EDP Renováveis sobe mais de 1% e puxa por Lisboa

Lisboa contraria a tendência registada pelas demais praças europeias e valoriza. EDP Renováveis lidera os ganhos, valorizando mais de 1%, enquanto o BCP impede maiores ganhos do PSI-20.

Lisboa está em alta ligeira. Esta sexta-feira, é a EDP Renováveis que protagoniza os maiores ganhos, valorizando mais de 1%. Já o BCP está no “vermelho”, condicionando o desempenho da praça nacional.

O índice de referência na bolsa lisboeta, o PSI-20, está a valorizar 0,22% para 5.315,290 pontos, mas já esteve a registar perdas, ainda que pouco expressivas. Nas demais praças do Velho Continente, o arranque desta sessão está a ser marcado por quedas, ou seja, Lisboa está agora a contrariar as congéneres. O Stoxx 600 perde 1,47% para 467,45 pontos, o alemão Dax recua 0,21% para 15.733,14 pontos e o espanhol Ibex desce 0,1% para 8.893,10 pontos.

Por cá, é a EDP Renováveis a cotada que mais brilha. Os títulos da energética sobem 1,10% para 22,08 euros. Ainda na energia, os da EDP valorizam 0,38% para 4,773 euros e a Galp Energia está estacionada na linha de água.

A puxar por Lisboa está igualmente a Jerónimo Martins. Os títulos da dona do Pingo Doce avançam 0,64% para 18,165 euros. Também no retalho e em “terreno positivo”, as ações da Sonae somam 0,11% para 0,893 euros.

No “vermelho”, destaque para o BCP, cujas ações recuam 0,88% para 0,1241 euros. Já os títulos dos CTT perdem 1% para 4,435 euros e protagonizam as maiores perdas.

Entre as papeleiras, a tendência também é negativa: as ações da Navigator desvalorizam 0,13% para 5,09 euros e as da Altri recuam 0,68% para 5,09 euros.

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Tecnológicas da China afundam com lei de proteção de dados

  • Lusa
  • 20 Agosto 2021

Pequim vai definir como os dados pessoais podem ser processados e exigir que as plataformas da Internet estabeleçam “sistemas robustos de conformidade de proteção de informações pessoais”.

As ações das principais empresas de tecnologia da China afundaram depois de o país aprovar uma lei de proteção dos dados, gerando novas preocupações entre os investidores sobre a intensidade da repressão regulatória de Pequim.

Em Hong Kong, o índice Hang Seng Tech, que reúne as maiores empresas do setor da Internet e comércio eletrónico da China, incluindo os grupos Tencent e Alibaba, caiu 4,5%, depois de a agência noticiosa oficial Xinhua ter anunciado que a lei foi aprovada e entra em vigor no início de novembro.

O despacho da Xinhua deu poucos detalhes sobre o conteúdo da lei, mas informou que vai definir padrões sobre como os dados pessoais confidenciais podem ser processados, exigir que as plataformas da Internet estabeleçam “sistemas robustos de conformidade de proteção de informações pessoais”.

A mesma fonte enfatizou que as empresas “não devem coletar excessivamente informações pessoais”.

As ações do grupo Alibaba, negociadas em Hong Kong, caíram mais de 2%, após terem registado fortes perdas em Nova Iorque, na sessão de quinta-feira.

O índice Nasdaq Golden Dragon, que reúne as empresas chinesas que negoceiam nos Estados Unidos, fechou a cair mais de 5%, na quinta-feira, em Nova Iorque. O índice caiu quase 10% esta semana.

A liquidação das ações chinesas de tecnologia, provocada pela ampla campanha regulatória de Pequim contra setores como jogos ‘online’ e tecnológicas financeiras, resultou numa queda do índice de quase 53%, em relação ao pico em fevereiro.

O uso dos dados do utilizador pelas empresas chinesas ganhou destaque desde que a agência de cibersegurança de Pequim lançou uma investigação sobre o grupo Didi Chuxing, dias depois de realizar uma oferta pública inicial em Nova Iorque, em junho.

Outros relatos da imprensa chinesa indicaram que Pequim vai ampliar a sua campanha regulatória para novas áreas.

Em Hong Kong, as ações do setor da saúde afundaram, depois de o jornal oficial do Partido Comunista Chinês, o Diário do Povo, pedir maior regulação das receitas prescritas em plataformas online.

A segurança das vendas pela Internet de medicamentos prescritos “tornou-se um assunto de preocupação social”, disse.

O Ping An Healthcare caiu mais de 15%, enquanto o Alibaba Health Information Technology afundou mais de 13%.

O índice CSI 300, que reúne as grandes empresas listadas em Xangai e Shenzhen, caiu 2,4%.

