Bruxelas prepara plano contra risco de “rutura total” do fornecimento de gás russo à UE

A comissária europeia da Energia considera que qualquer Estado-membro está em risco de ver uma rutura total nas importações de gás a partir de Moscovo.

A Comissão Europeia está a desenvolver planos de contingência para responder à eventualidade de a Rússia cortar o abastecimento de gás natural ao continente. O alerta feito pela comissária europeia da Energia sublinha que qualquer Estado-membro está em risco de ver o acesso ao gás russo ser comprometido.

De acordo com o Financial Times (FT), estão a ser concentrados esforços para armazenar o máximo de gás russo possível, numa altura em que Kadri Simson considera que o bloco está em condições de substituir a maioria das entregas da Rússia ainda este ano. No entanto, frisa que mais teria que ser feito caso Moscovo avance com uma “interrupção total” do fornecimento de gás.

A publicação britânica avança com base em fontes próximas do processo que os planos deverão incluir medidas para racionar o fornecimento de gás para a indústria, poupando as famílias. De referir que 27% do gás russo na União Europeia tem como destino a indústria, sendo que a produção de produtos químicos, cerâmica, alimentos e a produção de vidro são os maiores consumidores.

Recorde-se que na sequência da invasão da Ucrânia pelas tropas russas e da aplicação de sanções, o Kremlin aprovou um decreto que obriga aos clientes do Ocidente a efetuar pagamentos do gás em rublos em vez de euros ou dólares, caso contrário esse fornecimento seria interrompido. No entanto, esse decreto foi alterado

Até ao momento, o fornecedor de gás estatal russo Gazprom já avançou com cortes na Polónia, Bulgária e Finlândia por não cumprirem com essa condição, ainda que o decreto tenha sofrido alterações mais tarde por ser uma “clara violação das sanções”, explicou Simson. As novas orientações permitem que os compradores de gás russo abram uma conta no Gazprombank e paguem em euros ou dólares, que serão depois convertidos em rublos pelo banco.

“Estamos perante uma situação em que qualquer Estado-membro pode ser o próximo [a ser cortado]”, referiu Simson em entrevista ao FT. “Até agora, conseguimos dar resposta às preocupações de segurança do abastecimento desses três Estados-membros, principalmente com a ajuda da solidariedade dos [países] vizinhos”, garantiu.

Na mesma entrevista, a governante garantiu que a Comissão Europeia fará esforços para proteger as principais cadeias de abastecimento de alimentos, segurança e produtos de saúde e segurança, insistindo que é “possível” substituir dois terços do gás russo ainda este ano.

Só este ano, os 27 Estados-membros receberam entregas recorde de gás natural liquefeito permitindo-lhes começar a reabastecer os reservatórios subterrâneos. Segundo o FT, a 25 de maio, os reservatórios estavam 44% cheios, em comparação com 36% no ano anterior.

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