Wall Street cai com investidores de olho na Fed

As bolsas norte-americanas terminaram a sessão com perdas, com o setor tecnológico a ser um dos mais receosos. Receios relativos a um endurecimento da política monetária da Fed pairam em Wall Street.

Os principais índices norte-americanos voltaram a “escorregar” esta quinta-feira, terminando a sessão em baixa. O setor da tecnologia esteve entre os mais penalizados, numa altura em que se adensam os receios de que a Fed poderá endurecer a atual política monetária.

O S&P 500 cedeu 1,03% para 4.486,14 pontos, enquanto o industrial Dow Jones recuou 0,95% para 34.696,81 pontos. Ao mesmo tempo, o tecnológico Nasdaq desvalorizou 1,24% para 14.161,98 pontos.

A condicionar o desempenho dos mercados acionistas estiveram os receios de que a Reserva Federal dos EUA poderá endurecer a sua política monetária, havendo a possibilidade de arrancar já em março com a subida dos juros diretores, por forma a conter a inflação. Os investidores aguardam, assim, com expectativa, a reunião do banco central que decorrerá na próxima semana.

Neste contexto, as ações ligadas ao setor tecnológicos estiveram entre as mais penalizadas. A Apple recuou 1,03% para 164,51 dólares, enquanto a Amazon cedeu 2,96% para 3.033,35 dólares, já a Netflix desvalorizou 1,48% para 508,25 dólares.

Em foco estiveram ainda os dados dos pedidos de desemprego que aumentaram mais do que o esperado, na sequência do aumento de infeções por Covid-19 do outro lado do Atlântico. Na semana terminada a 15 de janeiro, houve um aumento de 55 mil pedidos de desemprego, com o valor atual a situar-se nos 286 mil pedidos, de acordo com os dados divulgados esta quinta-feira pelo Departamento do Trabalho dos EUA. Este balanço supera as expectativas dos analistas consultados pela Reuters, que apontavam para 220 mil inscrições.

Além disso, continua a época de apresentação de resultados de várias empresas dos EUA. Esta quinta-feira foi a vez da American Airlines comunicar ao mercado que alcançou a sua maior receita desde o início da pandemia no último trimestre do ano passado, apesar de em termos líquidos ter sofrido um prejuízo de 931 milhões de dólares. Neste contexto, as ações da companhia aérea subiram 3,18% para 16,76 dólares.

Já a seguradora norte-americana Travelers fechou o último trimestre de 2021 com receitas de 1.29 mil milhões de dólares, o que representa um aumento de 2% face às registadas no período homólogo. Nesta sessão, a empresa valorizou 0,24% para 25,22 dólares. Nota positiva ainda para a Alcoa cujas ações somaram 2,72% para 61,25 dólares, após apresentação de resultados.

Entretanto, já após o fecho do mercado, a Netflix revelou que no quatro trimestre de 2021 teve mais 8,3 milhões de subscritores, num período em que a empresa apostou fortemente na programação, nomeadamente com os filmes “Red Notice” e “Don’t Look Up” e a nova temporada de “The Witcher”. Segundo a Reuters, este balanço fica aquém das expectativas dos analistas, dado que estes apontavam para mais 8,4 milhões de subscritores. A empresa de streaming fechou o ano com um total de 221,8 milhões de subscritores em todo o mundo.

Em termos de receitas, entre setembro e dezembro do ano passado, a Netflix obteve 7,71 mil milhões de dólares em receitas, em linha com o esperado pelos analistas.

(Notícia atualizada às 21h48 com os resultados da Netflix referentes ao quarto trimestre de 2021)

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