Plano para integrar Portugália na TAP SA vai ser anunciado nos próximos meses
A TAP vai apresentar "dentro de meses" um plano para integrar a Portugália na companhia aérea. Empresa vai contratar 250 tripulantes de cabine e apostar no segmento "corporate".
A TAP vai apresentar nos próximos meses um plano para integrar a Portugália, relevou Gonçalo Pires, administrador financeiro da companhia aérea, durante a apresentação dos resultados de 2021.
A integração está dependente da aprovação pelo acionista. “Depois da apresentação dos resultados haverá uma assembleia geral pata tomar essa decisão”, explicou Gonçalo Pires. Além da PGA, também a UCS (serviços de saúde) será integrada.
A Portugália é detida pela TAP SGPS, que deixou de ter qualquer participação na TAP SA (companhia aérea) depois do aumento de capital pelo Estado em dezembro. Gonçalo Pires garantiu, no entanto, que a integração não viola a proibição de fazer aquisições imposta pela Comissão Europeia no âmbito da apresentação do plano de reestruturação, já que este inclui a holding e prevê o foco nas atividades core, ou seja, o negócio aéreo. A TAP SGPS terá ainda de alienar o negócio de handling (49% da Groundforce) e a Cateringpor.
O aumento da capacidade para o verão vai levar a companhia aérea a contratar mais 250 tripulantes de cabine até ao pico da atividade, que é previsto acontecer em maio, revelou a presidente executiva da TAP, Christine Ourmières-Widener. “É um processo que está a decorrer”, precisou.
A capacidade da operação da TAP para o verão será de 85% relativamente aos níveis de 2019, “em linha com as previsões da Eurocontrol”, mas a responsável espera atingir os 90% no pico do verão.
O reforço não se cinge à tripulação de bordo. A CEO indicou ainda que foram contratados mais 100 colaboradores para o pessoal de terra no aeroporto de Lisboa, com o objetivo de “melhorar o serviço aos clientes”. Os recursos alocados ao call-center que serve a companhia, detido por uma empresa terceira, também foram reforçados. Já o número de pilotos é considerado suficiente, por Christine Ourmières-Widener.
Nos próximos meses vão prosseguir as negociações com os sindicatos para um novo acordo de empresa que substitua os acordos de emergência de 2021, que incluem cortes de salário substanciais. “Não queremos esperar pelo fim do plano de reestruturação para encontrar as melhores condições para os trabalhadores”.
O aumento no número de passageiros transportados e de receitas não evitou um crescimento dos prejuízos da TAP, que somaram uns inéditos 1.599,1 milhões de euros em 2021, ultrapassando os 1.230 milhões de 2020. Um número que fica, ainda assim, abaixo dos 1.750 milhões previstos no plano de reestruturação.
Este agravamento deve-se ao custos não recorrentes de 1.024,9 milhões com o encerramento da Manutenção e Engenharia no Brasil no quarto trimestre. A TAP informa, em comunicado, que o resultado líquido ajustado de itens não recorrentes (incluindo ajustes fiscais) seria de negativo em 760,14 milhões.
O administrador financeiro da TAP explicou que aquele custo resultou do reconhecimento da imparidade do empréstimo da TAP SA à TAP SGPS, que serviu para cobrir as perdas com a M&E Brasil. Gonçalo Pires garantiu que os custos do encerramento daquela unidade “já estão todos contabilizados”.
Christine Ourmières-Widener explicou que o “processo ainda está em curso e prosseguem discussões com a gestão, os consultores e os sindicatos”. Lembrou que a companhia tentou encontrar um comprador viável, mas não foi possível.
Num futuro que continuará marcado pela incerteza devido à guerra na Ucrânia e à pandemia, a TAP vai reforçar a aposta no segmento corporate. “Vamos focar no segmento corporate e de maior rendimento. Não está a recuperar tão depressa como o de lazer, mas está a evoluir positivamente e queremos estar preparados”, justifica a CEO.
Outra aposta é a carga e correio. A companhia tem neste momento em curso o processo de certificação de dois aviões que foram convertidos para o transporte de carga. As receitas deste segmento cresceram 88% em 2021.
A companhia vai continuar a reforçar acordos de code share com outras companhias, de forma a reforçar o hub de Lisboa. Christine Ourmières-Widener revelou que manteve recentemente conversações com a Emirates para fortalecer a parceria já existente. Sobre potenciais interessados numa aquisição da TAP, respondeu que essa é uma questão para o acionista, que é o Estado.
Gestão criteriosa das novas rotas e foco no controlo de custos foram também mensagens fortes da apresentação, com o objetivo de chegar a 2025 com uma companhia lucrativa e sustentável, enfatizou a CEO.
(Notícia atualizada às 11h31)
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