China impede energéticas de vender gás natural à Europa
A Comissão Nacional para o Desenvolvimento e Reforma da China ordenou que as principais energéticas do país usassem as suas reservas de GNL apenas para consumo doméstico.
No sentido que garantir abastecimento suficiente para autoconsumo no inverno, Pequim ordenou que nenhuma energética chinesa importadora da gás natural liquefeito (GNL) o revendesse a clientes estrangeiros.
De acordo com a notícia avançada esta segunda-feira pela Bloomberg, os clientes asiáticos e europeus ficam assim impedidos de comprar GNL chinês, numa altura em que se aproximam as temperaturas mais frias.
Segundo a agência, a Comissão Nacional para o Desenvolvimento e Reforma da China dirigiu-se à PetroChina, à Sinopec e à Cnooc com instruções para utilizarem os carregamento de GNL exclusivamente para abastecimento doméstico. Nem a entidade nem as empresas referidas prestaram esclarecimentos adicionais quando foram questionadas pela Bloomberg e a Reuters.
Esta decisão de Xi Jinping coloca uma nova pressão sobre a União Europeia, numa altura em que Moscovo já não envia gás para o bloco. Segundo a Comissão Europeia, os 27 Estados-membros já ultrapassaram a margem de segurança de 90% relativamente às reservas de gás necessárias para este inverno.
Em agosto, a Bloomberg dava conta que a China, o Japão e a Coreia de Sul eram os três maiores maiores importadores de gás natural liquefeito do mundo, sendo que Pequim tem contratos de valores avultados com um dos maiores exportadores de GNL do mundo, os Estados Unidos, vendendo parte para a Europa.
Além de querer impedir a revenda de gás natural, a China comprometeu-se em aumentar de forma significativa a capacidade de fornecimento doméstico de energia e sua capacidade de reserva das principais commodities. De acordo com a Reuters, Pequim irá diversificar a sua oferta energética recorrendo ao carvão, enquanto acelera o desenvolvimento de recursos domésticos de petróleo e gás, disse Ren Jingdong, vice-chefe da Administração Nacional de Energia.
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