Donald Trump pode ser “banido” do imobiliário de Nova Iorque durante cinco anos
Após uma investigação de três anos, procuradora-geral de Nova Iorque afirma que Trump e os filhos subavaliaram mais de 200 imóveis para conseguirem melhores empréstimos.
Donald Trump poderá ficar impedido de trabalhar no setor imobiliário de Nova Iorque durante cinco anos. Em causa está uma investigação ao ex-Presidente norte-americano, que levou a procuradora-geral daquela cidade a avançar com uma ação de fraude civil contra Trump e os três filhos mais velhos, pedindo que estes sejam banidos daquele setor.
O processo deu entrada num tribunal de Nova Iorque durante esta semana e implica Donald Trump, Donald Trump Junior, Ivanka Trump e Eric Trump como réus, juntamente com Allen Weisselberg , Jeffrey McConney, The Donald J. Trump Revocable Trust, The Trump Organization e outras empresas associadas a Trump, como avança o site Bisnow (acesso pago, conteúdo em inglês).
A procuradora-geral de Nova Iorque, Letitia James, referiu, em conferência de imprensa, que foram descobertos 200 exemplos de imóveis fraudulentamente subavaliados para conseguir melhores empréstimos dos bancos e evitar o pagamento de impostos. A queixa contra o ex-Presidente tem 280 páginas e o processo envolve cerca de 65 testemunhas. As supostas fraudes ocorreram, pelo menos, entre 2011 e 2021.
Letitia James pede, assim, que o tribunal proíba Trump e os três filhos de atuarem como diretor em qualquer empresa em Nova Iorque, bem como que estes sejam impedidos de entrar em qualquer aquisição de imóveis comerciais naquela cidade ou de pedirem empréstimos de qualquer instituição financeira. Tudo isto por um prazo de cinco anos.
“O crime financeiro de colarinho branco não é um crime sem vítimas. Quando os bem relacionados infringem a lei para receber mais dinheiro do que têm direito, isso reduz os recursos aos trabalhadores, às pessoas comuns, às pequenas empresas e a todos os contribuintes”, disse a procuradora.
“As pessoas comuns não podem mentir ao banco sobre quanto dinheiro têm para conseguirem um empréstimo favorável para comprar uma casa”, acrescentou Letitia James, citada pelo Bisnow.
A investigação descobriu, por exemplo, que o arranha-céus do distrito financeiro de Trump, 40 Wall St., foi avaliado em 200 milhões de dólares em agosto de 2010 e em 220 milhões de dólares em 2012. Mas na declaração financeira de Trump de 2011, este atribuiu ao imóvel um valor de 524 milhões de dólares, subindo para os 530 milhões de euros em 2012.
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