seja entregue à Comissão Europeia no final do mês.

Caíram investimentos em infraestruturas rodoviárias” previstos pelo Governo no Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) “por imposição da União Europeia”, revelou o dirigente comunista Vasco Cardoso, no final do encontro com o ministro do Planeamento, Nelson de Souza, o secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, Duarte Cordeiro, e o secretário de Estado do Planeamento, Ricardo Pinheiro se vão reunir esta terça e quarta-feira para dar conta das alterações decorrentes do processo de consulta pública do PRR.

Questionado se o Governo detalhou na reunião que investimentos rodoviários caíram, o dirigente comunista disse que não ficou “com uma noção de quais terão ficado pelo caminho, se todos se apenas alguns”. “Mas ficámos claramente com ideia que foi a União Europeia e não o país a decidir isso”, frisou citado pela Lusa. “O pecado original é o PRR ser construído não com prioridades nacionais, mas sim da Europa”, acrescentou em declarações ao ECO. “Há recursos para a ferrovia, mas não para a produção de material circulante. Vamos ter linhas férreas com comboios de empresas estrangeiras”, atirou.

Horas antes, a deputada Inês Sousa Real já tinha revelado ao ECO que “houve questões que acabaram por ter de sair do Plano de Recuperação e Resiliência”. “Há opções que, por colidirem com os princípios de não danificar o ambiente, tiveram de sair do Plano, mas também fruto das conversas com a Comissão Europeia e da consulta pública“, acrescentou a dirigente do Partido Pessoas, Animais e Natureza, o primeiro partido a ser recebido.

Em causa pode estar a barragem do Pisão, para aproveitamento hidráulico no Crato, à qual a Comissão Europeia manifestou fortes objeções nas negociações técnicas que têm estado a decorrer, para garantir uma aprovação rápida, quando a versão final for apresentada, como avançou o Expresso, o Público e a TVI. A Comissão também tinha levantado dúvidas relativamente a outros investimentos inscritos na proposta portuguesa como a construção de estradas, os chamados missing links. No total, estão em causa 944 milhões de euros. O Governo reconheceu depois, ao Observador, que “a Comissão Europeia tem levantado questões” porque entende que estes projetos “não estão suficientemente fundamentados enquanto projetos estruturais ligados às reformas e não estão suficientemente esclarecidos os impactes ambientais”.

O reforço de matérias como a Cultura, que vai ter um capítulo próprio e 244 milhões de euros, ou da economia do mar, que terá 252 milhões de euros do PRR, que o primeiro-ministro anunciou podem indiciar os investimentos iniciais que tiveram de cair. Inês Sousa Real disse que pediu ao Executivo que lhe desse uma versão mais final do Plano, já que apenas lhe foram “apresentadas as linhas gerais e autonomização do plano”. Tanto o PAN como o PSD deram conta, no final da reunião que a verba para a Cultura rondará os 460 milhões de euros, ou seja, um valor mais elevado do que o avançado por António Costa, a semana passada.

O plano afinal só vai ser entregue em Bruxelas no final do mês. “O que nos foi dito foi que houve necessidade de fazer um ajustamento de prazos até ao final do mês, mas querem o quanto antes concluir”, contou a dirigente do PAN. Já o PCP e a deputada não inscrita Cristina Rodrigues deram conta de uma maior urgência: “nos próximos dias”, disse Vasco Cardos; “até ao final da próxima semana”, disse Cristina Rodrigues. No início de fevereiro, o primeiro-ministro anunciava que contava entregar o documento à Comissão Europeia, três semanas depois, até porque não antecipava dificuldades nas negociações.

Dificuldades, antecipa o PSD, poderão surgir ao nível da operacionalização destes apoios. Adão Silva, disse aos jornalistas, o final do encontro, que “pode haver um percalço muito lastimável” devido aos atrasos de dez países em ratificar os recursos próprios da União, mas também “a entrada em cena do Tribunal Constitucional alemão”. “Podemos chegar ao final da presidência portuguesa sem que seja utilizada esta verba do plano europeu”, admitiu o deputado social democrata.

O PSD saiu do encontro com a equipa governamental sem ficar com uma ideia clara de quais os contributos do partido que foram incorporados na proposta final, mas antecipa que “não terão sido considerados” como estavam à espera. Mas Adão Silva foi claro em concluir a partir dos “breves tópicos” que foram apresentados ao grupo parlamentar do PSD que o reforço dos apoios às empresas foi um dos “aspetos que não evoluiu como deveria”.

Quem ainda espera evoluções nas negociações é o PAN, já que esta foi apenas “uma primeira reunião de entre muitas”. “Ainda não está fechado o diálogo entre nós em relação ao Plano”, disse Inês Sousa Real. “Esta semana ainda vamos continuar o diálogo que foi encetado esta terça-feira”, acrescentou, explicando ainda que esta discussão está interligada com a execução do próprio Orçamento do Estado, porque há matérias, como o ambiente, que cruzam de forma muito profunda com o PRR.