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“É inevitável que o PS venha a ter uma secretária-geral”, diz Mariana Vieira da Silva

  • ECO
  • 20 Agosto 2021

A ministra de Estado e da Presidência do Conselho de Ministros que está a substituir o primeiro-ministro até ao final do mês, admite que "é inevitável que o PS venha a ter uma secretária-geral".

A ministra de Estado e da Presidência do Conselho de Ministros, Mariana Vieira da Silva, que a seguir a António Costa tem sido o principal rosto das medidas de combate à pandemia de Covid-19, admitiu que “é inevitável que o PS venha a ter uma secretária-geral”, diz em entrevista ao Jornal Económico (link indisponível).

A ministra de Estado e da Presidência assumiu esta semana, por 15 dias, até final do mês, a substituição do primeiro-ministro que está de férias. Mariana Vieira da Silva, conta que fala com Costa todos os dias.

Mariana Vieira da Silva começa a ganhar força entre os seus possíveis sucessores de Costa, que diz, no entanto, que só decidirá em 2023 se se recandidata à liderança do PS. No entanto, o primeiro-ministro vê sucessores à altura, tanto homens como mulheres.

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Costa só decide recandidatura em 2023 e vê sucessores à altura no PS

  • ECO
  • 20 Agosto 2021

O secretário-geral do PS diz que não fará tabu, mas só em 2023 resolverá se quer ou não outra legislatura. Defende, ainda assim, que o partido tem sucessores à altura.

António Costa só decidirá se quer mais uma legislatura ou não em 2023, mas diz que não está à procura de emprego e que as eleições autárquicas, tenham que resultado tiverem, não o levarão a sair. Em entrevista ao Expresso (acesso pago), o secretário-geral do PS defende também que o partido tem sucessores à altura, homens e mulheres.

“Comigo não haverá qualquer tipo de tabu e farei em 2023 o que sempre me habituei a fazer na vida que é, chegado o momento, perguntar a mim próprio se me entendo em condições e se entendo ser a pessoa com melhores condições de proceder a essa liderança do PS“, afirma António Costa. Atira que não apoiará ninguém na sua sucessão, mas defende que “felizmente o PS tem, em várias gerações, mulheres e homens com excelentes qualidades para exercerem essas funções”.

Sobre o atual Executivo, diz-se motivado, sendo estes “tempos empolgantes para governar”. E adianta que a corrida autárquica, tenha que resultado tiver para o PS, não o levará a sair. “Se quer saber se condiciono a minha condição de primeiro-ministro ao resultado das autárquicas, não, não condiciono“, deixa claro, em entrevista ao semanário.

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Hoje nas notícias: Baixa do IRS, Vieira e passaportes

  • ECO
  • 20 Agosto 2021

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

António Costa admite baixar o IRS no Orçamento do Estado 2022, documento que poderá trazer também um aumento “substancial” do abono de família. A ministra de Estado e da Presidência do Conselho de Ministros, Mariana Vieira da Silva, adianta que “é inevitável que o PS venha a ter uma secretária-geral”, enquanto Luís Filipe Vieira que diz que “não tem dinheiro para para as dívidas” ao Novo Banco. Na comissão de inquérito ao banco liderado por António Ramalho, o PS ficou isolado em 22% das alterações ao relatório.

Costa admite baixar o IRS no OE2022

O Orçamento do Estado para o próximo ano poderá trazer uma baixa do IRS, se a negociação do Governo com a esquerda não resultar noutras prioridades, admite o primeiro-ministro. António Costa avança ainda que poderá haver um aumento “substancial” do abono de família e garante que as medidas extraordinárias de apoio às empresas, como o lay-off simplificado, vão manter-se. Já sobre o pacote de alterações laborais que o PS ajudou o PCP a aprovar, o chefe do Executivo sinaliza que o período experimental de 180 dias não vai ser revertido. Leia a notícia completa no Expresso (acesso pago).

“É inevitável que o PS venha a ter uma secretária-geral”

Ministra de Estado e da Presidência do Conselho de Ministros, Mariana Vieira da Silva, assumiu esta semana, por 15 dias, até final do mês, a substituição do primeiro-ministro, António Costa, que está de férias. Fala com Costa todos os dias e começa a ganhar força entre os seus possíveis sucessores. Admite que “é inevitável que o PS venha a ter uma secretária-geral”. Leia a notícia completa no Jornal Económico (acesso condicionado).

