Inflação acelera na Zona Euro para novo máximo de 5,8% em fevereiro
A componente energética corresponde a mais de metade da inflação registada na Zona Euro em fevereiro, continuando a influenciar significativamente a evolução dos preços.
A taxa de inflação da Zona Euro acelerou de 5,1% em janeiro para 5,8% em fevereiro, atingindo um novo máximo desde que os dados são compilados pelo Eurostat. Desde junho de 2021 (1,9%) que os preços na área do euro têm apresentado um crescimento homólogo cada vez maior, mês após mês, superando a generalidade das previsões.
A componente energética corresponde a mais de metade da inflação registada na Zona Euro em fevereiro, continuando a influenciar significativamente a evolução dos preços. O contributo da energia para a taxa global foi de 3,3 pontos percentuais em fevereiro. Contudo, esta subida dos preços da energia já está a contagiar outras componentes: os preços dos alimentos, álcool e tabaco crescem 4,1%, os bens industriais não-energéticos sobem 3% e os serviços avançam 2,5%.
Taxa de inflação da Zona Euro acelera há oito meses consecutivos
A inflação subjacente, da qual é expurgada o contributo da energia e dos alimentos não processados, situou-se nos 2,9% em fevereiro, acima dos 2,4% registados em janeiro, ficando significativamente acima do objetivo de médio prazo do Banco Central Europeu (BCE) de ter uma taxa de inflação de 2%.
Este é o valor mais elevado da taxa de inflação da Zona Euro (19 Estados-membros) desde o início da série, em 1997. Porém, Portugal continua a ter uma das taxas de inflação mais baixas da área do euro. Esta segunda-feira o Instituto Nacional de Estatística (INE) revelou que a taxa tinha acelerado para 4,2% em fevereiro, um máximo de uma década.
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Há uma grande divergência na taxa de inflação entre os vários países. França, que tem uma grande parcela de energia satisfeita pelo nuclear, regista a menor taxa (4,1%), seguindo-se a Finlândia e Malta (4,3%) e depois Portugal (4,4%) — o número difere do apresentado pelo INE porque o Eurostat dá preferência a um indicador ligeiramente diferente de inflação, o IHPC (Índice Harmonizado de Preços no Consumidor), em vez do IPC.
Do lado oposto está a Lituânia (13,9%), Estónia (12,4%) e a Bélgica (9,6%). Em Espanha, cuja economia tem uma ligação forte à portuguesa, a taxa de inflação situou-se nos 7,5% em fevereiro. Como já referido, este agravamento dos preços está relacionado com a energia, um fenómeno que deverá acentuar-se nas próximas semanas por causa da invasão da Rússia na Ucrânia.
Este será um dos dados que o conselho de governadores do Banco Central Europeu (BCE) terá de ter em conta quando dedicar o rumo da política monetária na reunião de 10 de março. A presidente do BCE, Christine Lagarde, apontou para esse encontro — em que a equipa do BCE divulga novas previsões para o PIB e inflação — a clarificação que os mercados pedem. A par da evolução da taxa de inflação na Zona Euro, o conflito armado também poderá ter influência nas decisões a tomar: o petróleo já superou os 110 dólares e o gás natural tem registado subidas de dois dígitos.
Estes dados são preliminares. Os dados mais completos serão divulgados a 17 de março pelo Eurostat.
(Notícia atualizada pela última vez às 11h08 com mais informação)
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