O PAN quer ver um maior esforço no combate à pobreza e à erradicação de barracas também nas áreas metropolitanas e saiu do encontro com a garantia de que o PRR também pode intervir nessas áreas. Um problema de habitação a médio prazo com a perda de rendimentos devido à pandemia.

O PCP, por seu turno, diz que “o Governo está a ultimar o documento”, mas que isso não os impedirá de “densificar posteriormente alguns aspetos”, apesar da “discussão do PRR em si estar arrumada”, disse ao ECO Vasco Cardoso. Mas os comunistas consideram que o PRR não é a única fonte de financiamento do investimento público, até porque o Plano “deixa muita coisa de fora”.

Já no encontro com o Bloco de Esquerda, a equipa ministerial apenas avançou informações que já eram públicas. “O que tivemos hoje foram informações que já eram públicas“, disse ao ECO a deputado do Bloco de Esquerda. Isabel Pires disse mesmo que “foi uma reunião muito rápida”, na qual “não houve nada de novo”.

A nenhum dos partidos ouvidos esta terça-feira foi dada qualquer informação sobre o impacto macroeconómico do Plano.

(Notícia atualizada novamente às 18h29)

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Detida presidente da Câmara de Vila Real de Santo António

  • Lusa
  • 13 Abril 2021

Fonte da autarquia adiantou que a autarca foi detida “à saída de casa”, quando se dirigia para o município. Em causa estão suspeitas de irregularidades num negócio imobiliário em Monte Gordo.

A presidente da Câmara de Vila Real de Santo António, Conceição Cabrita, foi detida esta terça-feira pela Polícia Judiciária (PJ) por suspeitas de irregularidades num negócio imobiliário em Monte Gordo, disse à Lusa fonte da autarquia.

Segundo a mesma fonte, a autarca (PSD) foi detida “à saída de casa”, quando se dirigia para o município, onde iria participar numa reunião de câmara, que acabou por se realizar sem a sua presença.

A mesma fonte acrescentou que a sede do município está desde esta manhã a ser alvo de buscas por parte da PJ, que está a investigar alegadas irregularidades num negócio imobiliário na freguesia de Monte Gordo, no distrito de Faro.

Conceição Cabrita foi eleita pelo PSD em 2017 para presidir ao município de Vila Real de Santo António, depois de ter sido vereadora e vice-presidente do anterior presidente, Luís Gomes, mas já tinha anunciado que não se iria recandidatar ao cargo nas eleições deste outono.

A Lusa questionou a Polícia Judiciária (PJ) e a Procuradoria-Geral da República (PGR) sobre os motivos da detenção e a possível existência de mais detidos nesta operação, mas não obteve resposta até ao momento.

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Construção trava com confinamento, mas salários crescem 0,6%

O setor da construção também foi afetado pelo segundo confinamento, mostrando uma redução da atividade face a fevereiro de 2020. Mas os salários mantêm o crescimento homólogo.

A construção tem conseguido resistir melhor à crise pandémica, mas não é imune aos seus impactos. Os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) divulgados esta terça-feira revelam que a produção no setor agravou a contração em fevereiro deste ano, mostrando uma queda de 3,4% face ao mesmo mês do ano passado. Contudo, os salários continuam a crescer em termos homólogos.

A atividade na construção esteve a cair 2,6% em termos homólogos tanto em janeiro como em dezembro, mas intensificou a quebra em fevereiro, um mês em que o país esteve em confinamento mais apertado. Ainda assim, o índice de produção ainda não caiu tanto quanto no primeiro confinamento em chegou a cair mais de 8% em termos homólogos, como é visível no gráfico do INE.

Fonte: Instituto Nacional de Estatística (INE).

De notar que estes dados são médias móveis de três meses — o que alisa a curva do indicador — e que são ajustados dos efeitos de calendário e sazonalidade. O Índice de Produção na Construção tem como objetivo mostrar, com periodicidade regular, a evolução do volume da produção no curto prazo“, explica o gabinete de estatísticas, assinalando que “este índice fornece uma medida da tendência do valor acrescentado em volume ao longo de um dado período de referência”.

A atividade pode estar a cair ainda mais, mas isso não se reflete nos salários. Em comparação com fevereiro de 2020, as remunerações continuaram a registar uma subida (+0,6%) em fevereiro de 2021, o que representa uma pequena aceleração face aos 0,5% registados em janeiro.

Contudo, ao contrário do que aconteceu em janeiro em que teve uma variação nula, o índice de emprego registou uma queda homóloga de 0,7% em fevereiro, regressando a terreno negativo (onde esteve a maior parte do ano).