“Não tenho dinheiro para pagar as dívidas”

Luís Filipe Vieira quebra o silêncio e, a duas semanas de expirar o prazo para pagar 160 milhões de euros ao Novo Banco, garante que não tem dinheiro para pagar essa dívida, que contraiu em 2011. “Não tenho 160 milhões para pagar a dívida. Já está tudo tratado para se entregar as ações”, diz. O Novo Banco está a estudar o que fazer com a dívida e os ativos da Promovalor. Se o banco executar as VMOC, ficará a ser dono de mais de 96% do seu capital. Leia a notícia completa no Correio da Manhã (acesso pago).

PS isolado em 22% das alterações ao relatório

Dados sobre votações individuais das propostas de alteração ao relatório preliminar da comissão parlamentar de inquérito permitem ver quantas vezes a oposição se juntou para votar a favor das mudanças, contra a vontade do PS. A oposição entendeu-se 49 vezes nas votações das propostas de alteração ao relatório preliminar da comissão parlamentar do Novo Banco, aprovando mudanças que mereceram os votos a favor de todos os partidos e que só tiveram o voto contra do PS. Esta convergência aconteceu em 22% das propostas que integram o relatório final. Leia a notícia completa no Público (link indisponível).

É preciso esperar dois meses para tirar passaporte

A extinção do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) ainda não aconteceu, mas algumas das suas responsabilidades já estão a ser transferidas, como é o caso da emissão e renovação de passaportes comuns, agora a cargo do Instituto de Registo e Notariado. Os agendamentos para este fim estão a demorar mais de dois meses, quando o prazo para emissões no SEF eram apenas de cinco dias. Leia a notícia completa no Diário de Notícias (acesso pago).

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“Não tenho dinheiro para pagar as dívidas”, diz Vieira

  • ECO
  • 20 Agosto 2021

“Não tenho 160 milhões para pagar a dívida. Já está tudo tratado para se entregar as ações”, diz Luís Filipe Vieira, sobre a dívida ao Novo Banco.

Luís Filipe Vieira quebra o silêncio e, a cerca de duas semanas de expirar o prazo para pagar 160 milhões de euros ao Novo Banco, garante que não tem dinheiro para saldar essa dívida. “Não tenho 160 milhões para pagar a dívida. Já está tudo tratado para se entregar as ações”, diz, em declarações ao Correio da Manhã (acesso pago).

Em causa está um empréstimo que foi concedido por Ricardo Salgado a Vieira através de uma emissão de dívida de Valores Mobiliários Obrigatoriamente Convertíveis. O Novo Banco está agora a estudar o que fazer com essa dívida e com os ativos da Promovalor, sociedade da qual constam os interesses imobiliários mais importantes da família Vieira. Se o banco executar as VMOC, ficará a ser dono de mais de 96% do seu capital.

Ao Correio da Manhã, Luís Filipe Vieira garante, contudo, que não ficou surpreendido com o prazo que lhe foi concedido para saldar a dívida. “Era o que estava tratado. Só falta assinar uns últimos documentos“, explica.

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“Temos a rede pronta” para “ser o 1.º a oferecer” o melhor 5G

  • Lusa
  • 20 Agosto 2021

Todo o processo do leilão do 5G "está repleto de ilegalidades e não serve os interesses do país", mas a Nos está pronta para lançar a rede de nova geração.

A Nos tem a sua rede de quinta geração “pronta” e está a desenvolver casos de estudo para poder ser “o primeiro operador a oferecer o melhor 5G” quando chegar “o momento”, disse à Lusa o presidente executivo.

Questionado sobre o longo processo do leilão 5G, que dura há mais de sete meses, Miguel Almeida afirmou: “temos a nossa rede pronta”.

“Estamos a testá-la em diferentes contextos e em diferentes setores, estamos a desenvolver casos de estudo, precisamente, para podermos ser o primeiro operador a oferecer o melhor 5G às empresas e ao país, quando chegar o momento”, salientou o presidente executivo da Nos.

“Gostaria que fosse o quanto antes, mas não depende dos operadores”, sublinhou o gestor.

Já quanto ao processo do leilão 5G, “a posição da Nos é pública e sobejamente conhecida”, referiu, apontando que “todo o processo está repleto de ilegalidades e não serve os interesses do país”.

Questionado sobre a nova alteração das regras do leilão, anunciadas na semana passada pelo regulador, Miguel Almeida rematou: “Já o fizemos em sede própria”.

A licitação principal dura há mais de sete meses (arrancou em 14 de janeiro) e, atualmente, nos países da União Europeia, só Portugal e a Lituânia não têm ofertas comerciais de quinta geração (5G).

Desde o início de julho passou a haver 12 rondas, na sequência da alteração ao regulamento do leilão, aprovada pela Autoridade Nacional de Comunicações (Anacom), tendo em vista a aceleração do processo, sendo que a mudança de regras foi alvo da contestação dos operadores históricos.

