Vistos gold: Investimento cai 38% em agosto para 35,3 milhões mas sobe face a julho

  • Lusa
  • 19 Setembro 2021

O investimento captado através dos vistos gold cresceu 59,7% face a julho (22,1 milhões de euros), apesar de ter caído em termos homólogos.

O investimento captado através dos vistos ‘gold’ recuou 38% em agosto, em termos homólogos, para 35,3 milhões de euros, mas subiu quase 60% face ao mês anterior, segundo contas feitas pela Lusa com base nos dados do SEF.

Em agosto, o investimento resultante do programa de Autorização de Residência para Investimento (ARI) somou 35.333.660,06 euros, menos 38,7% face a igual mês de 2020 (57,6 milhões de euros). Face a julho (22,1 milhões de euros), o investimento cresceu 59,7%.

De acordo com os dados estatísticos do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), em agosto foram concedidos 64 ARI, dos quais 56 por via da aquisição de bens imóveis (16 para reabilitação urbana) e oito através do critério de transferência de capitais.

A compra de bens imóveis totalizou em agosto um investimento de 30,4 milhões de euros, dos quais 5,9 milhões de euros para reabilitação urbana, enquanto a transferência de capitais somou mais de 4,8 milhões de euros. Por países, foram concedidos 19 vistos ‘dourados’ à China, nove aos Estados Unidos, cinco à Rússia, três ao Canadá e outros três ao Brasil.

Nos primeiros oito meses do ano foram atribuídos 550 vistos ‘gold’, dos quais 55 em janeiro, 100 em fevereiro, 73 em março, 98 em abril, 52 em maio, 67 em junho, 41 em julho e 64 em agosto. Neste período, o investimento captado por via deste instrumento totalizou 295,1 milhões de euros, um recuo de cerca de 40% face aos mais de 496 milhões de euros registados nos primeiros oito meses de 2020.

O programa de concessão de ARI, lançado em outubro de 2012, registou até julho último – em termos acumulados – um investimento de 5.934.165.237,77 euros. Deste montante, a maior parte continua a corresponder à compra de bens imóveis, que ao fim de quase nove anos (desde outubro de 2012) de programa soma 5.367.959.163,13 euros, sendo que a compra para reabilitação urbana totaliza 325.117.549,43 euros.

O investimento resultante da transferência de capitais é de 566.206.074,64 euros. Desde a criação deste instrumento, que visa a captação de investimento estrangeiro, foram atribuídos 9.875 ARI: dois em 2012, 494 em 2013, 1.526 em 2014, 766 em 2015, 1.414 em 2016, 1.351 em 2017, 1.409 em 2018, 1.245 em 2019, 1.182 em 2020 e 550 em 2021.

Até agosto foram atribuídos 9.321 vistos por via de compra de imóveis, dos quais 901 tendo em vista a reabilitação urbana. Por requisito da transferência de capital, os vistos concedidos totalizam 598 e 20 por criação de postos de trabalho. Por nacionalidades, a China lidera a atribuição de vistos (4.972), seguida do Brasil (1.031), Turquia (472), África do Sul (412) e Rússia (393). Desde o início do programa foram atribuídas 16.841 autorizações de residência a familiares reagrupados, das quais 791 este ano.

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Love in a Box saiu da caixa na pandemia e agora faz casas de madeira à medida para crianças

Um ano depois do lançamento da Love In a Box, a marca já chegou a cerca de oito países e constrói cerca de 100 casinhas por mês. Brevemente vai lançar uma marca dedicada aos mais graúdos.

Com a chegada da pandemia, alguns negócios ficaram completamente paralisados. A Nevermind, empresa nortenha, criada em março de 2019, que se dedicava-se à organização de eventos para crianças em shoppings e espaços públicos foi apenas mais um. Um ano depois do lançamento, a Covid-19 trocou-lhe as voltas ao forçar o cancelamento de todos os eventos. No entanto, baixar os braços não foi opção e a empresa acabou por sair da caixa, encontrando no mobiliário infantil uma oportunidade de negócio.

Susana Silva, uma das sócias a empresa, conta ao ECO que aproveitou o know-how da Nevermind, que já se dedicava à construção de parques infantis, parques aventura, piscina de bolas, carrosséis, pistas de gelo e casinhas para grandes superfícies. Perante a impossibilidade de trabalhar decidiram reinventar a marca para salvaguardar os postos de trabalho. Com as crianças fechadas em casa e impossibilitas de brincar nos parques, Susana Silva, mãe de dois filhos, teve a ideia de trazer o parque e as casinhas de brincar até elas. E assim nasceu a Love in a Box.

Decidiram “não baixar os braços” e reinventar aquilo que já faziam. “Como fazíamos muitos parques exteriores para crianças decidimos fazer a mesma coisa, mas para dentro de casa. Já tínhamos uma pequena área de carpintaria e serralharia, foi uma questão de adaptar”, refere a presidente executiva.

“Os modelos são inspirados nas crianças e com a pandemia foi uma forma de trazer o recreio para dentro de casa”, explica Susana Silva. A marca Love In a Box desenha e constrói casinhas, parques temáticos, superparques, casas da árvore, mobiliário e acessórios de madeira. Uma casinha de madeira para os mais jovens custa, em média mil euros, mas depende sempre da dimensão. O negócio vai de vento em popa e a marca vende cerca de cem casas por mês. Para a empreendedora os filhos são uma inspiração.

A empresa acabou por fazer investimentos no âmbito da indústria 4.0., optando por comprar e reabilitar uma antiga fábrica têxtil em Labruge, Vila do Conde, que estava parada há mais de 20 anos. Agora tem uma área de oito mil metros quadrados. Foi necessário comprar toda a maquinaria de carpintaria para a indústria porque passaram de “construir uma casa por semana para 100 por mês”, destaca com orgulho a responsável. Com o sucesso do projeto, criaram a Nevermind Indústria, que engloba a Love in a Box. “Este ano vamos passar um milhão de euros faturados com a Nevermind Indústria”, revela

Para além da produção em série, Susana Silva diz ter muitos pedidos de casas personalizadas, a chamadas “casas à medida”, idealizadas consoante o orçamento e o espaço disponível na casa das pessoas. “É uma casa que dá mais trabalho. Desde a preparação até a entrega ao cliente demora cerca de um mês a criar uma casinha”. A CEO adianta que estão a produzir cerca de duas casas à medida por semana.