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Confiança no investimento na Alemanha cai em abril, após quatro meses a subir

  • Lusa
  • 13 Abril 2021

O centro de investigação económica europeia alemão (ZEW) informou esta terça-feira que o seu índice de confiança no investimento caiu 5,9 pontos em abril para 70,7 pontos.

A confiança no investimento na Alemanha caiu em abril, depois de quatro meses consecutivos de aumentos, devido ao receio de confinamentos mais apertados, foi anunciado esta terça-feira.

O centro de investigação económica europeia alemão (ZEW) informou esta terça-feira que o seu índice de confiança no investimento caiu 5,9 pontos em abril para 70,7 pontos, contra 76,6 pontos em março.

Esta é a primeira queda desde novembro de 2020, embora as expectativas se mantenham num “um nível muito elevado”, de acordo com o ZEW.

A avaliação da situação atual na Alemanha melhorou para -48,8 pontos em abril, mais 12,2 pontos que no mês anterior e o mesmo nível registado em março de 2020.

“Os peritos do mercado financeiro estão menos eufóricos do que no mês passado“, disse o presidente do ZEW, Achim Wambach.

Os receios de que possa ocorrer um confinamento mais severo atenuam as expectativas de consumo privado, embora as perspetivas de exportação tenham melhorado em relação ao mês anterior, acrescentou Wambach.

As expectativas dos peritos do mercado financeiro para a zona euro também caíram em abril, ao baixarem para 76,3 pontos, menos 7,7 pontos que no mês anterior.

Mas a avaliação da situação atual na zona euro melhorou para -65,5 pontos, mais 4,3 pontos do que em março.

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Taxa de inflação homóloga estabiliza nos 0,5% em março

  • Lusa
  • 13 Abril 2021

Preços dos produtos alimentares não transformados registaram uma variação homóloga de 1,3% em março.

A variação homóloga do Índice de Preços no Consumidor (IPC) manteve-se nos 0,5% em março, taxa idêntica à do mês anterior e em linha com a estimativa rápida anteriormente avançada, anunciou hoje o INE.

Segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE), o indicador de inflação subjacente (índice total excluindo produtos alimentares não transformados e energéticos) registou uma variação homóloga de 0,1%, taxa inferior em 0,6 pontos percentuais à registada em fevereiro.

O agregado relativo aos produtos alimentares não transformados registou uma variação homóloga de 1,3% em março (1,4% no mês precedente), enquanto o índice referente aos produtos energéticos apresentou uma taxa de variação de -2,4% (-3,0% no mês anterior).

Por classes de despesa e face ao mês precedente, o INE destaca o aumento das taxas de variação homóloga das classes dos ‘transportes’ e do ‘lazer, recreação e cultura’, com variações de 2,5% e 0,9%, respetivamente (-0,7% e 0,1% no mês anterior).

Em sentido oposto, assinala a diminuição das taxas de variação homóloga das classes dos ‘restaurantes e hotéis’ e do ‘vestuário e calçado’, com variações de -0,6% e -3,3%, respetivamente (0,5% e -2,4%, pela mesma ordem, no mês anterior).

Nas classes com contribuições positivas para a variação homóloga do IPC destacam-se os ‘transportes’, a ‘saúde’ e os ‘bens alimentares e bebidas não alcoólicas’, enquanto nas classes com contribuições negativas sobressai a classe do ‘vestuário e calçado’.

Comparando com o mês precedente, em março é de salientar o aumento da contribuição para a variação homóloga do IPC da classe dos ‘transportes’.

Em sentido contrário, o INE sublinha a redução da contribuição das classes do ‘vestuário e calçado’ e dos ‘restaurantes e hotéis’.

Em termos mensais, o IPC apresentou uma variação de 1,4% em março (-0,5% no mês anterior e 1,4% em março de 2020). Excluindo os produtos alimentares não transformados e energéticos, a variação do IPC foi 1,5% (-0,6% no mês anterior e 2,1% em março de 2020).

Já a variação média dos últimos 12 meses manteve-se nula.

O Índice Harmonizado de Preços no Consumidor (IHPC) português registou variação homóloga de 0,1%, taxa inferior em 0,2 pontos percentuais à do mês anterior e inferior em 1,2 pontos percentuais ao valor estimado pelo Eurostat para a área do Euro (em fevereiro de 2021, esta diferença foi de 0,6 pontos percentuais).

A variação mensal do IHPC foi de 1,5% (-0,5% no mês anterior e 1,6% em março de 2020) e a variação média dos últimos 12 meses foi de -0,2% (valor idêntico ao do mês precedente).