Entretanto, em 12 de agosto, a Anacom anunciou o início do procedimento de uma nova alteração do regulamento, no sentido de inibir a utilização dos incrementos de valor mais baixo que os licitantes podem escolher, 1% e 3%, tendo por objetivo acelerar, mais uma vez, o ritmo do leilão.

A licitação principal inclui os operadores Altice Portugal (Meo), Nos, Vodafone Portugal, Nowo (Másmovil) e também a Dense Air, e visa a atribuição de direitos de utilização de frequências nas faixas dos 700 MHz, 900 MHz, 2,1 GHz, 2,6 GHz e 3,6 GHz, depois de uma primeira fase exclusiva para novos entrantes.

O processo tem sido bastante contestado pelas operadoras históricas, envolvendo processos judiciais, providências cautelares e queixas a Bruxelas, considerando que o regulamento tem medidas “ilegais” e “discriminatórias”, o que incentiva ao desinvestimento.

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Especialistas defendem fim das máscaras na rua antes de setembro

  • Joana Abrantes Gomes
  • 20 Agosto 2021

O ECO ouviu três especialistas sobre a possibilidade de deixar de ser obrigatório o uso de máscara na via pública antes do início da 2.ª fase do plano de desconfinamento.

No momento em que anunciou o plano de desconfinamento, o Governo previu que deixaria de ser obrigatório o uso de máscara na via pública caso se atingisse 70% da população com a vacinação completa. Esta quinta-feira, a ministra da Saúde, Marta Temido, revelou que Portugal chegou a essa meta, porém, a imposição do uso de máscara em espaços públicos deverá manter-se, pelo menos, até 12 de setembro, segundo a lei em vigor, proposta e aprovada pelo Parlamento. O ECO ouviu três especialistas sobre a necessidade do uso da máscara antes da segunda fase do plano de desconfinamento.

Defensor do desconfinamento “há bastante tempo”, o virologista Pedro Simas considera que este “devia estar condicionado ao efeito da vacinação na população portuguesa” e não “à percentagem de vacinação, apesar de haver um efeito entre a vacinação e o número de casos graves”.

Para o especialista, o Governo foi muito prudente com o plano apresentado e devia avançar-se já com outras medidas de desconfinamento, além do fim da imposição do uso de máscara na rua. “Uma pessoa [que] está vacinada e tem um contacto com uma pessoa que é positiva não deveria ficar em quarentena. Se não tem sinais clínicos e, ao fazer um teste PCR, é negativo, não tem que ficar em quarentena preventiva. Isso devia ser revisto”, defende.

Apesar disso, Pedro Simas aponta à necessidade de “ter alguma prudência, não desconfinar completamente e observar” o que acontece cá, mas também lá fora. “Israel está a ter algumas subidas de algumas hospitalizações, mas sobretudo em pessoas não vacinadas na mesma”, diz. “É importante estabelecer o equilíbrio endémico deste vírus e incutir a ideia na sociedade de que estamos muito protegidos pela vacinação”, acrescenta.

O professor e investigador do Instituto de Higiene e Medicina Tropical da Universidade Nova de Lisboa (IHMT-UNL), Tiago Correia, argumenta no mesmo sentido, mas considera que a questão “deve ser vista por vários ângulos”.

Um deles é “a eficácia de medidas às quais a população já não adere”, como se verifica em relação à obrigatoriedade do uso de máscara na via pública. “É relativamente consensual que é mais prejudicial do que benéfico ter medidas de obrigatoriedade que não são cumpridas, porque causa descrédito às autoridades. Se a maioria da população deixar de cumprir, deixa também de ser eficaz”, remata.

Segundo o especialista do IHMT, neste momento não há uma mensagem eficaz para reforçar a utilização de máscara. “Esta medida é daqueles exemplos em que os comportamentos têm de condicionar a tomada de decisão”, defende, apelando à sua revisão. Tiago Correia concorda “em parte” com o facto de o Governo fazer depender o desconfinamento do processo de vacinação, porque sendo as vacinas eficazes, tal “vai fazer com que a circulação do vírus não produza doença com a intensidade que produziu no passado” e, também por esse ponto de vista, considera que o uso obrigatório de máscara em espaços públicos “devia cair”.

No entanto, critica o facto de o Governo não ter dito quais os critérios que possam fazer o país recuar ou fazer suspender o processo de desconfinamento. “O Governo vai-se rapidamente confrontar com esta necessidade, olhando para os casos de Israel e do Reino Unido”, em que, apesar de estarem mais avançados do que Portugal na vacinação, estão a ser confrontados com “uma realidade dura de compreender”: comparativamente às últimas semanas, os mortos e os internamentos estão a aumentar nos dois países.