O mobiliário pode ser usado tanto dentro de casa como no exterior e a montagem dos equipamentos pode ser facilmente realizada em família ou em alternativa pela equipa especializada da Love in a Box. Susana Silva conta que o “projeto está a ter uma aceitação tão boa” que até já têm escolas que querem os parques de diversão da Love in a Box.

O lançamento da marca superou as expectativas e a marca já tem um showroom na Suíça através de uma parceria com um parceiro português. Um ano depois do lançamento da marca, a Love In a Box já chegou a oito países, entre eles Espanha, França, Inglaterra, Suíça, Áustria, Liechtenstein, Alemanha. Antes da pandemia, a Nevermind empregava quatro pessoas, atualmente já são 25.

“A Love in a Box superou as expectativas, nunca pensei, o ano passado, conseguir pagar salários e manter a empresa com esta ideia”, destaca Susana Silva. Com a pandemia controlada, a Nevermind que se dedica aos eventos também já está a faturar, a Love in a Box está nas bocas do mundo e as novidades não ficam por aqui. Com o sucesso da empresa, a marca vai alargar o leque aos mais graúdos e a empresa vai lançar brevemente uma nova marca direcionada aos adultos, a Organic, inspirada na natureza.

“Está em fase de preparação e é uma marca de mobiliário para o público em geral. É uma fusão entre a casa, o mobiliário e a natureza”, revela ao ECO Susana Silva. Brinca e diz que os adultos já podem ter um escritório na árvore, um chalé, mobiliário como mesas, hortas, piscinas em madeira, entre muitos outros produtos. Com esta nova marca, a empresa está a contratar.

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Subida de rating da Moody’s é “grande sinal” de “futuro sólido” da economia, diz Costa

  • Lusa
  • 18 Setembro 2021

Graças ao processo de vacinação, Portugal está “a poucas semanas, senão poucos dias” de considerar a pandemia da covid-19 “controlada”, apontou António Costa.

O secretário-geral do PS, António Costa, defendeu este sábado que a subida de ‘rating’ da Moody’s é um “grande sinal” do “futuro sólido” da economia portuguesa e da capacidade de Portugal “voltar a crescer” e “pagar a dívida”.

“Ainda ontem [sexta-feira] a única agência de ‘rating’ que ainda não tinha subido o ‘rating’ da República veio também juntar-se às outras e aumentar o nosso ‘rating’ como um grande sinal da nossa capacidade de voltar a crescer, a pagar a nossa dívida, honrar os nossos compromissos e num futuro sólido para a economia portuguesa”, salientou António Costa.

O secretário-geral do PS, António Costa, falava em Vizela, num comício de apoio ao candidato do PS Victor Hugo Salgado, e reagia ao anúncio, feito pela agência Moody’s na sexta-feira, da subida da notação da dívida portuguesa de Baa3 para Baa2, com perspetiva estável, e apontando a expectativa de melhoria do crescimento da economia a longo prazo.

Destacando que, graças ao processo de vacinação, Portugal está “a poucas semanas, senão poucos dias” de considerar a pandemia da covid-19 “controlada”, António Costa salientou que este controlo permite “recuperar a confiança” no futuro.

“E essa confiança é fundamental, foi essa confiança que fez com que, no momento de maior incerteza que tivemos, – no primeiro trimestre deste ano – os empresários portugueses tenham batido todo o recorde de investimento privado nas suas empresas, acreditando no futuro do país, e de que era possível virar esta página e de novo retomar uma trajetória de progresso”, apontou.

O secretário-geral do PS relembrou assim que, na anterior crise, Portugal chegou a ter “18% de desempregados”, enquanto agora nunca passou dos 8% e já reduziu para 6,5%. “E temos que continuar a trabalhar para reduzir, porque a nossa prioridade tem de continuar a ser emprego, emprego, emprego, um futuro de emprego para todas e todos os portugueses”, frisou.

Afirmando assim que é a confiança dos portugueses no futuro da economia que tem permitido que, “quer interna quer externamente”, se acredite na “capacidade de relançamento” da economia portuguesa, António Costa abordou as especificidades do distrito de Braga para salientar o papel “fundamental” que o distrito tem no “tecido económico” do país.

“No conjunto destes concelhos concentra-se grande parte da indústria mais moderna, mais inovadora, mais exportadora do nosso país, aquela indústria que tem feito o país crescer e que tem permitido ao país conseguir cada vez mais exportar mais para os outros mercados”, salientou.

O secretário-geral apelou assim a que se continue a votar “nos autarcas que têm como prioridade muito clara o desenvolvimento do seu território”, “o apoio às suas empresas” e à criação de emprego”, afirmando que, em Vizela, esse perfil tem um nome: Victor Hugo Salgado.

“Nós não vamos só derrotar este vírus, vamos também conseguir que a nossa economia, o nosso país, a nossa região, o concelho de Vizela, continue a progredir, a desenvolver-se, a criar cada vez mais riqueza, a ser cada vez mais próspero, a ter empresas melhores, com mais e melhor emprego, com mais rendimento”, concluiu.

Na sexta-feira, a Moody’s sublinhou que vai ser um “desafio” para Portugal conseguir absorver de “forma eficaz” os fundos do ‘Next Generation EU’ e ainda os do novo quadro comunitário, mas lembra o “histórico relativamente bom” de Portugal na absorção de fundos, o que “dá confiança de que o Governo vai ser capaz de cumprir o seu plano de investimentos”.