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UE aposta de novo em consórcio português que gerou investimento de 44,1 milhões em renováveis

Bruxelas vai investir de novo um milhão de euros no projeto Ponto Energia, com a ADENE e a RNAE, num investimento potencial de mais 65 milhões de euros em renováveis e eficiência energética.

A aposta foi certeira: há três anos a Comissão Europeia destinou a fundo perdido um milhão de euros para o projeto Ponto Energia (ou BundleUp, como é designado formalmente), um consórcio composto por oito empresas e organizações portuguesas para fomentar projetos de energia renovável e eficiência energética no país. Hoje, esta iniciativa já multiplicou mais de 44 vezes o investimento inicial — para 44,1 milhões de euros — com 61 projetos concluídos.

Tendo em conta estes resultados, a UE vai agora investir de novo um milhão de euros no projeto, mas desta vez com dois novos parceiros que vão permitir a abrangência nacional do projeto — a ADENE e a RNAE — num investimento potencial já identificado de mais 65 milhões de euros.

“Com o novo apoio da Comissão Europeia, o projeto vai ter continuidade por pelo menos mais três anos, e agora com maior ambição, com a ADENE e a RNAE a trazerem alcance nacional, incluindo ainda pelo menos um projeto de mobilidade elétrica e uma maior abrangência da economia social”, esclareceu em comunicado Manuel Nina, cofundador e CCO da GoParity, a empresa que coordena o Ponto Energia.

O projeto prevê um investimento de pelo menos 15 milhões de euros em eficiência energética e energia renovável e mais de 50 milhões de euros de potenciais projetos já identificados no setor público, privado e social.

O Ponto Energia é um projeto financiado pelo Horizonte 2020, programa europeu para estimular a investigação e inovação, coordenado pela GoParity e promovido por um consórcio de oito entidades – Agência de Energia do Porto, Agência Municipal de Energia de Almada, Município de Cascais, Agência de Energia e Ambiente da Arrábida, Energaia, Eupportunity, GoParity e SRS Advogados.

Arrancou em 2018 com a missão de potenciar projetos públicos e privados de energia renovável e eficiência energética em Portugal, através da captação de investimento, capacitação para a escala e agilização dos processos burocráticos.

Desde o investimento inicial, o Ponto Energia já potenciou a criação de 61 projetos de energia, nomeadamente de iluminação pública LED, energia solar para autoconsumo, painéis solares, eficiência energética em edifícios e sistemas de climatização eficientes, em mais de 20 cidades portuguesas (como Setúbal, Espinho, Almada, Porto, Lisboa e Faro), para entidades do setor da indústria, retalho, escolas, pavilhões desportivos, habitação social, IPSS e municípios, que representam um investimento de €44.121.261.

Quase dois milhões de euros foram garantidos na plataforma de crowdlending para projetos de sustentabilidade GoParity, com recurso à sua comunidade de 11 mil investidores, o restante investimento alavancado pelo Ponto Energia foi proveniente de fundos públicos e capitais próprios dos interessados (públicos e privados).

De entre os parceiros, a maior fatia de investimento em eficiência energética foi realizada pela Agência de Energia do Porto, com 21 milhões de euros investidos em eficiência energética e autoconsumo em edifícios municipais, seguindo-se a AGENEAL (Agência de Energia de Almada), a Energaia, a ENA (a Agência de Energia da Arrábida), os projetos financiados em crowdfunding por empréstimo pela GoParity e o município de Cascais (a Cascais Próxima).

No total dos projetos foram instalados 3,5 MW de potência de sistemas fotovoltaicos que produzem 5,3 GWh de energia limpa por ano, e aplicadas medidas de eficiência energética que permitem poupar 44,2 GWh de energia e evitar a emissão de 17.827 toneladas de CO2 todos os anos (equivalente à capacidade de absorção anual de 810.318 árvores).

Em resposta a uma convocatória aberta da Comissão Europeia (novamente do Horizonte 2020), a GoParity propôs um projeto de follow-up com um consórcio mais pequeno de abrangência nacional. Contando com a ADENE, a RNAE e a SRS Advogados, o novo projeto – denominado BundleUp NEXT, vai alavancar os resultados do primeiro aumentando a sua abrangência.

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Parecer independente sobre concurso anulado à Efacec na Noruega não é vinculativo

  • Lusa
  • 13 Abril 2021

O parecer do Conselho de Recursos de Concursos Públicos (KOFA) norueguês acerca do concurso anulado à Efacec na Noruega já foi recebido e não é vinculativo.

O parecer do Conselho de Recursos de Concursos Públicos (KOFA) norueguês acerca do concurso anulado à Efacec na Noruega já foi recebido e não é vinculativo, disse esta terça-feira a entidade independente à Lusa. “Posso confirmar que o Conselho de Recursos de Concursos Públicos norueguês (KOFA) recebeu uma queixa da Efacec relativamente ao concurso de uma central de biogás”, pode ler-se numa resposta dada por uma consultora da KOFA, Line Rakner, à Lusa.

