“Solução de Rui Rio é que TAP ‘enfiasse’ um calote aos credores”, responde Pedro Nuno Santos
Pedro Nuno Santos respondeu às declarações de Rui Rio sobre a TAP, criticando o social-democrata por querer "enfiar" um calote aos credores ao deixar "a empresa falir" e abrir "outra ao lado".
As declarações de Rui Rio acerca da TAP já mereceram resposta da própria empresa, mas agora é Pedro Nuno Santos quem vem a público defender a companhia aérea e criticar o adversário político. Numa publicação no Facebook, o ministro das Infraestruturas diz cumprimentar o social-democrata “por ter tido a audácia de dizer o que teria feito como primeiro-ministro”, mas ressalva que “fica claro o seu nível de impreparação para o cargo”.
Durante uma deslocação no âmbito da campanha eleitoral para as legislativas de 30 de janeiro, e no rescaldo do debate com António Costa (PS), Rui Rio defendeu: “No momento em que a TAP faliu completamente por força da pandemia (…), a TAP tinha mesmo de fechar e, se houver interesse da parte de privados, fazer ao lado, de raiz, uma companhia nova, como foi o que foi feito por outros países.” Em suma, “fazer uma coisa nova, de raiz, sem vícios e sem problemas”, rematou.
Horas depois, reage agora Pedro Nuno Santos: “Finalmente, Rui Rio veio a jogo dizer o que faria se fosse ele o primeiro-ministro quando a TAP precisou de auxílio público para sobreviver, por causa da pandemia — deixava a empresa falir e abria outra ao lado.”
Acusando o líder da oposição de se ter escudado “nos últimos dois anos” na “posição confortável da crítica”, o socialista entende que “a solução de Rui Rio é que a TAP, empresa com 50% de capital público, ‘enfiasse’ um calote a todos os credores, incluindo empresas portuguesas e cidadãos nacionais que tinham obrigações da própria TAP”. “Um homem que pensa assim não pode ser primeiro-ministro”, acrescenta.
"A solução de Rui Rio é que a TAP, empresa com 50% de capital público, ‘enfiasse’ um calote a todos os credores, incluindo empresas portuguesas e cidadãos nacionais que tinham obrigações da própria TAP.”
Por fim, o ministro escreve que “Rui Rio invoca casos de outros países para justificar” essa opção. Fazendo referência ao caso da Alitália, Pedro Nuno Santos aponta que “o Estado italiano perdeu os 900 milhões de euros que já tinha injetado” na empresa quando “decidiu fazer o que Rui Rio sugeriu para a TAP”, e que teve ainda de “injetar 1.350 milhões na nova companhia aérea ITA”.
“Portanto, 2.250 milhões de euros para ficarem com uma Alitaliazinha. Portugal continua com uma TAP”, remata Pedro Nuno Santos.
Na quinta-feira, no principal debate televisivo das legislativas, Rui Rio criticou a opção do Governo PS de injetar dinheiro na TAP para salvar a companhia aérea. Além disso, Rio criticou a empresa por cobrar mais aos portugueses do que aos espanhóis em algumas ligações.
Esta sexta-feira, numa declaração enviada ao ECO, fonte oficial da TAP explicou que os voos diretos tendem a ser mais caros do que os voos com escala, o que, na visão da empresa, justifica o exemplo levado pelo social-democrata para a discussão. O ECO fez a Prova dos 9 esta sexta-feira e concluiu que os voos diretos tendem a ser, efetivamente, mais caros do que as ligações sujeitas a escalas.
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