Relativamente à evolução da dívida, a Moody’s frisou que Portugal entrou na crise causada pela pandemia com uma “situação orçamental saudável” e que o impacto orçamental das medidas de controlo e mitigação dos impactos sociais e económicos da covid-19 foram mais reduzidos do que noutros países do sul da Europa, como Espanha, Itália e Grécia. Neste contexto, refere a nota, “em 2021 a Moody’s espera já que o rácio da dívida pública inicie uma tendência de descida” e que esta se mantenha nos anos seguinte.

A agência de ‘rating’ estima que o rácio da dívida atinja os 127% do PIB em 2021, abaixo dos 133,6% registados em 2020. Além disso, espera que em 2024 o aumento da dívida relacionado com as medidas que tiveram de ser tomadas por causa da pandemia tenha já sido “completamente eliminado”. A classificação agora atribuída a Portugal (Baa2) é a mais elevada desde 2011 e a primeira desde que em 2018 a Moody’s retirou o país do ‘lixo’ ao atribuir-lhe uma classificação de Baa3.

Em março deste ano, a Moody’s optou por não se pronunciar sobre a dívida pública portuguesa, mantendo-a com a classificação de Baaa3, um nível acima do ‘lixo’, com perspetiva positiva. O ‘rating’ é uma classificação atribuída pelas agências de notação financeira que avalia o risco de crédito (capacidade de pagar a dívida) de um emissor, que pode ser um país ou uma empresa.

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PAN diz que alterações climáticas não se resolvem com aumento da energia

  • Lusa
  • 18 Setembro 2021

Inês de Sousa Real insistiu na importância da automatização energética, destacando a necessidade de se criarem comunidade energéticas assentes nos painéis fotovoltaicos.

A porta-voz do PAN considerou este sábado que não é pelo aumento da fatura da eletricidade que se combatem as alterações climáticas, defendendo a automatização energética e o alargamento da tarifa social de energia.

“Para já, aquilo que defendemos e que efetivamente se deve pugnar é pelo não aumento da eletricidade, ou seja, não é por essa via que se vai combater as alterações climáticas”, considerou Inês de Sousa Real, depois de uma manhã dedicada a visitar um mercado biológico, um parque de matilhas e uma associação de recolha de animais em Matosinhos, no distrito do Porto.

Em declarações aos jornalistas, a porta-vos do PAN foi questionada sobre o anúncio feito na quarta-feira pela Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE) de que o preço da eletricidade vai voltar a aumentar, a partir de 01 de outubro, em 1,05 euros por mês para a maioria dos clientes doméstico do mercado regulado.

Inês de Sousa Real insistiu na importância da automatização energética, destacando a necessidade de se criarem comunidade energéticas assentes nos painéis fotovoltaicos.

“Para nós é fundamental que se consigam criar comunidades energéticas, por exemplo assentes nas fotovoltaicas, para garantir que não há um monopólio acima de tudo das grandes empresas, como é o caso da EDP, para que dessa forma as famílias possam garantir que há, de facto, uma diminuição dos custos da fatura da eletricidade”, sublinhou.

Para Inês de Sousa Real, é importante aliviar a carga fiscal e de impostos que é aplicada às famílias e tributar as atividades, essas sim que são poluentes, nomeadamente acabando com “as borlas fiscais que ainda persistem”. Portanto, para a porta-voz do PAN é fundamental ter-se o “bom senso” de olhar para o orçamento deste ano e perceber a quem é que se quer dar a mão se às famílias, se aos interesses que, até aqui, “têm estado instalados”.

Inês de Sousa Real recordou que o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) tem uma fatia significativa de investimento para a EDP, para aquilo que é a transição energética, e, portanto, não faz qualquer sentido haver esse investimento por parte do PRR e a companhia não ter a sensibilidade de aliviar o peso na fatura.

Na opinião de Inês de Sousa Real, há um equilíbrio que está “manifestamente desajustado” porque não vale a pena o PRR estar a incentivar e apoiar empresas como a EDP e, depois, estar a penalizar o consumidor. Recordando que foi “pela mão do PAN” que a tarifa social de energia foi alargada no ano passado, a porta-voz do PAN defendeu ainda o aumento da sua abrangência para aliviar as famílias em situação de vulnerabilidade social.

Durante toda a manhã, Inês de Sousa Real esteve acompanhada do candidato do PAN à Câmara Municipal de Matosinhos, Nuno Pires.

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Portugal regista mais sete óbitos e 939 casos de Covid-19

Desde o início da pandemia, o país soma 1.061.371 casos e 17.902 mortes por Covid-19. Há já mais de um milhão de pessoas recuperadas da doença.

A Direção-Geral da Saúde (DGS) identificou 939 novos casos de infeção por Covid-19 em Portugal, elevando para 1.061.371 o número de infetados desde o início da pandemia. O boletim deste sábado indica ainda que, nas últimas 24 horas, morreram sete pessoas com a doença, perfazendo um total de 17.902 óbitos.

Portugal já ultrapassou a marca de um milhão de recuperados, sendo que, segundo o último balanço, mais 1.606 pessoas recuperaram da infeção pelo novo coronavírus, levando o total para 1.009.517 recuperados.

Quanto às pessoas que estão ainda a lutar contra a doença da Covid-19, a maioria encontra-se a recuperar em casa. O número de doentes internados caiu para 457 (menos 17 face ao balanço de sexta-feira), do quais 90 estão em unidades de cuidados intensivos (menos sete).

Boletim epidemiológico de 18 de setembro:

Em termos regionais, a maioria das novas infeções é registada no Norte. Dos 939 novos casos confirmados, 325 localizam-se nesta região, seguindo-se a região de Lisboa e Vale do Tejo (LVT), que contabilizou 321 novas infeções. Já no Centro foram identificados 143 novos casos, 70 no Alentejo, 56 no Algarve, 13 na Madeira e 11 nos Açores.