Na terça-feira a imprensa norueguesa (E24 e Romerikes Blad) já tinha avançado que a queixa já tinha dado entrada, sem que tenha efeitos vinculativos. “As decisões relativamente a este tipo de falhas nos concursos são consultivos. Isto significa que as decisões não têm um efeito legal vinculativo para as partes“, explica a responsável. Para isso, contribui o facto de o concurso ter sido cancelado, pelo que “nenhum contrato deu entrada baseado neste concurso”.

Segundo a KOFA, a empresa portuguesa “argumenta que a entidade contratante não cumpre os regulamentos dos concursos públicos ao excluir a Efacec do concurso”. “A entidade contratante considerou que a Efacec não cumpriu os critérios de seleção relacionado com a situação económica e financeira. A Efacec também argumenta que a formulação dos critérios de seleção não é suficientemente clara”, pode ler-se na resposta desta terça-feira à Lusa.

A entidade independente norueguesa refere ainda que “atualmente, demora cerca de 200 dias a partir da data que a queixa é recebida para o KOFA chegar a uma decisão”. O Conselho refere ainda que pela sua independência não recebeu contactos de outras entidades, nomeadamente o Ministério norueguês dos Negócios Estrangeiros.

Em fevereiro, uma porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros norueguês disse à Lusa que as preocupações portuguesas acerca do cancelamento do concurso ganho pela Efacec foram comunicadas às autoridades relevantes. “As preocupações das autoridades portuguesas foram comunicadas às autoridades relevantes em Oslo“, responde à Lusa Siri Svendsen, porta-voz do MNE norueguês, após a diplomacia portuguesa ter expressado preocupação acerca de um cancelamento de um concurso de 21 milhões de euros ganho pela Efacec para uma central de biogás nos arredores de Oslo.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) português viu a anulação de um concurso ganho pela Efacec na Noruega “com muita preocupação”, segundo disse fonte oficial à Lusa. Em dezembro, a Lusa noticiou que a empresa norueguesa Cambi, concorrente da Efacec no concurso, contestou-o devido às anteriores ligações acionistas à empresária Isabel dos Santos.

Aquando da notícia da anulação do concurso, a empresa portuguesa realçou que “não deixa de ser estranho, igualmente, o facto da queixa da empresa concorrente da Efacec, que originou esta situação, ter sido desestimada pela entidade reguladora dos concursos públicos norueguesa – KOFA – e mais ainda pelo facto de a NRA ter defendido a escolha da Efacec publicamente”.

A Efacec afirmava então que se encontrava “a analisar todas as opções legais para recorrer desta decisão, que não compreende e que não aceita”, acrescentando que defenderá a sua reputação “até às últimas consequências, pelo respeito por todos os seus colaboradores, parceiros, clientes, fornecedores e acionistas”.

De acordo com declarações do diretor-geral da Nedre Romerike Avløpsselskap (NRA), Thomes Trømborg, ao jornal norueguês E24, a Efacec foi desqualificada porque já não cumpria os requisitos de “solidez financeira”. Em dezembro, a NRA anunciou que pretendia “acordar com a portuguesa Efacec a construção de uma central de biogás orientada para o futuro”, localizada no município de Lillestrøm, a cerca de 20 quilómetros da capital Oslo.

De acordo com uma reportagem publicada então no jornal norueguês E24, a oferta da Efacec foi 140 e 162 milhões de coroas norueguesas (cerca de 13,3 e 15,4 milhões de euros, respetivamente) mais baixa do que a das concorrentes, entre as quais a Cambi.

Segundo documentação a que a Lusa teve acesso, a Cambi apresentou queixas junto da NRA e um recurso junto do Conselho de Recursos de Contratos Públicos norueguês (KOFA), devido ao facto da anterior acionista maioritária da Efacec ser a empresária Isabel dos Santos, implicada nos ‘Luanda Leaks’, e também devido ao preço.

Em resposta à Cambi, a advogada Marianne Dragsten, que representa a contratante do projeto NRA, referiu então que “não há base suficiente para acionar o direito à rejeição da Efacec como resultado de alegações de corrupção contra Isabel dos Santos”. No entanto, em fevereiro, a NRA acabou por cancelar o concurso.

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Uma em cada 10 empresas corre risco de fechar devido à morosidade nos pagamentos

  • Lusa
  • 13 Abril 2021

Incumprimento de pagamentos gera "importantes tensões de liquidez" e é "especialmente desestabilizador" nas operações das empresas mais pequenas, diz o estudo da Crédito y Caución e Iberinform.