Tendo em conta que o vírus “não vai desaparecer”, o especialista em saúde pública crê que os países ou deverão seguir a política de zero casos, como a Nova Zelândia – o que, na Europa, “não é concretizável, nunca foi concretizável e não será concretizável” -, ou assumir que o regresso a “alguma normalidade” tem como moeda de troca “um certo número de internamentos e de óbitos”.

Nesse sentido, considera que a discussão agora terá de ser “ética”, ou seja, definir qual o número diário “eticamente aceitável” de óbitos e internamentos “sabendo que as pessoas têm que trabalhar, que estão muito cansadas e que muitas pessoas querem assumir maiores riscos para retomar algumas rotinas”. “Mais do que nunca, o Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida, a meu ver, é o ponto central de toda esta discussão daqui em diante”, sugere.

Já o epidemiologista Manuel Carmo Gomes, que integra a comissão técnica de vacinação contra a Covid-19, é mais prudente e chama a atenção para a necessidade de, mesmo em espaços abertos, “haver bom senso” após deixar de ser obrigatório o uso de máscara na via pública. O especialista da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa apela a um desconfinamento gradual, estando “constantemente a acompanhar o que é que se está a passar nos hospitais”. “Hoje em dia, sou daqueles que concordam que não tem assim tanta importância o número de infeções como tem o número de doentes a necessitarem de hospitalização“, afirma.

Contrariamente à situação em Israel, um país muito avançado na vacinação mas que apresenta um aumento de casos com a variante Delta, Manuel Carmo Gomes diz que os números hospitalares em Portugal são, “para já, satisfatórios”, apesar de os internamentos terem aumentado com a quarta vaga de Covid-19, tendo agora estabilizado e não havendo “para já” sinal de subida. “Nós não estamos naquela situação, portanto, acho que sim, devemos gradualmente aliviar, tal como o Governo propôs. Agora, se é no dia 12, se é no dia 10, se é no dia 14, isso é daqueles preciosismos que ninguém é capaz de dizer com certeza“.

O membro da comissão de vacinação realçou ainda que, recentemente, foi analisado um indicador denominado “breakthrough infections, algo que também Israel e os EUA estão a acompanhar. Trata-se do número de casos de infeção em pessoas completamente vacinadas, um número que em Portugal, atualmente, é de 2,5 por 1000. “Por cada mil pessoas completamente vacinadas, nós temos 2,5 que testaram positivo depois de estarem vacinadas, e estar positivo não é estar doente, algumas nem sequer têm sintomas”, explica.

Apesar de existir uma propensão para esta taxa “aumentar ao longo do tempo, eventualmente porque a titulação de anticorpos vai decaindo suavemente” nesse período, Portugal tem ainda uma taxa muito baixa, portanto, “os portugueses que estão completamente vacinados continuam protegidos” e “é de avançar com as medidas de desconfinamento que o Governo propôs”.

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Ex-TAP criam super virtual que leva compras até casa “a voar”

Startup portuguesa fundada por ex-comandante da TAP promete entregar compras de casa em menos de uma hora. Hoogloo quer expandir área de cobertura e está a contratar.

Há um novo concorrente no negócio das dark stores: a Hoogloo. Quer seja uma barra de chocolate ou as compras de mercaria para todo o mês, esta startup portuguesa promete fazer voar as encomendas do armazém até à porta da sua casa, com entregas em menos de uma hora e sem intermediários.

Não é mero acaso que, por detrás desta ideia, estejam dois ex-trabalhadores da TAP. João Alves, 39 anos, é o fundador e foi quadro da companhia aérea nacional durante mais de 15 anos, tendo desempenhado a função de comandante até há bem pouco tempo, em março de 2021. Maria Francisca Afonso, diretora de operações da Hoogloo, foi assistente de bordo da TAP durante dois anos, até junho de 2020.

Para já com um armazém na Amadora, nesta primeira fase, a área de cobertura da Hoogloo limita-se a esse concelho, mais Lisboa, Oeiras e uma parte de Sintra. Para aceder à “loja” virtual — através do site ou das aplicações para iOS e Android –, é preciso introduzir na plataforma uma morada dentro de um local abrangido pela cobertura. Só depois é que a Hoogloo permite aceder ao catálogo, prometendo entregas “sempre dentro de uma hora”, desde que feitas entre as 9h e as 23h.