Há ainda 30.992 pessoas sob vigilância das autoridades de saúde, por terem tido contacto com casos confirmados de Covid-19, ou seja, menos 712 face a sexta-feira.

(Notícia atualizada às 14h45)

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Rio alerta que aumento da energia e “abusos” nos apoios sociais podem prejudicar economia

  • Lusa
  • 18 Setembro 2021

“A questão da energia é uma questão séria" para a retoma da economia, defende Rui Rio, que "fica desacelerada seguramente pelo custo de produção”.

O presidente do PSD admitiu este sábado que o aumento do preço da energia pode “desacelerar” a retoma económica, mas alertou sobretudo para queixas que tem ouvido de empresários sobre “abusos” nos apoios sociais que dificultam a contratação de trabalhadores.

Em declarações aos jornalistas em Caminha (Viana do Castelo), Rui Rio foi questionado sobre o anúncio feito na quarta-feira pela Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE) de que o preço da eletricidade vai voltar a aumentar, a partir de 01 de outubro, em 1,05 euros por mês para a maioria dos clientes doméstico do mercado regulado.

“A questão da energia é uma questão séria em que a retoma da economia, não vou dizer que fica travada, mas fica desacelerada seguramente pelo custo de produção”, afirmou. No entanto, o líder do PSD quis hoje alertar para outro problema que diz afetar muitos pequenos empresários e comerciantes com quem contactou nesta campanha autárquica.

“O que ouço há bastante tempo é as pessoas dizerem que precisam de empregados e não têm, e não tem porquê? Porque não há? Não, porque as pessoas estão com o rendimento mínimo ou subsídio de desemprego e deixam-se estar e não querem trabalhar”, afirmou. Rio disse ser “totalmente favorável” aos apoios sociais – que até poderiam ser aumentados se a riqueza do país permitisse -, mas com “fiscalização exigente e rigor”.

“Os apoios sociais, seja o subsídio de desemprego ou o rendimento mínimo não são criados para levar as pessoas a não trabalhar, são criados para apoiar quem verdadeiramente precisa”, defendeu. Questionado se este discurso não pode ser confundido com o de outros partidos, o líder do PSD até agradeceu a pergunta.

“Eu pensei nisso antes de falar, lá vão dizer que este está como o Chega, contra o RSI (Rendimento Social de Inserção), e por isso é preciso dizer isto com rigor e cuidado”, afirmou. Rui Rio reiterou que, como “social-democrata desde os 16 anos”, não é “obviamente” contra os apoios sociais, mas sim contra a sua distribuição “sem rigor e a fiscalização devida”.

“Eu, se fosse primeiro-ministro, queria ajudar quem precisa, mas queria ser muito rigoroso e evitar que haja pessoas que se aproveitem dessa boa intenção do Estado. É preciso moralizar, não tem nada a ver com o Chega, está muito longe disso”, considerou.

Questionado se o PSD propõe novas regras para a atribuição destes subsídios, Rio admitiu que “a qualquer momento se podem ajustar”, mas frisou que não é isso que defende neste momento, mas “uma fiscalização exigente”. “Não posso ter uma pessoa a quem é oferecido, uma, duas ou três oportunidades de emprego e vai recusando, ou até porque tem uma atividade lateral não registada. Os apoios sociais não foram feitos para isso, é preciso que sejam genuínos e dados a quem precisa”, defendeu.

Rio foi ainda questionado sobre as críticas feitas na sexta-feira à noite pelo líder do PS, António Costa, que acusou a oposição de impreparação, mas desvalorizou, classificando estas palavras como “um truque”, que é “dizer quem um adversário disse uma coisa que não disse”. “Não condeno António Costa por fazer campanha pelos seus candidatos, como é evidente, só por, na qualidade de primeiro-ministro, prometer que vai fazer isto ou aquilo”, disse.

Sobre a presença de ministros na campanha, o líder do PSD disse aplicar o mesmo critério, considerando que “têm todo o direito de fazer campanha” como militantes do PS. “Usar carros oficiais será de evitar”, afirmou, sobre o caso da ministra da Saúde Marta Temido, mas disse “não querer ampliar” casos na campanha.

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Da Alitalia à ITA, a história que alguns querem ver repetida na TAP

A nova empresa que substitui a Alitalia será mais pequena que a TAP, mas fechar uma companhia aérea e abrir outra ao lado também tem custos elevados para o Estado e o resultado é incerto.

No dia 10 de setembro, a Comissão Europeia emitiu um comunicado sobre a Alitalia que selou o já esperado destino da companhia aérea. “Na sequência da nossa investigação aprofundada, chegámos à conclusão que os dois financiamentos públicos no valor de 900 milhões de euros concedidos pela Itália à Alitalia deram à companhia uma vantagem indevida sobre os seus concorrentes, em violação das regras sobre ajudas de Estado da UE. Eles têm agora de ser devolvidos pela Alitalia para ajudar a repor um mercado justo na indústria de aviação europeia”. Substitua-se Itália por Portugal, Alitalia por TAP e 900 por 1.662 milhões e temos o texto que o Governo português, a companhia aérea e os seus sindicatos não querem ler quando sair a decisão final de Bruxelas sobre o plano de reestruturação.

Há, no entanto, quem defenda este desfecho. Nuno Botelho, presidente da Associação Comercial do Porto, enviou uma carta à Comissão Europeia a pedir uma solução “a la Alitalia”, com o fecho da TAP e a abertura de uma nova companhia aérea, que asseguraria a conectividade aérea e a proteção das atividades económicas através da afetação dos ativos da TAP em matéria de slots livre de passivo e interesses noutras empresas (como as participações no Brasil). Companhia essa que funcionaria como plataforma de voos transatlânticos.

