Biden garante “sintonia” entre EUA e Alemanha perante a ameaça russa
A Alemanha é “um dos aliados mais próximos” dos Estados Unidos", destacou Joe Biden durante uma reunião com Olaf Scholz na Casa Branca. Alemanha vai enviar mais 350 militares para a Lituânia.
Os Estados Unidos e a Alemanha estão a trabalhar “em sintonia” perante a “agressão” da Rússia na Europa, garantiu esta segunda-feira o Presidente norte-americano, Joe Biden, na primeira visita à Casa Branca do chanceler alemão, Olaf Scholz.
A Alemanha é “um dos aliados mais próximos” dos Estados Unidos, frisou o chefe de Estado norte-americano, em declarações ao lado do chefe de governo alemão, considerado por alguns, em Washington, como complacente perante o risco de uma invasão russa à Ucrânia.
A primeira reunião na Sala Oval da Casa Branca entre Biden e Scholz acontece num momento em que também alguns parceiros da NATO têm criticado a posição de Berlim, que se tem recusado a estabelecer um limite claro sobre as possíveis ações de Moscovo na Ucrânia. “Estamos a trabalhar em sintonia para dissuadir a Rússia de uma agressão na Europa”, garantiu Joe Biden, num breve comentário momentos antes do início da reunião.
A ministra da Defesa da Alemanha, Christine Lambrecht, anunciou esta segunda que o país vai enviar mais 350 soldados para a Lituânia no âmbito de uma operação da NATO, “num sinal claro de determinação aos nossos aliados”. A Alemanha dirige uma operação da NATO (Organização do Tratado do Atlântico-Norte) na Lituânia, onde já se encontram destacados 500 soldados alemães.
Na reunião na Casa Branca, o Presidente norte-americano acrescentou ainda que está a trabalhar com a Alemanha para enfrentar os desafios apresentados pela China, promover a estabilidade nos Balcãs ocidentais e responder à pandemia e crise climática.
Já Olaf Scholz concordou com Joe Biden de que os norte-americanos são um dos “aliados mais próximos” de Berlim e explicou que iria dialogar com Biden sobre “como combater a agressão da Rússia contra a Ucrânia”. Segundo a Casa Branca, Biden e Scholz planeavam discutir a preparação de um “pacote robusto de sanções” que “imporia um custo sério caso a Rússia invadisse a Ucrânia”.
Em concreto, um dos tópicos de conversa será o futuro gasoduto Nord Stream 2, que transporta gás natural russo através do mar Báltico diretamente para a Europa ocidental, ‘contornando’ a Ucrânia. Apesar de concluído, o processo de certificação continua bloqueado, e, por isso, este ainda não está em funcionamento.
A posição de Washington, segundo um alto funcionário do governo de Biden, é que caso a Rússia invada a Ucrânia “de uma forma ou de outra, o Nord Stream 2 não começará” a transportar gás. Momentos antes da viagem aos Estados Unidos, o chanceler alemão recusou-se, no entanto, a falar explicitamente de uma possível suspensão de licenças ao Nord Stream 2, embora tenha enfatizado que a punição potencial seria “ampla e muito dura”.
A Ucrânia e os seus aliados ocidentais acusam a Rússia de ter concentrado dezenas de milhares de tropas na fronteira ucraniana para invadir novamente o país, depois de lhe ter anexado a península da Crimeia em 2014. A Rússia nega qualquer intenção bélica, mas condiciona o desanuviamento da crise a exigências que diz serem necessárias para garantir a sua segurança, incluindo garantias de que a Ucrânia nunca fará parte da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO).
Com mais de 41 milhões de habitantes, a Ucrânia é o segundo maior país da Europa em área, depois da Rússia.
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