A taxa de entrega cobrada pela Hoogloo é de 2,95 euros e não há uma “quantidade mínima” de produtos. “Nos pedidos abaixo dos 19,95 euros, temos uma taxa adicional de dois euros”, lê-se no site da startup, enquanto as compras superiores a 50 euros “escapam” a esta taxa. As categorias de produtos já disponíveis vão da saúde e bem-estar aos congelados, mas também produtos biológicos e até alimentos para animais. Mercearia em geral.

A Hoogloo tenta ainda captar a atenção dos clientes com descrições irreverentes em todos os produtos: sobre o leite Matinal, escreve: “Diz Matinal, mas podes beber à tarde e à noite.” Acerca da manteiga Milhafre, nota: “Se conheces alguém que não goste de manteiga barrada num pão quente, por favor envia um e-mail para essapessoa@nãoexiste.com.”

Para um piloto, “o céu é o limite”

A ideia que deu origem à Hoogloo surgiu em plena pandemia: “Queríamos fazer compras e não existia nada que fosse ao encontro das nossas expectativas. Ou eram os supermercados e as filas, e ficávamos à espera, ou os serviços online eram antiquados”, conta ao ECO o fundador e CEO, João Alves. Detetada a oportunidade de negócio, juntou uma equipa e meteu mãos à obra: “A ideia foi esta: criar uma marca divertida, com irreverência, uma aplicação funcional e conseguir captar clientes por aí.”

Experiência era “zero”, diz João Alves. “Nenhum de nós tinha experiência em logística”, confessa o ex-comandante. Mesmo assim, com a ajuda de consultores, “muita leitura e networking“, foi possível “ir à luta”. A Honesthorizon Lda. foi constituída oficialmente a 30 de setembro de 2020, “integralmente com capitais próprios”, e o serviço foi oficialmente lançado a 9 de agosto deste ano.

“Neste momento, somos nós que estamos a entregar” as encomendas, explica João Alves, quando questionado acerca das operações da empresa. Com uma campanha de comunicação prestes a arrancar, e esperando-se um aumento no volume de clientes, existem três alternativas para as entregas rápidas da Hoogloo: os serviços de um parceiro, a capacidade excedente oferecida por empresas tipo “Uber” ou trabalhadores independentes que se inscrevam para fazer as entregas da empresa.

A Hoogloo é, sobretudo, uma aposta a longo prazo de que o crescimento do comércio eletrónico veio para ficar, incluindo no retalho alimentar. À pergunta de “onde vê a startup daqui a uns anos”, João Alves responde: “Para um piloto, o céu é o limite.” O objetivo, por agora, é expandir a cobertura na Grande Lisboa, abrir mais armazéns, contratar mais gente para a equipa e, depois, rumar em direção ao Porto.

Dark stores saem da escuridão

Sendo um conceito pouco conhecido até à chegada da pandemia, a Hoogloo é mais uma dark store a operar no mercado português. Este tipo de negócio pode ser comparado, no caso do retalho alimentar, a supermercados virtuais localizados em armazéns: os estafetas entram, recolhem os produtos das prateleiras e entregam a mercearia diretamente na casa dos clientes.

Assim, à Hoogloo juntam-se outras plataformas concorrentes, mas estrangeiras. Em junho, o ECO noticiou a chegada a Portugal de duas dark stores, a Blok e a Gorillas, respetivamente, espanhola e alemã. Além disso, a Glovo, que também é espanhola, tem vindo a expandir a presença em Portugal e planeia ter 16 dark stores a funcionarem no país.

A Hooglooo concorre ainda com as lojas online das maiores insígnias do mercado, como é o caso do Continente Online. Isto porque um litro de leite comprado num grande hipermercado é um litro de leite que não é encomendado de uma dark store, como a Hoogloo.

De resto, foi notório o efeito que os confinamentos tiveram no comércio eletrónico, sobretudo nas encomendas de alimentos. À semelhança do que aconteceu um pouco por todo o mundo, muitos portugueses perderam o receio de encomendarem comida pela internet, acelerando a digitalização do retalho em vários anos.

A título de exemplo, em novembro do ano passado, Ricardo Batista, diretor-geral da Glovo em Portugal, falava num crescimento de 150% da plataforma desde o início da pandemia. Outro exemplo é o Mercadão, que faz as entregas online do Pingo Doce: em janeiro, por ocasião do segundo confinamento, fonte oficial da marca disse ao ECO que a operação cresceu mais de 700% desde o início da pandemia. A comida dos portugueses vai, assim, continuar chegar cada vez mais pelo “correio”.

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Israel vai dar terceira dose da vacina a maiores de 40 anos

  • Lusa
  • 20 Agosto 2021

A administração de uma terceira dose da vacina a israelitas com pelo menos 40 anos de idade deverá começar no próximo domingo.

