Rui Rio recusa formar Governo com ministros do Chega
Rui Rio considera o Chega um partido "instável", com o qual tem "divergências de fundo" que não permitem ao PSD aceitar fazer um Governo com ministros do partido liderado por André Ventura.
O líder do PSD recusa fazer um Governo com ministros do Chega, por se tratar de um partido “instável” com o qual os social-democratas têm “divergências de fundo”. “Não quero ir para o poder a qualquer preço”, afirmou Rui Rio, durante o debate contra André Ventura, transmitido esta segunda-feira à noite na SIC.
“Aquilo que o Chega diz é que só apoiará o PSD se fizer uma coligação com o PSD – até disse que quer quatro ou cinco ministros. Isso não pode ser, porque há divergências de fundo entre o PSD e o Chega que não permitem isso”, sublinhou Rio, dizendo mesmo que “é impossível” governar coligado com o partido liderado por André Ventura.
Entre essas divergências, segundo o líder social-democrata, está, desde logo, o facto de o Chega se assumir contra o regime. Rio reconhece que o regime democrático está “com muitas falhas”, “muito desgastado” e a precisar “de uma série de reformas”, mas realça que não quer outro regime. “Aquilo que eu quero é pôr o regime democrático, democrático“, rematou.
Além disso, Rui Rio aponta que não pode fazer uma união com um partido que classifica como “instável”, que ora é a favor do Sistema Nacional de Saúde e da escola pública, ora é contra. Dá ainda o exemplo do que sucedeu nos Açores, em que o Chega perdeu um dos seus dois deputados e, mais recentemente, em que o deputado único do partido ignorou a indicação da direção nacional do Chega e votou a favor do orçamento para a região.
“A negociação não pode chegar nunca a uma coligação em que haja ministros do Chega, nem pode chegar nunca a uma situação em que vamos violentar aquilo que são os nossos princípios“, reiterou o líder do PSD.
Porém, Rio coloca nas mãos de André Ventura a decisão de chumbar um Governo do PSD ou “abrir portas à esquerda” caso o PSD apresente um programa de Governo na Assembleia da República.
Em resposta ao líder social-democrata, o presidente do Chega reiterou as suas condições para essa viabilização: “O Chega só aceita um Governo de direita em que possa fazer transformações e isso implica presença no Governo“. Ao mesmo tempo, sublinhou que “tudo fará” para afastar António Costa do poder e mostrou-se disponível para dialogar com Rui Rio após as eleições legislativas.
Se, pelo contrário, Rio abdicar de governar se tal depender do Chega, André Ventura considera que isso “só tem um sentido, que é ‘prefiro estar com António Costa do que com o Chega'”.
(Notícia atualizada às 22h43)
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