“Não precisamos de quatro pistas, mas temos de ter capacidade de expansão”, diz Pedro Nuno Santos
Pedro Nuno Santos defende que solução para o futuro aeroporto tem de permitir o desenvolvimento do "hub" de Lisboa, "uma riqueza nacional que funciona sabe-se lá como".
O ministro das Infraestruturas defendeu esta terça-feira que o futuro aeroporto da região de Lisboa tem de ter capacidade de expansão, mas alertou para a necessidade de se fazerem projeções “humildes” sobre a procura. Manter o caráter de hub é condição essencial.
Pedro Nuno Santos defendeu que o novo aeroporto deve permitir aumentar a oferta da infraestrutura. “Quando olhamos para o futuro, o pior que podemos fazer às gerações futuras é o que as do passado fizeram com as presentes. Não precisamos de quatro pistas, mas temos de ter capacidade de expansão. Não podemos fechar portas que nos levem a voltar a reunir daqui a 15 anos nesta sala”, apontou.
O ministro das Infraestruturas pediu também “alguma humildade nas projeções de procura que vão aparecendo”. “Ouvi previsões de procura para justificar localizações. Há coisas que sabemos já e uma é que as projeções saem furadas”, acrescentou, dando a venda da concessionária do aeroporto à Vinci como exemplo. “Quando a ANA foi vendida foram desenhadas várias curvas de procura e a mais otimista foi largamente ultrapassada”, lembrou. “Temos de ser humildes nas projeções, porque no passado falhámos”.
Pedro Nuno Santos afirmou ainda que a análise da futura solução tem de ter em conta o modelo “hub-and-spoke“, em que existe um aeroporto principal que faz a ligação a um grande número de destinos. “Olhemos para este trabalho tendo na nossa cabeça que o aeroporto de Lisboa não é apenas um ponto de chegada e partida mas uma plataforma que distribui passageiros pelo mundo”.
O governante salientou que sendo Portugal um país periférico na Europa, o hub aeroportuário dá uma centralidade atlântica que é “fundamental para o país”. “Centralidade dá negócio e dá dinheiro. O hub e a TAP permite-nos ter exportações líquidas de mil milhões”, além do turismo, referiu.
“O hub é uma riqueza nacional que funciona sabe-se lá como, com apenas uma pista completamente saturada”, lamentou. “Como é que demorámos tanto tempo a desenvolver uma pérola nacional que é ter um hub que é um dos centros que liga Portugal ao mundo”, questionou.
No final do próximo ano, a Comissão Técnica Independente terá entregue o relatório da Avaliação Ambiental Estratégica. Após isso, haverá a decisão política, garantiu Pedro Nuno Santos, com “a certeza de que não vamos estar todos de acordo”
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