Israel decidiu baixar para os 40 anos a idade mínima para a toma da terceira dose da vacina contra a Covid-19, a fim de combater o aumento das infeções ligadas à variante delta, anunciou o ministro da Saúde.

“Temos vacinas para todos e agora as pessoas com mais de 40 anos podem receber uma 3ª dose”, disse Nitzan Horowitz, quinta-feira na sua conta na rede social Twitter.

“A vacina é eficaz, vamos parar este Delta“, acrescentou o ministro, referindo-se à variante mais contagiosa da doença.

A administração de uma terceira dose da vacina a israelitas com pelo menos 40 anos de idade deverá começar no próximo domingo.

O estado hebraico lançou uma campanha há três semanas para permitir que pessoas com 60 anos ou mais fossem vacinadas com uma terceira dose da vacina, principalmente a da farmacêutica Pfizer/BioNTech.

No dia 13 de agosto, baixou para os 50 anos a idade mínima para este reforço.

A Organização Mundial de Saúde pronunciou-se a favor de uma moratória sobre estas terceiras doses de reforço, para se deixarem mais vacinas disponíveis para os países pobres, onde a taxa de vacinação permanece baixa.

O Primeiro-Ministro, Naftali Bennett, defendeu que a administração das doses em Israel, um país de nove milhões de pessoas, não afetaria as reservas mundiais e permitiria testar a eficácia de uma terceira dose.

Na noite de quinta-feira, Bennett, 49 anos, anunciou que iria hoje vacinar-se com uma terceira dose.

“Apelo a todos os que cumpram os critérios do Ministério da Saúde para que se vacinem (…), não devemos jogar com as nossas vidas”, disse, de acordo com um comunicado do seu gabinete.

No total, foram registadas mais de 970.000 infeções de Covid-19 em Israel e 6.700 mortes. Mais de 5,4 milhões de pessoas receberam as duas doses da vacina, ou 58% da população.

Israel foi um dos primeiros países a lançar uma campanha de vacinação em grande escala, em meados de dezembro de 2020, graças a um acordo com a Pfizer, que rapidamente entregou milhões de doses pagas em troca de dados sobre a eficácia da vacina na sua população.

Esta campanha levou a uma queda drástica das infeções, mas nas últimas semanas o número de contaminações aumentou novamente com a propagação da variante delta entre adultos não vacinados e também entre pessoas vacinadas há mais de seis meses.

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PAN quer reunião sobre OE2022 ainda em agosto. PCP, PEV e BE sem pressa

Desde a reunião de 26 de julho que os partidos e o Governo não voltaram a sentar-se na mesma mesa. O PAN quer continuar as negociações ainda em agosto. Já PCP, PEV e BE não têm pressa.

O Governo arrancou oficialmente as negociações do Orçamento do Estado para 2022 (OE 2022) no final de julho, primeiro com uma reunião de balanço do OE 2021 e depois com um encontro sobre o futuro já com a presença do primeiro-ministro. Porém, desde então, ao que o ECO apurou, não houve mais reuniões entre o Governo e os partidos que têm viabilizado os orçamentos. A menos de dois meses da entrega do Orçamento, o PAN quer retomar já o processo de negociação ao passo que PCP, PEV e BE não dão sinal de pressa.

A líder do PAN, Inês Sousa Real, regressou esta segunda-feira de férias e quer retomar as negociações orçamentais com o Governo na segunda quinzena de agosto. A expectativa do partido é que consiga agendar em breve as reuniões setoriais que estavam prometidas para as semanas seguintes às reuniões iniciais de julho. O PAN pretende ter um novo ponto de situação sobre a execução das medidas do OE 2021 — “palavra dada é palavra honrada” é a frase que se repete no partido — e arrancar a discussão técnica das novas medidas.

No caso do PCP, neste momento não está previsto que haja reuniões sobre o OE2022 ainda este mês, de acordo com a informação prestada pelo gabinete de imprensa do partido ao ECO. Em julho, o líder parlamentar dos comunistas queixava-se do calendário fixado pelo Governo com a marcação das autárquicas para 26 de setembro: “A opção que o Governo tomou de fixar a data das eleições para 26 de setembro só cria dificuldades ao processo de discussão da própria proposta de OE que o Governo irá apresentar“.

“Como deve calcular, com as eleições marcadas para 26 de setembro, há de ser muito difícil que antes disso haja condições para que se possa fazer uma discussão séria e ponderada como o Orçamento exige. Isso deixa apenas um período entre 27 de setembro e 11 de outubro para se fazer uma discussão que devia ter mais tempo para se fazer”, criticou João Oliveira, dando a entender já que esse será o período essencial das negociações entre o PCP e o Executivo.