De facto, a Comissão Europeia não ditou o encerramento da Alitalia sem viabilizar a solução alternativa proposta pelo Governo liderado por Mario Draghi. No mesmo dia saiu outro comunicado, onde se diz que a Italia Trasporto Aereo (ITA), uma nova empresa entretanto criada, não era a sucessora económica da Alitalia e, portanto, não respondia pela ajuda ilegal recebida por esta última. Informava ainda que a injeção de 1,35 mil milhões na ITA era conforme com as condições de mercado, cumprindo as regras sobre auxílios públicos. Das cinzas da Alitalia, que ostentou a bandeira do país durante 75 anos e acumulou 11,4 mil milhões de euros em prejuízos desde o início do milénio, nasceu uma nova empresa.

Depois de anos de perdas e mais de 5 mil milhões de euros em dinheiro público, que não vai recuperar, a pandemia selou o destino da companhia de bandeira que em março já tinha salários em atraso. As dificuldades acabaram por obrigar o Governo a ceder às condições impostas por Margrethe Vestager, a comissária europeia da Concorrência, que tinha a Ryanair à perna: a nova empresa teria de se financiar em condições de mercado e pagar o valor de mercado pelos ativos da Alitalia, incluindo a marca.

A ITA, que começará a operar a 15 de outubro, é muito mais enxuta. Nasce com apenas 52 aeronaves, face às 113 que a Alitalia tinha no final de 2019, sendo que só sete são de longo curso. Com estes aviões vai servir 45 destinos e operar 61 rotas. Os slots, pelos quais o Governo italiano se bateu em Bruxelas, sofrem uma razia de 57% no Aeroporto de Fiumicino, em Roma, e um corte de 15% em Milão Linate. O número de trabalhadores tem uma redução drástica, de cerca de 10.500 para 2.800. A manutenção e o handling não migram para a nova empresa.

O plano de reestruturação da TAP apresentado pelo Governo, já em marcha apesar de aguardar ainda a aprovação de Bruxelas, prevê a redução de 108 para 88 aviões, e uma redução de 20% no número de trabalhadores, que já encolheu de 9.143 no início da pandemia para cerca de 6.800 no final de junho. Mesmo depois da reestruturação, a companhia aérea portuguesa será consideravelmente maior do que a ITA no primeiro ano.

O rompimento não se faz sem dor e muito dinheiro público. Além da injeção de 1,35 mil milhões na nova companhia, que terá de comprar as aeronaves e outros ativos à Alitalia, o Governo italiano liderado por Mario Draghi deverá criar um fundo público com 200 milhões de euros para reembolsar as passagens que não puderem ser transferidas para a ITA, devido ao emagrecimento do número de voos. A nova empresa, que pretende cortar entre 30% a 40% nos salários dos trabalhadores admitidos, está em guerra aberta com os sindicatos. Estes exigem ainda ao Governo o pagamento de uma compensação salarial até 2025. Até ao momento só conseguiram 12 meses.

Há também o custo emocional. “Alguém da minha idade viajou quase a vida inteira com a Alitalia, é como se fosse parte da família… uma parte um bocado cara, mas ainda assim família”, disse o primeiro-ministro italiano Mario Draghi, quando o projeto foi conhecido, em abril. Acrescentou que a nova versão da companhia aérea “terá de ser suportada pelas suas próprias asas, sem subsídios”.

A ITA ainda poderá adotar a marca Alitalia, que será posta à venda em leilão. Seja com o novo nome ou com a designação histórica, Alfredo Altavilla, ministro das Infraestruturas e Mobilidade Sustentável, prevê que em 2025 a empresa já tenha 105 aeronaves, esteja a voar para 74 destinos e a operar 89 rotas, empregando 9500 trabalhadores, quase tantos quantos tinha a companhia de bandeira. Isto se o tráfego aéreo recuperar como o esperado e o plano de negócios bater certo.

O caso da Swissair

Além da Alitalia, o presidente da Associação Comercial do Porto, referiu outros exemplos de companhias aéreas europeias que se encontravam, como a TAP, em situação continuada e estruturalmente deficitária e adotaram uma solução semelhante. Mencionou a Swissair e a Sabena, que já têm um histórico.

A Swissair, que chegou a ser conhecida como o “banco voador” pela sua solidez financeira, embarcou num agressivo programa de aquisições depois de um referendo em 1992 ter deixado o país fora do Espaço Económico Europeu, impedindo-a de apanhar passageiros ou terminar voos em aeroportos da União Europeia. A resposta foi a “Hunter Srategy”, um plano expansão desenhado pela consultora McKinsey, que a levou a entrar no capital de várias companhias, da Air Europe à LOT, passando pela Turkish Airlines.

O financiamento levantado para estes negócios deixaria a Swissair, entretando debaixo do SAirGroup, com uma alavancagem excessiva, que conduziria ao desastre. O UBS e o Credit Suisse deixaram de alimentar a tesouraria do grupo, que em outubro de 2001, antes ainda dos atentados de 11 de setembro, sucumbiu a anos consecutivos de má gestão, pondo até em causa a reputação do país. Só para os passageiros não ficarem em terra até haver uma alternativa, o Estado teve de emprestar 450 milhões de francos suíços.

O renascimento (o plano chamou-se Phoenix) foi feito a partir da Crossair, a empresa regional do grupo, que tinha entretanto ficado nas mãos dos dois bancos, que sofreram pesadas perdas. O então CEO do UBS, Marcel Ospel, chegaria a dizer que a falência da Swissair foi pior para a instituição financeira do que o 11 de setembro. O colapso do SAirGroup deixou um buraco de 17 mil milhões de francos suíços nos vários credores.

Foi criada uma nova companhia, a Swiss, detida pelo UBS e o Credit Suisse, o Estado federal e alguns cantões. Entre todos, tiveram de injetar mais de 3 mil milhões de francos suíços, dos quais 1,7 mil milhões dos contribuintes. A Swiss herdou grande parte dos trabalhadores da Swissair e os seus salários, 52 aviões e 82 rotas. Começou a operar a 31 de março de 2002. Os primeiros anos não correram bem e a empresa quase faliu. Foi necessário um plano de reestruturação que envolveu um corte de 33% no número de trabalhadores, frotas e rotas.

