Costa diz que UE tem “trabalho muito sério” a fazer “nos próximos anos” para receber Ucrânia

A Ucrânia e a Moldávia vão ter estatuto de candidatos à União Europeia (UE). Mas o primeiro-ministro português avisa que há trabalho a fazer na UE "nos próximos anos" até à integração.

O Conselho Europeu chegou a um acordo para conceder à Ucrânia e à Moldávia o estatuto de candidato à União Europeia (UE), uma decisão que mereceu vários avisos e reparos por parte do primeiro-ministro português.

Pouco depois do anúncio, numa conferência de imprensa em Bruxelas, transmitida pela RTP3, António Costa disse que é preciso fazer agora “um trabalho muito sério, seguramente ao longo dos próximos anos”, para que a integração seja um “sucesso”.

Costa defendeu que a decisão tomada pelos líderes europeus constitui “uma enorme responsabilidade” e alertou que a UE não deve “criar falsas expectativas” a estes países, como aconteceu “no passado e no presente”. O primeiro-ministro disse ter sido “muitas vezes incompreendido por ter chamado várias vezes a atenção para que a UE tenha sentido de responsabilidade”.

“Não é só verificar se a Ucrânia, a Moldávia e outros eventuais candidatos venham a preencher os requisitos, mas é preciso também que a UE se prepare para preencher os requisitos para os receber”, disse o Chefe do Governo português, sinalizando a necessidade de adaptar a “arquitetura institucional e orçamental” para que o processo decorra como pretendido.

Caso contrário, o passo agora tomado pelo Conselho Europeu arrisca ser “um fator de enfraquecimento da UE e frustração dos próprios países”, considerou Costa. Dito isto, defendeu que a Ucrânia, vítima da invasão da Rússia iniciada em 24 de fevereiro, é “o último país a que a UE pode frustrar nas suas expectativas”.

“Para que não aconteça à Ucrânia e à Moldávia o que acontece hoje com as Balcãs Ocidentais, insisti antes e no Conselho Europeu para a necessidade de termos uma estrutura institucional e orçamental à altura”, insistiu, acrescentando, sem detalhar, que para “não ser um passo maior que a perna, temos de aumentar a perna”.

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