Ações globais caem pela segunda semana consecutiva pressionadas pelas subidas das taxas de juro
O sentimento nos mercados deteriorou-se ao longo da semana pressionados pela subida das taxas de juros anunciadas por vários bancos centrais que alimentam os receios de recessão.
As ações globais caíram pela segunda semana consecutiva, pressionadas pela subida das taxas de juros anunciadas por vários bancos centrais que alimentam os receios de recessão. O índice FTSE All-World, que agrega as ações globais, fechou a sessão de sexta-feira a cair 2,1%, acumulando uma perda de cerca de 5% desde o início da semana, isto é, o pior registo desde junho, de acordo com Financial Times (acesso pago, em inglês).
A tendência foi semelhante em Wall Street, com o índice de referência S&P 500 a acumular uma perda semanal de 4,6% e o tecnológico Nasdaq a fechar a semana com quedas de 4,16%, em termos acumulados.
Pela Europa, o Stoxx 600, que agrega as 600 maiores cotadas do “Velho Continente”, registou uma perda diária de 2,3% na sexta-feira, entrando em bearmarket e dado que registou mínimos de dezembro de 2020. O alemão DAX, o britânico FTSE 100 e o CAC-40 encolheram mais de 2% e tocaram mínimos de vários meses. O espanhol IBEX-35 cedeu 2,42%. Também em Lisboa, o PSI não escapou à maré vermelha, ao registar, na sexta-feira, a maior queda intradiária desde junho, fechando a cotar no valor mais baixo desde setembro de 2021.
O sentimento nos mercados deteriorou-se ao longo da semana e dá-se numa altura em que o dólar continua a ganhar força, depois de uma semana marcada por mais subidas das taxas de juro, por forma a conter a escalada da inflação. O “tiro” de partida foi dado pela Reserva Federal dos Estados Unidos (Fed), que anunciou na quarta-feira o aumento das taxas de juro em 75 pontos-base, pela terceira reunião consecutiva.
Um dia depois seguiu-se o Banco de Inglaterra, que aumentou as taxas de juro em 50 pontos base pela vez consecutiva e pelo Banco Central Suíço, que anunciou a maior subida de sempre da sua taxa de juro diretora. A taxa de juro diretora do banco suíço aumentou de -0,25% para 0,5%, pondo fim a vários anos de taxas de juro negativas no país. Também os bancos centrais da Indonésia, Filipinas, Taiwan, África do Sul e Noruega tomaram decisões semelhantes esta semana.
Além disso, a previsão de subidas mais agressivas para este ano e para 2023 sinalizada pela Fed congelou as expectativas económicas, dado que se receia que quanto mais apertada for a política monetária, maior a probabilidade de recessão.
As preocupações relativas à “saúde” económica mundial contaminaram também as cotações de petróleo nos mercados internacionais. O barril de Brent, de referência para as importações nacionais, encerrou na sexta-feira a ceder 4,76% para 86,15 dólares, tocando mínimos de 14 de janeiro. Já o WTI, negociado em Nova Iorque, fechou a cair 5,69% para 78,74 dólares, um mínimo desde 10 de janeiro deste ano.
Por outro lado, a força do dólar agravou os receios relativos à desaceleração económica em algumas economias. Já o euro continua a perder terreno face à divisa dominante e tocou na sexta-feira o valor mais baixo desde 2002, abaixo de 0,98 dólares, enquanto a libra transacionou em mínimos de 37 anos, o que decorre também das perspetivas negativas para a economia europeia e dos receios dos resultados eleitorais em Itália para a unidade da União Europeia.
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