Os lucros só chegaram em 2006. No ano seguinte a Lufhansa, a mesma que o Governo português quer para a TAP, completou a aquisição daquela que é agora considerada a companhia de bandeira suíça por 217 milhões de euros. A pandemia também fez mossa na Swiss, que em 2020 voltou às ajudas de Estado: recebeu um empréstimo de emergência no valor de 1,5 mil milhões de francos suíços. Sem passar pela Comissão Europeia.

Diferenças entre a Alitalia e a TAP

Embora a TAP não esteja livre de vir a necessitar de uma solução semelhante à da Swissair ou da Alitalia — o Governo já admitiu que se Bruxelas chumbar o plano de restruturação terá de haver um plano B, sem dizer qual — há também diferenças relevantes em relação à companhia aérea italiana. Embora a decisão só tenha sido conhecida agora, ela nada tem a ver com a pandemia. O financiamento público de 900 milhões chumbado por Bruxelas data de 2017, quando foi totalmente renacionalizada. Além disso, não foi feita qualquer análise à capacidade da companhia aérea para reembolsar o empréstimo, nem apresentado um plano de reestruturação para a tornar economicamente viável.

A favor da TAP jogará o facto de outras companhias aéreas, como a Lufhtansa ou a Air France, terem também recorrido a auxílios de Estado por causa da covid-19, entretanto já aprovados, embora obrigando as empresas a alguns cortes. Com um “pormaior”, as duas eram rentáveis antes da pandemia.

Certa, só mesmo a incerteza que caracteriza o setor, um dos mais cíclicos da economia. Uma das mais populares citações sobre a indústria pertence a Adam Thomson, jogador de rugby da Nova Zelândia: “Uma recessão é quando é preciso apertar o cinto. Uma depressão é quando já não há cinto para apertar. Quando já não se tem as calças, é porque se está no negócio da aviação.”

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PS percebeu que teletrabalho tem de ser regulado no Código do Trabalho, diz Bloco

  • Lusa
  • 18 Setembro 2021

"O teletrabalho não pode ser regulado por acordo individual entre o empregador e o trabalhador porque o trabalhador fica frágil", defende Catarina Martins.

A coordenadora do BE, Catarina Martins, afirmou este sábado que aparentemente o PS “finalmente percebeu que o teletrabalho tem de ter uma regulação no Código do Trabalho”, assinalando um acordo para este “passo importante” que os bloquistas têm defendido.

No final de uma arruada com Carla Castelo, a cabeça de lista independente à Câmara de Oeiras de uma coligação que o BE integra juntamente com o Livre e o Volt, Catarina Martins foi questionada sobre as propostas na área laboral que foram conhecidas na sexta-feira após uma reunião da Concertação Social.

“Do ponto de vista concreto, estamos ainda em sinais numa área muito específica. Em todo o caso, eu devo registar que aparentemente – e esperemos que até à votação assim se mantenha – o Partido Socialista tenha compreendido finalmente que o teletrabalho não pode ser regulado por acordo individual entre o empregador e o trabalhador porque o trabalhador fica frágil e acaba por aceitar qualquer coisa para não perder o seu emprego”, afirmou.

A luta do BE, de acordo com a líder do partido, tem sido para que o teletrabalho seja regulado no Código do Trabalho. “E matérias tão importantes como quem é que paga as despesas do teletrabalho sejam imperativas e não opcionais, o facto de haver horários de trabalho, continuar a existir contacto entre os trabalhadores e as organizações que os representam, parece existir neste momento acordo para esse passo importante”, anunciou.

Para Catarina Martins, “será muito positivo que assim seja”, ressalvando que ainda só se “está no teletrabalho” e “falta tudo o resto” nas questões laborais. À pergunta dos jornalistas sobre o sinal que pode representar para as negociações orçamentais este passo, a coordenadora do BE foi mais cautelosa, mas registou que é um “passo importante” e pelo qual os bloquistas lutaram.

“Esperamos que, compreendendo que é importante para o teletrabalho, se perceba que os trabalhadores por turno, quem tem trabalho noturno, os trabalhadores precários, quem está em ‘outsourcing‘ também precisam de regras definidas de forma imperativa para defender os seus direitos”, apelou.

“Aparentemente, o PS finalmente percebeu que o teletrabalho tem de ter uma regulação no Código do Trabalho. Estamos a falar do teletrabalho ainda só, mas registamos que vale a pena fazer este esforço”, insistiu. O apelo de Catarina Martins é objetivo: “Se houve este passo para a lei do teletrabalho que se faça este passo fundamental em todas as áreas que mexem com os milhões de trabalhadores em Portugal”.

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Covid-19: Vacinas de 2.ª geração procuram prevenir infeção e travar transmissão

  • Lusa
  • 18 Setembro 2021

As vacinas de segunda geração encontram-se na fase três dos respetivos ensaios clínicos. Algumas poderão ser autorizadas durante o próximo ano.

Evitar a infeção pelo coronavírus SARS-CoV-2 e travar a transmissão é o objetivo das vacinas de segunda geração contra a covid-19 que estão a ser desenvolvidas e que se estima poderem ser administradas ao longo de 2022.

O secretário da Associação Espanhola de Vacinação, José António Forcada, disse à agência de notícias Efe que as vacinas disponíveis reduzem o risco de doença grave, mas não previnem a infeção, que é o que se procura nas vacinas de segunda geração. O presidente da Associação Nacional de Enfermagem e Vacinas diz, por seu turno, que em caso de ser assim, “reduziria enormemente o risco de transmissão”.

Por sua vez, Antonio Carmona, investigador da Área de Investigação de Vacinas de Fisabio, sublinha que as chamadas vacinas de “segunda geração” não serão melhores ou piores do que as vacinas já disponíveis, mas sim complementares às que já estão a ser administradas.

