Portugal desaconselha viagens não essenciais à Ucrânia
Portugal está a desaconselhar viagens não essenciais para a Ucrânia, "devido à tensão militar crescente junto às fronteiras da Ucrânia, não sendo de excluir um agravamento da situação de segurança".
O Ministério dos Negócios Estrangeiros português está a desaconselhar “viagens para a Ucrânia que não sejam estritamente essenciais“, tendo em conta a tensão militar crescente junto às fronteiras desse país. A nota — que não tem natureza vinculativa e funciona, portanto, apenas como indicação — foi publicada este sábado na Portal das Comunidades Portuguesas.
“Devido à tensão militar crescente junto às fronteiras da Ucrânia, não sendo de excluir um agravamento da situação de segurança, desaconselham-se as viagens para a Ucrânia que não sejam estritamente essenciais. Caso se encontre atualmente na Ucrânia e se a sua presença não for absolutamente necessária, sugere-se que pondere sair temporariamente do país“, sublinha o Ministério dos Negócios Estrangeiros.
No aviso, deixa-se claro também que Portugal não recomenda “quaisquer viagens para a região do Donbass ou para zonas próximas da fronteira com a Federação Russa e com a Bielorrússia”.
Este sábado, também a embaixada dos Estados Unidos em Kiev ordenou a retirada do seu pessoal não essencial, depois de Washington ter alertado para a iminência de uma ofensiva russa contra a Ucrânia.
Isto depois de na sexta-feira, os Estados Unidos terem já apelado aos seus cidadãos para deixarem a Ucrânia o mais rapidamente possível, um conselho que foi seguido por outros países, incluindo Reino Unido, Países Baixos, Canadá, Austrália, Japão, Israel, Bélgica e Alemanha.
Por exemplo, este sábado, Itália aconselhou os seus cidadãos a deixar temporariamente a Ucrânia, devido a tensões com a Rússia e retirou pessoal não essencial da sua embaixada em Kiev, que permanecerá “plenamente operacional”. “Em relação à situação atual, como precaução, os nacionais são convidados a deixar temporariamente a Ucrânia por meios comerciais disponíveis“, disse o Ministério dos Negócios Estrangeiros em Roma, citado pela agência espanhola EFE.
O Governo italiano recomendou também o adiamento de “todas as viagens não essenciais” para a Ucrânia e que os italianos que tenham de permanecer no país da Europa de Leste descarreguem uma aplicação de geolocalização da Unidade de Crise do ministério. Já depois da divulgação do alerta de viagem, o ministro dos Negócios Estrangeiros italiano, Luigi Di Maio, anunciou a decisão de “retirar pessoal não essencial” da embaixada em Kiev.
Estes apelos seguiram-se à declaração dos Estados Unidos de que a Rússia poderá invadir a Ucrânia “a qualquer momento” nos próximos dias. A Rússia nega a sua intenção de invadir a Ucrânia, mas continua a aumentar a sua presença militar na fronteira do país vizinho.
A atual crise começou com a concentração, ainda em 2021, de dezenas de milhares de tropas russas perto das fronteiras da Ucrânia. O Ocidente vê nessa concentração militar a intenção russa de invadir novamente a Ucrânia, depois de lhe ter anexado a península da Crimeia em 2014. A Rússia nega qualquer intenção bélica, mas condiciona o desanuviamento da crise a exigências que diz serem necessárias para garantir a sua segurança.
Essas exigências incluem garantias juridicamente válidas de que a Ucrânia nunca fará parte da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO) e o regresso das tropas aliadas nos países vizinhos às posições anteriores a 1997. Os Estados Unidos e os seus aliados da NATO e da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE), incluindo Portugal, recusaram tais exigências.
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