Inundações: Gap de proteção atinge 66% na Europa

  • ECO Seguros
  • 3 Abril 2022

Cheias e inundações representaram 31% dos danos económicos globais resultantes de catástrofes naturais ao longo do ano passado. Ásia é a região do mundo com maior brecha de proteção face a este risco.

Pesando pouco menos do que os danos produzidos pelos furacões, o prejuízo resultante de cheias graves representou mais de 30% dos danos globais causados por desastres naturais em 2021, revela informação atualizada do grupo Swiss Re.

As perdas económicas globais resultantes de catástrofes naturais no ano passado ascenderam a 270 mil milhões de dólares, dos quais 41%, ou cerca de 111 mil milhões de dólares representaram danos segurados, posicionando 2021 como o quarto ano mais oneroso de sempre para a indústria de seguros, indica informação compilada pelo Swiss Re Institute, apontando manutenção da tendência (de longo prazo) de um crescimento anual médio de 5% a 7% no volume de perdas seguradas a nível mundial.

Em 2021, globalmente, o valor dos prejuízos económicos originados por cheias e inundações cifraram-se em 82 mil milhões de dólares, cabendo aos seguros compensar pouco mais de 20 mil milhões de dólares daquele montante e a evidenciar “ampla lacuna de proteção” (protection gap). O “Natural catastrophes in 2021: the flood gates are open,” mais recente relatório sigma (série de publicações do Swiss Re Institute), adverte que as inundações, que pesaram 2% menos do que os estragos causados por ciclones tropicais, representaram 31% dos danos económicos globais resultantes de catástrofes naturais ao longo do ano passado.

Inundações “afetam perto de um terço da população mundial, mais do que qualquer outro perigo,” nota a resseguradora global. Só em 2021, “assistimos a mais de 50 eventos de inundações graves em todo o mundo,” afirma Martin Bertogg, responsável pela área de Catastrophe Perils na SwissRe. “Considerando o nível de devastação que originam, as cheias justificam a atenção e o mesmo rigor na avaliação de risco que é dado a perigos primários como, por exemplo, os furacões,” alerta Bertogg.

Segundo pode ler-se no relatório (sigma 1/2022), ao longo da última década, só 5% dos danos totais produzidos pelas cheias mais graves nas economias emergentes estava coberto por seguros. Nas economias avançadas, os danos protegidos por seguros foram estimados em 34%, valores que indicam grande lacuna de proteção. A Ásia é a região com maior gap de proteção (apenas 7% das perdas estão seguradas), enquanto a Europa apresenta 34% de prejuízos de inundações segurados.

O relatório recorda que, em 2021, o furacão Ida foi o desastre natural que mais estragos causou e, na Europa, as inundações que ocorreram em julho constituíram o evento natural mais prejudicial de sempre na região. Embora os prejuízos segurados em inundações tenham atingido valor recorde, o protection gap associado continua elevado, nota o relatório.

 

 

 

 

 

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Comentários ({{ total }})

Inundações: Gap de proteção atinge 66% na Europa

Respostas a {{ screenParentAuthor }} ({{ totalReplies }})

{{ noCommentsLabel }}

Ainda ninguém comentou este artigo.

Promova a discussão dando a sua opinião