Uma em cada 10 empresas portuguesas admite que corre o risco de encerrar devido à morosidade nos pagamentos, revela esta terça-feira um estudo promovido pela Crédito y Caución e pela Iberinform. O estudo de Gestão de Risco de Crédito permitiu saber que “66% das empresas portuguesas sofrem o impacto negativo da morosidade nos pagamentos nas suas contas de resultados e 10% afirma que corre o risco de fechar pelo impacto dos incumprimentos” nos pagamentos ao nível dos negócios que realizam entre si.

Nesse sentido, o estudo alerta para o facto de a falta de controlo sobre a morosidade nos pagamentos ser “um risco para a atividade empresarial”. E prossegue: “O incumprimento de pagamentos acordados gera importantes tensões de liquidez numa situação como a atual e é especialmente desestabilizador nas operações das empresas mais pequenas”. Caso se chegue ao não pagamento de uma venda comercial a crédito, a perda equivale aos custos de produção do produto, refere o estudo.

O impacto de um incumprimento comercial, por sua vez, acentua-se quanto “menor for a margem de lucro”, na medida em que multiplica o número de vendas com clientes solventes necessárias para compensar a perda. “Se uma empresa com uma margem comercial de 10% sofre um incumprimento de 10.000 euros, deverá gerar um novo negócio de 100.000 euros para compensar o impacto dos 9.000 euros em custos de produção”, esclarece.

O estudo refere ainda que 42% das empresas portuguesas apresenta um aumento dos seus custos financeiros devido à morosidade nos pagamentos entre as empresas e 33% enfrenta perdas de rendimentos significativas. Outras consequências detetadas têm a ver com a expansão comercial e os novos investimentos. O estudo, a este nível, permitiu saber que 28% das empresas veem-se obrigadas a travar a sua expansão comercial e 26% a limitar os seus novos investimentos.

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Portugal acima da média da UE na adoção de inteligência artificial pelas empresas

Em 2020, 7% das empresas na União Europeia (UE) usavam aplicações de inteligência artificial (IA), com Portugal a registar 9%, acima da média europeia.

À medida que a tecnologia avança, a inteligência artificial (IA) está cada vez mais presente no dia-a-dia das pessoas e das empresas. No ano passado, 7% das empresas com mais de dez trabalhadores em toda a União Europeia (UE) já se tinham rendido à IA, com Portugal acima da média europeia (9%), mostram os dados do Eurostat publicados esta terça-feira.

São quatro as principais aplicações de IA e os mesmos dados permitem perceber a adesão a cada uma: no ano passado, 2% das empresas europeias usaram aplicações para analisar dados internamente, enquanto 1% analisou esses dados com recurso a dispositivos de reconhecimento de fala.

Os chatbots foram usados por 2% das empresas em conversas virtuais, enquanto a mesma percentagem recorreu a robôs para a realização de certas tarefas de limpeza ou outros trabalhos repetitivos.

Uso da inteligência artificial nas empresas da União Europeia em 2020.Eurostat

Analisando a tendência entre todos os Estados-Membros da UE, a Irlanda ocupa uma posição de liderança, com 23% das empresas com mais de dez trabalhadores a usarem uma destas quatro formas de IA em 2020. Atrás aparece Malta (19%), Finlândia (12%) e Dinamarca (11%).

Portugal surge acima da média europeia, na sétima posição, com 9% das empresas a renderem-se à IA, mostram os mesmos dados. Numa análise mais fina, percebe-se que 3% das empresas usa a IA para analisar dados internamente, enquanto outros 3% usam robôs para realizar certas tarefas. Ainda 3% recorrem a chatbots para respostas virtuais, enquanto 1% analisaram dados com dispositivos de reconhecimento de fala.

No lado oposto, as percentagens mais baixas foram observadas na Letónia (2%), Eslovénia, Hungria, Chipre (3% cada) e Polónia (4%).

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Sérgio Monteiro: Expectativa inicial era Novo Banco pedir no máximo 1,5 mil milhões ao Fundo de Resolução

Sérgio Monteiro, consultor contratado pelo Banco de Portugal para vender o Novo Banco, revelou que se esperava que banco pedisse no máximo cerca de 1,5 mil milhões ao mecanismo de capital contingente.

Aquando da venda do Novo Banco ao Lone Star, em 2017, foi criado o mecanismo de capital contingente de 3,89 mil milhões de euros para proteger o banco face às perdas com um conjunto de ativos. Sérgio Monteiro, consultor contratado pelo Banco de Portugal para concluir a alienação da instituição, revelou esta terça-feira no Parlamento que a “expectativa central” na altura era de que o Novo Banco viesse a solicitar no máximo 1,5 mil milhões de euros ao Fundo de Resolução. Até hoje, contudo, os pedidos superam os três mil milhões.

