Fundação José Neves tem 3,4 milhões destinados às bolsas de estudo. Mais do que duplica investimento feito até à data
Até ao final do ano, a FJN tem 3,4 milhões de euros para investir no pagamento das propinas a estudantes e profissionais que queiram investir na sua formação.
Depois de mais de 1,6 milhões de euros investidos no ISA FJN, a Fundação José Neves (FJN) vai reforçar o montante destinado ao programa de apoio a todos os portugueses que pretendam investir na sua educação. Este ano, a Fundação conta com 3,4 milhões de euros para pagar propinas. É mais do dobro do investimento feito desde o lançamento do programa, em setembro de 2020. A concretizar-se, 2022 encerrará com um investimento total de cinco milhões de euros. “Este é um ano para fazer uma grande aposta”, adianta Carlos Oliveira, presidente executivo da Fundação José Neves, à Pessoas, assinalando o Dia Internacional da Educação.
“Até ao final do ano temos cerca de 3,4 milhões de euros para os bolseiros que queiram fazer a sua formação, sejam eles jovens, adultos, pessoas que estão a fazer uma formação mais curta para entrar no mercado trabalho ou pessoas que já estão no mercado de trabalho e querem fazer uma formação para melhorarem ou alterarem competências e se qualificarem para novas funções. Queremos muito ajudar entre 500 a 700 pessoas a fazerem os seus estudos e o seu desenvolvimento de competências no país”, diz Carlos Oliveira.
A Fundação ultrapassou já a meta das 200 bolsas atribuídas, tendo assegurado o pagamento das propinas a 205 portugueses, e conta com 36 instituições aderentes. Entre estes mais de 200 bolseiros, Carlos Oliveira estima que mais de 20% já tenha terminado a sua formação e que esteja, neste momento, empregado ou na fase de procura de emprego. Em 2022, a meta é alcançar os 500 a 700 novos bolseiros.
Perante estes números, o presidente executivo da Fundação José Neves refere-se a 2022 como um “ano para fazer uma grande aposta”. E olha já para os próximos: “depois é preparar os próximos anos, nos quais devemos ter o reforço orçamental que possa alojar um impacto ainda maior”.
O ISA FJN é um programa de bolsas reembolsáveis, baseado no modelo de acordo de partilha de rendimentos e tem como objetivo apoiar os portugueses no acesso aos cursos e formações que lhes permitam adquirir as competências para os empregos do futuro. A Fundação José Neves garante o pagamento integral da propina e esse investimento só é reembolsado se, e quando, o estudante atingir as condições previamente definidas para o fazer de forma sustentada.
Mas, além deste programa, a Fundação conta com outras iniciativas. É o caso do portal Brighter Future, uma base de conhecimento sobre educação e competências em Portugal que permite comparar e relacionar informações sobre cerca de 4.000 cursos e formações, mais de 200 profissões e mais de 200 competências relevantes. O objetivo é que profissionais e estudantes possam tomar decisões para o seu futuro mais informadas.
De salientar ainda a aplicação 29k, lançada em junho do ano passado para fortalecer a saúde mental e o bem-estar de um milhão de portugueses. A app encerrou o ano com mais de 14.000 portugueses registados, e este ano vai reforçar os conteúdos destinados aos mais jovens.
Educação, a “base do elevador social”
Defendendo que a educação deve ser uma prioridade, sendo a “base do elevador social, do desenvolvimento das empresas, do desenvolvimento das pessoas e dos salários”, Carlos Oliveira deixa uma crítica aos partidos, em campanha eleitoral para as legislativas de 30 de janeiro.
“Num período eleitoral, e em que haverá um novo Governo em breve, é momento de apelarmos para estes temas sejam colocados na ordem do dia com a prioridade que devem ter, e isso infelizmente não temos visto. O tema da educação, da qualificação dos portugueses para as necessidades do futuro, das alterações que é preciso fazer para termos uma educação mais integrada… Essa é que deveria ser a prioridade”, defende. “É uma pena que este tema da educação não seja trazido para o debate público, em particular numa campanha eleitoral, com a força que merece.”
É uma pena que este tema da educação não seja trazido para o debate público, em particular numa campanha eleitoral, com a força que merece.
Recordando o ponto de partida de Portugal — cerca de 50% dos portugueses adultos que não terminaram ensino secundário, 46% dos empregadores têm, no máximo, o ensino secundário completo — o presidente executivo da Fundação José Neves considera que é urgente requalificar estes adultos para o futuro. “É claro que há salários baixos quando não há empresa competitivas, com a gestão competitiva e com trabalhadores com as competências adequadas. Este problema só se resolve a prazo e a base é a educação”, salienta.
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