Preços em Portugal subiram mais de 6% desde início da guerra na Ucrânia
Voos internacionais custam o dobro em comparação com fevereiro, em época baixa. Óleos alimentares foram os produtos que mais aumentaram nos últimos seis meses.
Os preços aumentaram 6,3% em Portugal desde que começou a guerra na Ucrânia. Esta é a variação de custos de bens e serviços dos últimos seis meses, calculada pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) e que retrata as dificuldades que cada vez mais portugueses estão a sentir o seu dia-a-dia.
Os produtos alimentares, com uma variação de 12%, foram o agregado que mais contribuiu para o disparar dos preços, representando cerca de 40% do aumento do índice de preços no consumidor.
O efeito também é visível quando os agregados são divididos por classes: os produtos alimentares e bebidas não alcoólicas, com um aumento de 11,5%, representaram 40,7% da subida da taxa de inflação nos últimos seis meses.
Também contribuíram para a aceleração dos preços os aumentos das tarifas em restaurantes e bares, com 13,4%, contribuindo com 17,7% para a taxa de inflação entre fevereiro e agosto. No entanto, mesmo sem guerra, estes serviços já teriam o efeito da sazonalidade: fevereiro é um dos meses com menos mercado, sobretudo porque o dia de Carnaval foi no mês seguinte.
Óleos alimentares encabeçam subidas
Depois da recolha de mais de 60 mil preços de mais de 250 produtos por parte do INE, verifica-se que o efeito da sazonalidade também ajuda a explicar quais os bens e serviços que mais contribuíram para o aumento de 6,3% dos preços nos últimos seis meses.
O maior peso foi dos serviços de alojamento, com 0,82 pontos percentuais, depois de os preços terem subido 61,8%. Em ainda mais detalhe, os preços subiram 65,5% em hotéis, motéis, pousadas e serviços de alojamento similares. Em fevereiro, além da época baixa, ainda existiam algumas medidas restritivas relativamente às viagens internacionais, por conta da Covid-19.
Mais ainda dispararam os preços das viagens de avião: um voo internacional custou mais do dobro (+101,4%) em agosto do que em fevereiro. O efeito na subida da taxa de inflação só não foi mais sentido devido à baixa ponderação que o INE faz deste item.
Sem efeitos de época, os óleos alimentares foram o bem que mais subiu: custam mais 36,2% em agosto do que em fevereiro. Neste caso, o aumento de preços está ligado à guerra: o óleo de girassol era o produto com origem na Ucrânia que representava a maioria (51,4%) das encomendas a este país em 2021.
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