Ritmo de adesão a carros elétricos pode superar crescimento da capacidade da infraestrutura
Estudo da EY e Euroeletric antecipa 130 milhões de elétricos na Europa até 2035, colocando desafios à infraestrutura de suporte. Consultora vê risco de perda de confiança e “apetite” dos consumidores.
A mobilidade elétrica na Europa deverá registar um forte crescimento nos próximos anos, colocando desafios do ponto de vista das infraestruturas disponíveis. Nesse sentido, é necessário reforçar e expandir a rede de postos de carregamento, concluiu um estudo da EY, em parceria com a Euroeletric.
Os analistas da EY preveem um crescimento exponencial da adesão de carros elétricos nos próximos anos, mas também alertam para o risco de a adoção de veículos elétricos crescer a um ritmo superior ao do “ecossistema que o sustentará”. A consultora estima que o número de veículos elétricos na Europa deverá disparar de menos de cinco milhões para cerca de 65 milhões até 2030, e depois para 130 milhões até 2035.
Em 2020, os carros elétricos representavam 1,5% do total de 326 milhões de automóveis, embora já representem um quinto dos novos registos na Europa. A EY estima que o crescimento deste mercado será “substancial e rápido”, com um valor total a ascender os 150 mil milhões de euros até ao final da década.
Pedro Subtil, energy leader da EY Portugal, adverte que “é preciso preparar já esta transformação e garantir que temos uma infraestrutura que possa acomodar 130 milhões de veículos em menos de 15 anos”. Para o responsável, sem uma estrutura “confiável”, o “apetite” dos clientes por este tipo de alternativas não acelerará.
A EY estima que os postos de carregamentos cresçam para 65 milhões (nove milhões públicos e 56 milhões residenciais), à boleia do aumento do número de elétricos. Contudo, a empresa reforça a necessidade de garantir, expandir, reforçar e digitalizar a atual infraestrutura de carregamento.
Em 2021, o número de postos de carregamento públicos europeus aumentou para os 374 mil, um crescimento de 40%, embora existam clivagens entre os vários países. Desde logo, uma dezena de países não têm um único carregador em 100 quilómetros de estrada, lista à qual Portugal pertence. Por sua vez, a França, Alemanha, Itália, Holanda e Reino Unido controlam 66% do total de carregadores públicos.
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