“Obviamente” fica. PNS alega “erros de comunicação” no despacho dos aeroportos de Lisboa
Apesar de se “penalizar profundamente” pela polémica com o primeiro-ministro, Pedro Nuno Santos diz que “obviamente" continua em funções. E faz questão de lembrar que ajudou Costa a chegar ao poder.
Pedro Nuno Santos lamentou esta tarde “toda a situação à volta do despacho” publicado na quarta-feira sobre a localização dos novos aeroportos de Lisboa, que acabou por ser anulado poucas horas depois pelo primeiro-ministro, já esta quinta-feira, com o argumento de que a solução tem de ser “negociada e consensualizada” com o PSD e, “em circunstância alguma, sem a devida informação prévia” ao Presidente da República.
Numa conferência de imprensa sem direito a perguntas dos jornalistas, o ministro das Infraestruturas assumiu “inteira responsabilidade” por aquilo que diz terem sido “erros de comunicação e de articulação dentro do Governo”. No entanto, apesar de se “penalizar profundamente” por esta confusão, disse que “obviamente” vai continuar em funções.
A tutela anunciou uma nova solução para o reforço da capacidade aeroportuária na região de Lisboa que prevê a construção de um aeroporto na atual Base Aérea n.º 6 do Montijo até 2026 e outro no Campo de Tiro de Alcochete, para entrar em funcionamento em 2035, que substituiria o Humberto Delgado. Mas terá avançado não só sem o aval do primeiro-ministro, apanhado de surpresa na cimeira da NATO, mas também sem negociação prévia com o social-democrata Luís Montenegro.
Na nota enviada esta manhã às redações, o gabinete de Costa notou que “compete ao primeiro-ministro garantir a unidade, credibilidade e colegialidade da ação governativa” e que “o primeiro-ministro procederá, assim que seja possível, à audição do líder do PSD que iniciará funções este fim de semana, para definir o procedimento adequado a uma decisão nacional, política, técnica, ambiental e economicamente sustentada”.
Ora, o ministro das Infraestruturas desculpou-se com “a vontade de querer concretizar e realizar” para o facto de ter falhado esta “procura de consenso” privilegiada pelo primeiro-ministro com o maior partido da oposição. Ainda assim, Pedro Nuno Santos acredita que a “amizade [com Costa] não é perturbada por este momento infeliz” e quer “ultrapassar este momento [e] reconstruir a relação de trabalho” com o chefe do Executivo socialista.
Ainda sobre a relação com Costa a partir deste momento, insistiu que esta “falha relevante (…) não mancha o trabalho já longo, em conjunto com o primeiro-ministro”. E puxou dos galões partidários, lembrando que estiveram juntos para “conseguir a liderança do PS” e depois na construção da “solução política inovadora” da geringonça, que permitiu a Costa governar no primeiro mandato – e na qual Pedro Nuno Santos participou ativamente enquanto secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares.
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