Salesforce é reforço do Benfica para conhecer sócios e adeptos
Otimização digital vai permitir gerar mais receitas, acredita o clube, que vem engrossar a lista de clientes da Salesforce em Portugal. Empresa cresceu 35% no último ano e vai continuar a contratar.
O Benfica contratou o software de gestão de relacionamento com clientes (CRM, na sigla em inglês) da Salesforce, de forma a aumentar a taxa de retenção de sócios e as receitas, nomeadamente com bilhetes de época. O clube é um dos mais recentes clientes da empresa norte-americana em Portugal, mercado onde cresceu 35% no ano passado.
Segundo a Salesforce, a adoção das soluções cloud vai permitir ao Benfica “tirar um maior partido das suas ferramentas digitais na comunicação e envolvimento com os seus sócios e adeptos” e construir “uma base de conhecimento centralizada”, acessível a partir de qualquer ponto de serviço, desde lojas, bilheteiras, escolas de futebol, website, aplicação móvel ou Casas do Benfica, entre outros.
“A otimização digital é a chave para o conhecimento do Universo Benfica, para a rentabilização do investimento já realizado, e para a geração de novas receitas”, afirma João Copeto, chief information officer do Sport Lisboa e Benfica.
“Os grandes clubes de futebol em todo o mundo têm atualmente o desafio de ficarem a conhecer profundamente os seus fãs para conseguirem comunicar de forma personalizada, e também conseguir levar o nome da sua marca a todo o mundo. O Benfica não é exceção”, diz Fernando Braz, Portugal country leader da Salesforce.
Num almoço com jornalistas, o responsável elogiou a empresarialização do clube levada a cabo pelo atual CEO, Domingos Soares de Oliveira, que “serviu de exemplo para colossos europeus”, e salientou a aposta na transformação digital. “A equipa de marketing tem a informação toda, pode fazer segmentações e criar campanhas personalizadas”, exemplificou. Além dos projetos já implementados na integração de sistemas, CRM, marketing e serviço a clientes, há a “vontade de fazer outros”.
O Benfica junta-se a uma carteira de clientes onde já estão a Sonae MC, o Novo Banco, o Grupo Brodheim, o Grupo Pestana, o Gato Preto, a Ascendum, a Amorim Luxury ou a Perfumes & Companhia. As receitas da Salesforce cresceram 35% em Portugal e Espanha no ano fiscal de 2022 (que terminou a 31 de janeiro), em linha com o resto da região EMEA. A nível global, o volume de negócios aumentou 25% para os 26 mil milhões de euros.
Novo escritório e contrações
A Salesforce instalou-se há duas semanas num espaço próprio nas Torres de Lisboa. O que não significa um regresso ao trabalho presencial obrigatório. “Há liberdade para as pessoas irem ou não irem ao escritório”, que servirá “sobretudo para reuniões de grupo”, explica o responsável em Portugal. A filosofia é o “work from anywhere” (trabalhar a partir de qualquer lugar).
“Ao criarem novas formas de trabalho – flexibilidade, totalmente remoto ou totalmente presencial em escritório – as empresas estão a ir ao encontro das necessidades e expectativas dos seus colaboradores, aumentando a produtividade, priorizando o bem-estar e impulsionando os níveis de colaboração”, defende Fernando Braz.
O trabalho híbrido é também um fator importante para a atração de talento, que a Salesforce vai continuar a contratar para a operação em Portugal, sem no entanto partilhar o número total de trabalhadores atuais ou o objetivo futuro. O responsável salienta, no entanto, que não tem existido dificuldade nas contratações. Bem pelo contrário: “Temos muita procura. É difícil quantificar a quantidade de currículos”.
Além do trabalho, os eventos presenciais também estão a voltar. Até ao final do primeiro trimestre, a empresa contará com dois eventos locais em Lisboa dirigidos às áreas de marketing e serviços.
"A mim preocupa-me, como português, o facto de as nossas empresas terem abraçado as tecnologias digitais durante a pandemia, para ter algo transacional, mas depois não haver um plano.”
A estratégia atual e futura da Salesforce vai passar por alinhar a estrutura de vendas e apoio técnico às necessidades de cada setor, verticalizando as soluções. O outro passo relevante será a integração progressiva do portfólio de aplicações de negócios à plataforma de trabalho corporativo Slack, adquirida por 27,7 mil milhões de dólares no ano passado. “Será a plataforma de entrada para todas as soluções” da tecnológica norte-americana e “permitirá que as empresas possam mais facilmente construir aquilo a que chamamos as suas sedes digitais”, explica o Portugal country leader.
Fernando Braz lamenta que o ímpeto para a transição digital das empresas portuguesas provocado pela pandemia não esteja a ter sequência numa abordagem integrada e a longo prazo. “A mim preocupa-me, como português, o facto de as nossas empresas terem abraçado as tecnologias digitais durante a pandemia, para ter algo transacional, mas depois não haver um plano”, afirma.
“Mesmo empresas de dimensão significativa não têm uma visão continua. Os nossos empresários vão perder músculo para os globais, que podem não ter a mesma preocupação com o ecossistema local”, alerta. A aproximação às PME é uma das prioridades estratégicas da Salesforce para Portugal.
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