Antonio Carmona, também coordenador científico da COVIDRIVE, um projeto internacional que vai estimar a eficácia das vacinas contra o covid-19 na Europa, explica que algumas destas vacinas se baseiam nas mesmas plataformas tecnológicas que têm sido usadas para desenvolver as vacinas de “primeira geração”.

Como valor acrescentado, aponta que algumas destas vacinas de “segunda geração” mostram “potencial para gerar uma resposta imunitária esterilizante mais significativa do que as disponíveis atualmente, pelo que contribuiriam para gerar uma proteção mais eficaz contra a transmissão do vírus.

Fontes da Fisabio observam que uma maior disponibilidade de doses em todo o mundo, ajudarão a fortalecer as respostas imunitárias dos grupos populacionais mais vulneráveis, através da sua utilização como dose de lembrete.

As vacinas de segunda geração encontram-se na fase três dos respetivos ensaios clínicos, e se a Agência Europeia de Medicamentos (EMA, sigla em inglês) apresentar uma estimativa positiva dos seus resultados de eficácia e segurança nos próximos meses, algumas poderão ser autorizadas durante o próximo ano, refere a Efe.

Na União Europeia estão atualmente a ser analisadas pela EMA as vacinas da Novavax (NVX-CoV2373), Sanofi Pasteur/GSK (Vidprevtyn) e CureVac (CVnCoV). Estas três empresas fazem parte do projeto COVIDRIVE, que estudará a eficácia destas novas vacinas covid-19 na Europa assim que forem aprovadas para uso geral.

De acordo com o secretário da Associação Espanhola de Vacinação, a Moderna e a Pfizer também estão a trabalhar na melhoria da vacina para tentar que produzam anticorpos esterilizantes que previnam a infeção, agindo rapidamente como uma barreira, melhorando a imunidade a longo prazo e estando ativo contra todas as variantes do vírus.

A nível global facilitarão uma distribuição mais eficiente e equitativa das vacinas e prevenirão, entre outras coisas, o surgimento de novas variantes em países que têm agora uma cobertura de vacinas muito baixa. Antonio Carmona salienta que um dos desafios que as vacinas covid-19 terão de enfrentar a médio prazo é conferir uma maior imunidade para ser mais eficaz na prevenção da transmissão do vírus.

Outro desafio, diz, é que estas vacinas cheguem aos países em desenvolvimento de forma justa e equitativa para evitar o aparecimento de novas variantes e porque desta forma, afirmou, conseguir-se-á “erradicar o vírus da face da Terra, ou no mínimo, tê-lo sob controlo”.

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“Segurança” dos transportes públicos na pandemia em destaque na Semana Europeia da Mobilidade

Até 22 de Setembro assinala-se a Semana Europeia da Mobilidade, que termina com o Dia Europeu sem Carros, este ano sob o lema "Saudáveis e seguros com a mobilidade sustentável".

Foi já há 20 anos, em 2001, que se assinalou o primeiro Dia Europeu sem Carros, a partir do qual se desenvolveu depois a Semana Europeia da Mobilidade, que todos os anos no mês de setembro alerta para a necessidade de descarbonização dos transporte e padrões de mobilidade mais sustentáveis, sobretudo em meios urbanos.

Em 2021, cerca de 3.000 cidades europeias e não só (há 51 países participantes, entre os quais o Brasil e o Japão, entre outros fora do espaço europeu) participam na Semana Europeia da Mobilidade, que teve início a 16 de setembro e se prolonga até à próxima quarta-feira 22 de setembro, dia em que se assinala mais um Dia Europeu Sem Carros. No total serão cerca de 530 ações de mobilidade sustentável.

De Águeda a Vila Real, em Portugal são 85 os municípios aderentes à iniciativa (mais do que os 77 do ano passado), seja com medidas permanentes de mobilidade sustentável, a instituição de dias sem carros ou atividades especiais ao longo desta semana.

A campanha de 2021 foi lançada sob o lema “Saudáveis e seguros com a mobilidade sustentável” e promove a utilização dos transportes públicos como uma opção de mobilidade segura, eficiente, a preços acessíveis e com baixas emissões.

“O tema deste ano visa prestar homenagem às dificuldades sentidas pela Europa e pelo mundo ao longo da pandemia da COVID-19. Por outro lado, enfatiza as oportunidades de mudança resultantes desta crise de saúde na Europa e as respostas criativas e resilientes à pandemia. Este ano, a Semana Europeia da Mobilidade celebra a resiliência das cidades e as suas conquistas, tentando, ao mesmo tempo, manter esta dinâmica. As tendências que começaram no ano passado, como o aumento da mobilidade ativa e a utilização de mobilidade com emissões baixas ou nulas, requerem esta promoção adicional”, referiu em comunicado a Agência Portuguesa do Ambiente, entidade promotora e coordenadora nacional desta campanha.

De acordo com a APA, através da participação dos municípios, ao longo dos anos esta iniciativa tem:

  • Envidado esforços de promoção de políticas, iniciativas e melhores práticas relacionadas com a mobilidade urbana sustentável;
  • Contribuído para o aumento da consciencialização dos cidadãos relativamente aos danos que a atual tendência da mobilidade urbana gera no ambiente e na qualidade de vida;
  • Estabelecido parcerias eficazes com agentes socioeconómicos locais;
  • Lançado novas políticas e medidas permanentes a médio e longo prazo;
  • Sensibilizado as populações para as crescentes preocupações sobre alterações climáticas, qualidade do ar ou segurança rodoviária;
  • Aproveitado a oportunidade para testar medidas relacionadas com o tráfego e auscultar os cidadãos.

O evento deste ano coincide igualmente com uma consulta pública sobre as ideias da Comissão para um novo quadro de mobilidade urbana, com o Ano Europeu do Transporte Ferroviário e com a viagem do comboio “Connecting Europe Express”, que partiu de Lisboa a 2 de setembro e acabou de atravessar a Bulgária.

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Calçado português “resistiu melhor” que os concorrentes ao impacto da pandemia

  • Lusa
  • 18 Setembro 2021

“Sinais de recuperação” seguem-se a um ano de 2020 “extremamente difícil para as empresas portuguesas de calçado”, assinala a associação setorial.

