ECO do dinheiro. O que vai marcar 2022?
Quais são as perspetivas económicas para o Estado, as famílias e as empresas neste ano que agora começou? A inflação regressou e agora isso comporta riscos.
- O que vai marcar 2022? Veja aqui o vídeo.
O ano de 2021 frustrou as expectativas de todos os que esperariam o regresso a uma certa normalidade e a pandemia a passar a endemia. Não foi isso que sucedeu. A crise, nos seus aspetos sócios económicos, foi profundamente desigual e assimétrica. Um país, portanto, que não é para os mais velhos, não é para os mais novos, nem para os mais qualificados, não é para a classe média e não é para os mais desfavorecidos…. é para os ricos.
E em 2022?
O melhor que se pode esperar é mesmo esse regresso à normalidade do ponto de vista de saúde pública, porque, no resto, há mais riscos do que oportunidades, e sobretudo riscos vindos de fora, isto é, fora do controlo interno. Para o Estado, para os particulares e para as empresas.
A inflação passou a ser uma palavra central na discussão das políticas económicas e financeiras, há anos que não discutíamos a evolução dos preços. Em 2021, com a crise energética, a procura global a pressionar uma oferta limitada, a crise das matérias primas e o disparo dos custos com contentores, os preços aceleraram para níveis impensáveis em alguns países europeus, como a Alemanha. Em Portugal, os preços voltaram a acelerar em dezembro, para 2,8%, enquanto a taxa de inflação terá ficado, em média, nos 1,3% em 2021.
Mas o BCE olha para a zona euro e para as principais economias. Ora, o BCE continua a garantir aos mercados que a aceleração da inflação é temporária. Será? Nos EUA e no Reino Unido, dizem-nos o contrário.
Veremos o que sucede no segundo semestre do próximo ano. Um novo Governo terá opções mais limitadas no aumento dos gastos públicos em áreas como a saúde e a educação. As famílias e as empresas devem fazer contas para novos empréstimos, porque a probabilidade dos juros aumentarem em 2022 ou, na melhor das hipóteses, em 2023 é superior a 50%. Antes, já neste mês de janeiro, os preços de bens e serviços vão aumentar, e isso poderá significar perda de rendimento para muitos trabalhadores em 2022.
Isto leva-nos às negociações salariais no setor privado para 2022. O aumento dos preços vai pressionar as negociações salariais que poderão trazer mais inflação. Qual é a Alternativa?
As negociações salariais devem tem conta os preços, mas também a produtividade, e devem compreender pelo menos dois anos, 2022 e 2023, a pensar na proteção dos rendimentos e nos resultados dos empresas, logo no emprego.
Nos últimos dias, repetiram-se à exaustão as afirmações mais ou menos vazias sobre o ‘virar de página’, como se isso significasse alguma coisa. Não quer dizer nada. Para já, no dia 30 de janeiro, os portugueses vão votar e escolher um caminho. O ano de 2002 começa mesmo no dia 31 de janeiro…
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