“Os cenários de previsão de utilização do mecanismo de capital contingente iam de zero de utilização até ao extremo, isto é, era sempre possível admitir, mesmo com probabilidade baixa, que todo o mecanismo de capital contingente fosse utilizado. A expectativa central naquela altura era que as perdas dos ativos que faziam parte do mecanismo de capital contingente fossem um pouco superiores a 1.500 milhões de euros”, adiantou Sérgio Monteiro na comissão de inquérito ao Novo Banco.

“Se tudo corresse mal do ponto de vista de capital, essa era a utilização máxima pois mesmo que houvesse muitas necessidades de capital, se não houvesse perdas do mecanismo de capital contingente, nunca poderia ser chamado mais do que esse valor. Mas não era expectável que, mesmo com perdas de mais de 1,5 mil milhões de euros, que a totalidade fosse utilizada porque se esperava que o requisito de capital baixasse por parte do BCE. Portanto, desse ponto de vista, a utilização máxima estava limitada a 1,5 mil milhões”, acrescentou o responsável.

Esta expectativa acabou por não se cumprir, tendo em conta que o Novo Banco já pediu ao Fundo de Resolução cerca de 3,5 mil milhões de euros.

Sérgio Monteiro foi também confrontado com declarações do primeiro-ministro António Costa, que disse em 2017 que a operação de venda não ia ter impacto nas contas públicas. Era possível ter dito isto? “Não sei o que lhe responder à pergunta concreta. O impacto [nas contas públicas] que existia era nulo na assinatura e era contingente para o futuro e e era do conhecimento de todos”, afirmou.

O consultor contratado pelo Banco de Portugal revelou ainda os dois planos B que estavam em cima da mesa caso a venda do Novo Banco tivesse falhado novamente. “Um deles era uma nova resolução sobre o Novo Banco. A alternativa em face do enquadramento legal que as autoridades europeias viam era a sua liquidação”.

O consultor (antigo secretário de Estado do Governo de Passos Coelho) disse que a Comissão Europeia duvidava da viabilidade do Novo Banco, mesmo com o mecanismo de capital contingente.

“Não existia a perceção por parte das autoridades que o banco fosse ainda assim viável, mesmo com os 3,89 mil milhões de euros de mecanismo de capital contingente, a perceção que a Comissão Europeia tinha era de que o banco não era viável. Mas eles também achavam que o banco não era especialmente importante para a economia e poderia perfeitamente ser liquidado sem problema”, afirmou.

Bruxelas travou Fundo de Resolução na administração do Novo Banco com medo de influência nos pedidos de capital contingente

Segundo Sérgio Monteiro, o Fundo de Resolução ainda acordou com o fundo Lone Star a entrada para o conselho de administração do Novo Banco, mas essa intenção acabou por ser travada pela autoridade da concorrência europeia, a DG-Comp, que tinha o receio de que os administradores nomeados pelo fundo pudessem “exercer uma magistratura de influência” para minimizar os pedidos do mecanismo de capital contingente.

“Havia o risco de ser adotado conjunto de decisões que eram contrárias ao interesse do Fundo de Resolução que, na medida do possível, procurámos acautelar com essa situação nomeação de administradores. [Isso] não aconteceu por decisão/requisito da Comissão Europeia, nomeadamente a DG Comp que se opôs liminarmente à existência de administradores por parte do Fundo de Resolução dizendo, na prática, que eles exerceriam uma magistratura de influência para que porventura perdas não fossem reconhecidas no sentido de minimizar a probabilidade de utilizar o mecanismo de capital contingente”, expôs Sérgio Monteiro.

Como alternativa, foi criada a comissão de acompanhamento para fiscalizar o cumprimento do acordo de capital contingente, designadamente a venda, mas foi “um remendo” e uma “solução subótima” face à oposição de Bruxelas quanto à nomeação do Fundo de Resolução para a administração do Novo Banco.

No arranque da audição, Sérgio Monteiro disse ter recebido 450 mil euros durante os 26 meses em que esteve a assessorar o Banco de Portugal na operação de venda do Novo Banco. “O que dá, para os 26 meses, uma média de 17,5 mil euros brutos, multiplicado por 12 meses”, afirmou. “Pediram-me que pudesse fazer a coordenação operacional de uma equipa que já existia e levar a cabo o objetivo de vender, na modalidade que fosse decidida posteriormente”, disse.

(Notícia atualizada às 12h25)

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Entrevista a Paulo Farinha Alves, sócio da PLMJ. Edição de abril da Advocatus nas bancas

  • ADVOCATUS
  • 13 Abril 2021

Na Advocatus de abril pode ler a entrevista ao sócio da PLMJ, Paulo Farinha Alves, um especial sobre o impacto da pandemia nos escritórios, e ainda uma análise ao regime de transparência fiscal.

