Trabalho temporário sobe 11,1% no 2.º trimestre. Mas continua abaixo dos valores de 2019
Apesar do crescimento em relação aos últimos dois anos, os valores estão abaixo das colocações do 2.º trimestre de 2019.
O número de colocações em trabalho temporário aumentou 11,1% no segundo trimestre de 2022 face ao mesmo período do ano anterior, para 103.152. Também se registou uma melhoria de 60,9% no segundo trimestre, face às colocações do mesmo período de 2020, revela o barómetro da APESPE-RH – Associação Portuguesa das Empresas do Sector Privado de Emprego e de Recursos Humanos e do ISCTE – Instituto Universitário de Lisboa. No entanto, os números ainda estão longe dos registados no segundo trimestre de 2019, antes da pandemia.
“Apesar do crescimento em relação aos últimos dois anos, os valores estão ainda 9,6% abaixo das colocações do 2.º trimestre de 2019 (114.150)”, pode ler-se no documento.
O índice do trabalho temporário, que estava a descer desde maio de 2021, volta a demonstrar um crescimento gradual desde o início do ano, fixando-se em 1,09 em abril, 1,10 em maio e 1,14 em junho.
O segundo trimestre “mostra uma evolução muito positiva no setor de trabalho temporário, em relação aos últimos dois anos”, refere o presidente da APESPE-RH, Afonso Carvalho, citado no documento. E acrescenta que a recuperação é sobretudo face a 2020, que foi “um ano extremamente difícil e com baixas colocações devido ao confinamento”, mantendo-se os valores ainda abaixo do pré-pandemia, em 2019.
“A contribuição do trabalho temporário para a contratação de trabalhadores com menor nível de qualificações académicas, nomeadamente o ensino básico, assim como trabalhadores de faixas etárias mais elevadas, continua a ser evidente no barómetro”, afirma Afonso Carvalho.
De acordo com o barómetro, o ensino básico mantém-se o nível de escolaridade predominante nas colocações efetuadas, com mais de 60% do total, tendo aumentado as colocações de trabalhadores com ensino secundário, que ocupam o segundo lugar. Já as pessoas com licenciatura representam cerca de 5% das colocações.
As empresas de “fornecimento de refeições para eventos e outras atividades de serviço de refeições” continuam em primeiro lugar em abril (cerca de 12%), enquanto as empresas de “fabricação de componentes e acessórios para veículos automóveis” voltam a assumir o topo (10% a 15%), nos meses de maio e junho.
Na distribuição do trabalho temporário por principais profissões, o segundo trimestre é liderado pelas “outras profissões elementares”, seguindo-se os “empregados de aprovisionamento, armazém, de serviços de apoio à produção e transportes” e os “trabalhadores qualificados do fabrico de instrumentos de precisão, joalheiros, artesãos e similares”, segundo o barómetro.
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