O Bloco de Esquerda também não voltou a reunir com o Governo e não há intenção de voltar à mesa das negociações nos próximos dias, até porque Catarina Martins está de férias. Os bloquistas trazem para o OE2022 o mesmo caderno de encargos que não foi acolhido pelo PS no ano passado e que levou ao voto contra do BE, ao lado da direita.

Já o PEV confirmou ao ECO que ainda não tem uma data fechada, mas existe a expectativa de voltar a encontrar-se em breve com o Governo para discutir o Orçamento. A reunião só deverá acontecer no final deste mês, já na semana em que agosto acaba e setembro arranca, antes de se retomar os trabalhos parlamentares.

No final deste mês, o Ministério das Finanças também já deverá ter uma melhor noção do que contar para o próximo ano. A secretária de Estado do Orçamento, Cláudia Joaquim, encarregou os serviços da administração pública de entregar os seus orçamentos até 19 de agosto. Esta é a base a partir da qual será construído o Orçamento do Estado para 2022.

O PCP, PAN e PEV, em conjunto com as duas deputadas não inscritas, foram essenciais para viabilizar o Orçamento do Estado para 2021, dado o voto contra do Bloco de Esquerda. O Executivo volta assim a apostar na negociação com estes partidos, apesar de também ter incluído os bloquistas. Este ano há uma novidade: as verbas do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) já começaram a chegar e vão continuar a dar mais recursos ao Estado português, o que poderá facilitar as negociações à esquerda.

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Costa admite baixa de IRS e aumento “significativo” do abono de família no OE2022

  • Lusa
  • 20 Agosto 2021

Governo admite que está a trabalhar nas alterações aos abonos de família e IRS “numa prioridade clara que é o combate à pobreza infantil”.

António Costa admite rever os escalões de IRS, de forma a subir o rendimento da classe média, e pretende um aumento “significativo” do abono de família no próximo Orçamento de Estado para 2022.

Em entrevista ao Expresso, António Costa explica que o Governo está a trabalhar nas alterações aos abonos de família e IRS “numa prioridade clara que é o combate à pobreza infantil”.

Sobre a mexida no IRS, com a criação de mais escalões de forma a aumentar o rendimento da classe média, o governante apontou que essa medida “está inscrita no programa do Governo”.

“É uma matéria sobre a qual não só estamos a estudar, como estamos a conversar com os nossos parceiros e temos de medir se e como”, sublinhou.

Questionado se a medida é aplicada já em 2022, António Costa referiu que o Governo está “a medir”.

“Se me disser que vamos adotar uma única medida, posso escolher se vou mexer nos escalões, se vou aumentar as deduções para todas as crianças… Se me disser que ambas são necessárias, então tenho de compatibilizar o quadro orçamental”, apontou.

“Está consolidada que, com uma inflação prevista de 0,8%, todos os ministérios terão um aumento do seu orçamento em pelo menos 1,2% e depois há um conjunto de ministérios que têm um aumento superior a 1,2%: Ciência, Educação, Saúde, Administração Interna e Cultura”, acrescentou.

António Costa referiu ainda, questionado sobre a possibilidade de aumentar ou mudar o abono de família, que pretende que haja “aumento significativo relativamente às prestações para as famílias com crianças, em particular a partir do segundo filho”.

“Sabemos a grande dificuldade com que muitas das famílias têm passado do primeiro ao segundo filho e isso tem a ver com os seus rendimentos. Temos de continuar a investir no aumento do rendimento disponível que implica, por um lado, uma política salarial por parte das empresas, por outro, transferências não monetárias por parte do Estado, com bom investimento na educação, no pré-escolar, nas creches, na mobilidade acessível e na habitação a custos acessíveis. Mas também transferências monetárias, designadamente nos abonos de família”, frisou.

Na entrevista do Expresso, António Costa aborda ainda a manutenção em 2022 do lay-off simplificado e medidas de apoio urgente.

“O lay-off normal existe desde 1980. Quanto ao simplificado, não vamos retirar nenhuma medida extemporaneamente. Vamos manter as medidas e elas serão utilizadas ou não consoante as necessidades. Progressivamente, tem vindo a haver menos utilização dessas medidas”, vincou.

“A rede de segurança é fundamental que exista, porque a nossa ideia desde o início foi que esta crise [devida à pandemia de Covid-19] tem uma natureza conjuntural, só não sabemos quanto tempo dura”, explicou.

Costa realçou ainda que é necessário “manter os apoios às empresas, o apoio aos rendimentos dos que trabalham, aos que perderam o emprego e os que dependem de prestações sociais” admitindo que as medidas em vigor “podem ser modeladas”.

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