Juro dos novos créditos à habitação em máximo de quase sete anos
Taxa de juro média subiu para 2,23%, o valor mais elevado desde outubro de 2015. Empresas também pagam juros mais caros.
Os bancos concederam mais crédito às famílias em setembro, com juros mais altos. Os empréstimos aos particulares totalizaram 2.006 milhões, mais 136 milhões que em agosto, indicam os dados publicados esta quinta-feira pelo Banco de Portugal. A maior fatia, 1.338 milhões, foi para a compra de casa, com os contratos a serem realizados com juros cada vez mais altos.
A taxa média dos novos créditos à habitação subiu para 2,23% em setembro (2,01% em agosto), o valor mais alto desde outubro de 2015, que o Banco de Portugal diz estar “em linha com a subida das taxas médias da Euribor em agosto”.
O aumento do custo dos empréstimos não impediu que o montante concedido tivesse crescido 9,9% (121 milhões) face ao mês anterior, para 1.338 milhões. Já face ao mesmo mês de 2021 há uma queda de 8,6%.
O Banco de Portugal informa que, em setembro, “87% do montante dos novos empréstimos à habitação utilizou como indexantes a Euribor a seis ou a 12 meses. No caso do stock de empréstimos à habitação que está vivo no final de setembro, o indexante mais comum é a Euribor a 12 meses”.
Foram ainda concedidos 467 milhões em crédito ao consumo em setembro, abaixo dos 482 milhões do mês anterior, e 201 milhões para outros fins, soma superior aos 171 milhões de agosto.
Juros mais caros também para as empresas
A taxa de juro média dos empréstimos às empresas voltou a aumentar em setembro, fixando-se em 3,04% (2,73% em agosto). Desde fevereiro de 2017 que não era ultrapassada a fasquia dos 3%. O aumento verificou-se tanto nos empréstimos até um milhão de euros (de 2,96% para 3,30%) como nos empréstimos acima dessa fasquia (de 2,32% para 2,74%).
Apesar do encargo mais elevado, os novos financiamentos aumentaram em setembro, invertendo a tendência verificada nos dois meses anteriores. Os bancos concederam 1.815 milhões de euros em empréstimos, mais 41,7% do que em agosto. O montante cresceu também 27,5% face ao mesmo mês do ano passado.
“Uma análise por escalão de montante mostra que foram emprestados 966 milhões de euros nos empréstimos até um milhão de euros (822 milhões em agosto) e 849 milhões de euros nos empréstimos acima de um milhão de euros (460 milhões em agosto)”, observa o Banco de Portugal.
O Banco de Portugal divulgou também dados atualizados sobre a evolução dos montantes e juros dos depósitos. No caso dos particulares, entraram mais 3901 milhões de euros, dos quais 3445 foram aplicados em depósitos a prazo até um ano. A taxa média de remuneração foi de 0,05%, abaixo dos 0,07% de agosto.
Os novos depósitos das empresas totalizaram 1.112 milhões, dos quais 1.066 foram aplicados em depósitos a prazo até um ano. A taxa de juro média foi de 0,25%, subindo face aos 0,09% do mês anterior.
(notícia atualizada às 12h40)
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