Paulo Farinha Alves é sócio na área de Resolução de Litígios da PLMJ. Possui mais de 30 anos de experiência em direito penal, crimes de “colarinho-branco”, compliance e direito do desporto. À Advocatus, não poupa críticas à forma como a Justiça é ‘gerida’ em Portugal.

Sugere a redução das férias judiciais para este ano, admite que já foi percorrido um longo caminho na prevenção da corrupção, crítica o excesso de alterações legislativas em Portugal e sublinha que o Governo errou ao decidir relaxar medidas de confinamento no Natal. Critica ainda a falta de meios no Ministério Público e realça várias vezes, ao longo da entrevista, os perigos de caminharmos para uma justiça de tabloide.

Paulo Farinha Alves, sócio da PLMJ, em entrevista ao ECO/Advocatus - 10MAR21
Paulo Farinha Alves, sócio da PLMJHugo Amaral/ECO

Um ano depois do início da pandemia, o setor da advocacia mudou de hábitos e tornou-se mais digital. A pandemia trouxe desafios muito exigentes e estratégicos a todas as empresas, e as sociedades de advogados não foram exceção. A Advocatus foi perceber como está o estado de saúde da advocacia de negócios.

Se no país vizinho, Espanha, as firmas de advogados podem optar qual o regime fiscal que pretendem ser tributadas: como empresa ou a título individual, em Portugal, os advogados são tributados como sócios e não como empresa, o que faz com que paguem valores muito altos de impostos a título individual. O regime de transparência fiscal dos advogados está em vigor há mais de 30 anos. Os tempos mudaram e a realidade é outra. A Advocatus foi perceber junto dos profissionais e do bastonário como funciona este regime e o que é preciso mudar.

Rita Garcia Pereira é a advogada do mês desta edição. A advogada especializada em direito do trabalho esteve à conversa com a Advocatus e fez um balanço sobre o impacto da pandemia no setor laboral. Segundo Rita Garcia Pereira, as ações de despedimento coletivo são das que mais demoram, sendo um dos pontos que o legislador se deve debruçar. Apesar do crescente desencanto, quer com a própria classe profissional, quer com a forma como os advogados têm sido sucessivamente tratados pelos diversos Governos, se fosse hoje, mantinha a decisão de ingressar em direito.

A SRS Advogados realizou contrato de negociações entre o Governo, a Transtejo e a Soflusa naquele que foi o primeiro contrato de concessão de serviço público celebrado ao abrigo das novas regras europeias. Descubra todos os pormenores da operação na rubrica negócio do mês da 125.ª edição.

Enes Cabral Advogados - 05MAR21
Susana Enes e Pedro de Almeida CabralHugo Amaral/ECO

A Enes | Cabral é o mais recente escritório de advocacia de negócios em Portugal. Fundado por Susana Enes e Pedro de Almeida Cabral, o foco do escritório, a nível externo, é a prestação de serviços assentes em relações de confiança e de proximidade com os clientes. Apesar da ansiedade inicial, os sócios fundadores revelaram um sentimento de “realização”. Descubra todos os pormenores na rubrica sociedade do mês.

A Advocatus de abril já se encontra nas bancas. Assine a revista aqui.

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Variante britânica do coronavírus é mais contagiosa mas não provoca casos mais graves

  • ECO
  • 13 Abril 2021

Segundo o The Wall Street Journal, um estudo publicado na revista Lancet Infectious Diseases veio confirmar que a estirpe britânica é mais infeciosa em comparação com anteriores variantes.

Apesar da maior rapidez de transmissão, a variante britânica do novo coronavírus não resulta em casos mais graves da doença entre pacientes hospitalizados, de acordo com um novo estudo publicado na revista científica Lancet Infectious Diseases e citado esta terça-feira pelo The Wall Street Journal (acesso condicionado, conteúdo em inglês).

A investigação desenvolvida por uma médica da University College London revela que aqueles que, no final do ano passado, foram infetados pela variante B.1.1.7 do novo coronavírus tinham uma maior carga viral no seu sistema, quando comparados com pacientes que tinham apanhado a doença através de outras estirpes surgidas anteriormente. Ou seja, a variante britânica é mais infecciosa do que as restantes estudadas.

Porém, não se registou uma maior taxa de mortalidade nos doentes hospitalizados graças à estirpe ligada ao Reino Unido, nem as consequências da doença foram mais severas nestes indivíduos. “Caso necessite de hospitalização, não ficará pior com esta variante, em comparação com a anterior estirpe do vírus”, referiu Eleni Nastouli, principal autora do artigo publicado na revista Lancet Infectious Diseases, citada pelo The Wall Street Journal.

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