Petrolífera estatal da Venezuela suspendeu o envio de petróleo para a Europa

  • Lusa
  • 14 Agosto 2022

Em causa está um acordo que permitia usar hidrocarbonetos para pagar dívidas da empresa estatal venezuelana, Petróleos da Venezuela.

A Petróleos da Venezuela SA (PDVSA) suspendeu o envio de petróleo para a Europa, no âmbito de um acordo que permitia usar hidrocarbonetos para pagar dívidas da empresa estatal venezuelana.

A suspensão foi avançada pelo portal World Energy Trade (WET), especializado em petróleo, gás, eletricidade, minerais e minas e pela imprensa venezuelana, que dão conta que a PDVSA “pediu à italiana ENI e à espanhola Repsol que lhe forneçam combustível em troca de futuros envios”.

“A petrolífera venezuelana PDVSA já não está interessada nos acordos de troca de petróleo por dívida que o Departamento de Estado dos EUA autorizou em maio e que permitiu retomar os embarques para a Europa, após uma suspensão de dois anos causada pelas sanções norte-americanas”.

Segundo o portal, o petróleo que a Venezuela estava a enviar para refinarias europeias, “tinha ajudado a região a reduzir as suas compras de petróleo russo”, particularmente para a Espanha. “Mas, os termos do acordo não forneceram o dinheiro e o combustível necessários à PDVSA, cujas próprias refinarias enfrentam problemas para produzir gasolina e gasóleo suficientes [para o consumo interno], após anos de desinvestimento e escassa manutenção”, explica.

O WET precisa que Washington autorizou a Venezuela a enviar petróleo para a Europa “desde que as receitas fossem utilizadas para pagar a dívida acumulada da PDVSA a empresas com a ENI e a Repsol”.

Por outro lado, explica que em agosto, “de acordo com o calendário de embarques da PDVSA, não há janelas de carga atribuídas à ENI ou à Repsol para envios com destino à Europa (…) embora as reservas de petróleo bruto diluído no Porto José [330 quilómetros a leste de Caracas] tenham aumentado para quase 5 milhões de barris até 8 de agosto”.

“A PDVSA quer obter combustível em troca de petróleo, enquanto utiliza uma parte do valor dos envios para compensar milhares de milhões de dólares em dívidas a empresas associadas, como a Chevron, a ENI e a Repsol. A reestruturação do acordo poderia ajudar a empresa venezuelana a reavivar as suas operações de petróleo extrapesado na Faixa Petrolífera do Orinoco [no sul da Venezuela], que necessitam de diluentes importados como a nafta pesada, e aliviar o défice de combustível no país”, explica.

Segundo a imprensa venezuelana, desde 2021 que a PDVSA depende de diluentes iranianos para converter o seu petróleo extrapesado para exportação.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Comentários ({{ total }})

Petrolífera estatal da Venezuela suspendeu o envio de petróleo para a Europa

Respostas a {{ screenParentAuthor }} ({{ totalReplies }})

{{ noCommentsLabel }}

Ainda ninguém comentou este artigo.

Promova a discussão dando a sua opinião