Crédito à habitação abranda pelo segundo mês, mas passa fasquia dos 100 mil milhões

Crédito para comprar casa cresceu 4,4% em setembro. Há sete anos que o montante de empréstimos para habitação não superava a fasquia de 100 mil milhões de euros.

O crédito à habitação voltou a abrandar em setembro, pelo segundo mês consecutivo, mas mesmo assim ultrapassou os 100 mil milhões de euros, revelam os dados divulgados pelo Banco de Portugal (BdP) esta quarta-feira. Esta fasquia do total de empréstimos para a compra de casa não era superada desde junho de 2015.

O montante total de empréstimos para habitação subiu 0,2 mil milhões de euros face ao final de agosto, para 100 mil milhões de euros. A subida em relação a setembro de 2021 foi de 4,4%, o que se traduz numa desaceleração pelo segundo mês consecutivo.

Segundo um relatório do BdP publicado na terça-feira, o crédito à habitação está a ficar mais caro, tendência notada já no terceiro trimestre do ano, com o aumento das taxas de juro. Além disso, os critérios de concessão de crédito também estão a apertar, sendo mais restritivos para a compra de casa.

Fonte: Banco de Portugal

Enquanto isso, em setembro, “os empréstimos ao consumo totalizavam 20,7 mil milhões de euros, mais 0,2 mil milhões de euros do que em agosto, o que reflete um crescimento de 6,3% relativamente a setembro de 2021 (5,9% no mês anterior)”, segundo o BdP.

Já os empréstimos concedidos às empresas totalizaram os 76,6 mil milhões de euros em setembro, mais 1,4% em relação a setembro de 2021. É também um abrandamento, sendo que no mês anterior, o crescimento foi de 1,5%.

O BdP disponibiliza ainda dados sobre os depósitos, que mostram que “os depósitos de particulares nos bancos residentes totalizavam 181,3 mil milhões de euros e os das empresas 64,3 mil milhões de euros”. Aqueles de particulares cresceram 6,9% em relação a setembro de 2021, enquanto os das empresas subiram 9,3% face ao período homólogo.

Quanto ao rácio de empréstimos sobre depósitos de particulares, este situou-se nos 71% em setembro, ou seja, por cada 100 euros de depósitos de particulares, os bancos tinham concedido 71 euros de empréstimos a particulares. Este indicador está abaixo dos 100% desde maio de 2013.

(Notícia atualizada às 11h45)

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