A indústria portuguesa de calçado “resistiu melhor” ao impacto da pandemia do que os concorrentes e evidencia já “sinais de recuperação” no primeiro semestre deste ano, com um crescimento homólogo de 12,3% das exportações, assinala a associação setorial.

Segundo o Gabinete de Estudos da Associação Portuguesa dos Industriais de Calçado, Componentes, Artigos de Pele e Seus Sucedâneos (APICCAPS), “o setor está, ainda, dependente de vários indicadores” – desde a evolução da pandemia, à situação no Afeganistão, aumento dos custos das matérias-primas e dificuldades logísticas – mas “dificilmente atingirá já este ano os níveis de 2019”.

Até junho, segundo dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), Portugal exportou 33 milhões de pares de calçado, no valor de 752 milhões de euros, o que representa um crescimento homólogo de 12,3%.

De acordo com a associação, estes “sinais de recuperação” seguem-se a um ano de 2020 “extremamente difícil para as empresas portuguesas de calçado”, que terminou com uma quebra de 16,3% das vendas para o exterior, com 61 milhões de pares de calçado vendidos no valor de 1.494 milhões de euros. “Ainda assim, num ano de todas as dificuldades, Portugal ganhou quota de mercado”, salienta a APICCAPS.

Isto porque, em 2020, os principais concorrentes da indústria portuguesa de calçado sofreram um impacto ainda maior: a Itália (8.000 milhões de euros exportados) registou uma quebra de 23% e Espanha de 16,1% (para 2.400 milhões de euros).

Ao nível da produção, Portugal registou uma quebra de 13,2% no ano passado, para 66 milhões de pares, cerca de metade da quebra registada por Itália (-26,8%, para 131 milhões de pares) e por Espanha (-26,5%, para 72 milhões de pares). Globalmente, as exportações europeias de calçado diminuíram 18,6% em 2020.

A associação aponta “a Europa, por agora”, como “um grande motor de crescimento do setor”. “Destaque para o crescimento na Alemanha – que supera, mesmo, a França e ascende ao primeiro lugar entre os grandes mercados do setor – com um crescimento de 39,4%, para 186 milhões de euros”, refere.

No espaço comunitário, salienta ainda os “bons desempenhos” nos Países Baixos (mais 12,3%, para 111 milhões de euros) e Espanha (crescimento de 2,9%, para 52 milhões de euros), sendo que também no Reino Unido há “bons indicadores” a reportar (mais 14,1%, para 41 milhões de euros).

Já fora do espaço europeu, os EUA (mais 10%, para 33 milhões de euros), China (mais 32,8%, para 9,6 milhões de euros) e Canadá (mais 41,2%, para 9,5 milhões de euros), também “dão bons sinais”.

No plano externo, a APICCAPS destaca que “Portugal continua a apresentar, entre os principais produtores mundiais, o segundo maior preço médio de exportação, não obstante o esforço significativo de diversificar a oferta, através de produtos em matérias-primas alternativas à pele”. “No segmento específico do couro, Portugal perfila-se como o 9.º exportador mundial, com uma quota de 3,1%, mas é no segmento ‘waterproof’ [à prova de água] que Portugal mais se distingue: é atualmente o 4.º a nível mundial, com uma quota de 3,7%”, precisa.

Segundo a associação, também o setor de artigos de pele e marroquinaria “apresenta bons indicadores” este ano, apresentando no primeiro semestre um crescimento de 21,4% nas exportações, para 84 milhões de euros. Neste setor, os mercados de Espanha (mais 6,1%, para 21 milhões de euros), França (mais 14,9%, para 16 milhões de euros), Turquia (mais 31,8%, para 11 milhões) e EUA (mais 370%, para sete milhões de euros) destacam-se pela evolução registada.

“Ainda que com um desempenho geral mais modesto”, o subsetor de componentes para calçado parece também estar a “animar” em 2021: de janeiro a junho, exportou 23 milhões de euros, o que representa um crescimento de 2,2% relativamente a 2020, avança a APICCAPS.

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Autoeuropa faz nova paragem devido à falta de semicondutores

  • Lusa
  • 18 Setembro 2021

Com esta nova paragem de produção, que decorre até dia 21 de setembro, a fábrica do grupo Volkswagen atinge um total de “95 turnos cancelados e 28.860 unidades perdidas”.

A fábrica de automóveis da Autoeuropa, em Palmela, inicia este sábado uma nova paragem de produção devido à falta de semicondutores, face a dificuldades no fornecimento daquele tipo de componentes provenientes de diversas fábricas do continente asiático.

Segundo revelou a empresa, com esta nova paragem de produção, que se prolonga até dia 21 de setembro, a fábrica do grupo alemão Volkswagen atinge um total de “95 turnos cancelados e 28.860 unidades perdidas”.

Face às sucessivas paragens devido à falta de componentes, desde o início da pandemia, a administração da Autoeuropa anunciou a semana passada que pretende recorrer ao “programa de apoio à atividade económica” e garantir o rendimento individual de cada colaborador da empresa.

A indústria automóvel tem sido uma das mais afetadas pela falta de semicondutores, componentes que são, em grande parte, fornecidos por diversos fabricantes asiáticos, que têm mantido algumas medidas de confinamento devido à Covid-19. O processo de vacinação contra a covid-19 no continente asiático está bastante atrasado, comparativamente com o que se verifica nos países ocidentais mais desenvolvidos.

A fábrica de automóveis de Palmela produz atualmente os modelos MPV e T-Roc. Com mais de 5.000 colaboradores, dos quais 98% com vínculo permanente, a Autoeuropa produziu em 2020 um total de 192.000 automóveis e 20 milhões de peças para outras fábricas do grupo alemão, que representam 1,4% do Produto Interno Bruto (PIB) e 4,7% das exportações portuguesas.

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