Conversas com Energia. Hortas próximas e verticais: produzir mais com menos pegada
Fundadores da Upfarming consideram que através da agricultura sustentável, é possível produzir "dez vezes mais" alimentos e recomendam que sistema seja implementado nas escolas.
Um terço das emissões de gases de estufa vem da forma como os alimentos são produzidos e transportados, fazendo deste setor um dos principais responsáveis pelo agravamento da crise climática. Uma das soluções passa pela agricultura sustentável e de proximidade e os fundadores da Upfarming desafiaram os alunos da Escola Básica Pedro D’Orey da Cunha, do Agrupamento de Escolas da Damaia, a implementar essa prática no recinto.
“De que forma é que podemos comer melhor na vossa escola e aproveitar o espaço livre [do recinto]?” começou por questionar Tiago Sá Gomes aos alunos do 5º e do 6º ano, durante a sua intervenção no Conversas com Energia, uma iniciativa organizada pela Fundação EDP e da qual o ECO/Capital Verde é media partner.
Entre as soluções sugeridas, os alunos propuseram a criação de uma horta vertical para a plantação de alimentos que, após a colheita, poderiam ser usados para a confeção de alimentos na cantina da escola. Esta técnica, explicou Margarida Villas-Boas, permite produzir “dez vezes mais” do que horizontalmente, além de permitir, poupar também, mais água.
“Com uma horta vertical só usamos a água que precisamos, porque todas as plantas estão a receber apenas a água que precisam para viver”, explicou Tiago Sá Gomes.
Além da horta, os alunos sugeriram também a plantação de árvores de fruta ou a criação de uma quinta ecológica. “Desta forma”, concordou Tiago Sá Gomes, “passaríamos a produzir na escola o que comeríamos no refeitório“, disse, explicando que a solução permitiria reduzir a pegada carbónica resultante do transporte de alimentos.
Mas a produção de alimentos é apenas parte da solução. Outra, prende-se com a redução do desperdício alimentar que poderia ser colmatada através da compostagem, “o ouro da agricultura”, considerou o responsável.
Com estas ideias todas, referiu Tiago Sá Gomes, “estamos a criar uma escola mais circular, porque não estamos só a comer o que produzimos e compostar, mas estamos, também, a usar materiais recicláveis para criar uma horta”.
O Conversas com Energia faz parte da segunda edição da iniciativa lançada pela Fundação EDP, projeto que já contou com a participação de o ministro do Ambiente e da Ação Climática, Duarte Cordeiro, o presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas, e a artista plástica, Joana Vasconcelos. Esta segunda edição decorre na Central Tejo, no âmbito da exposição Retroactivar, uma coprodução do Maat e da Trienal de Arquitetura de Lisboa 2022, patrocinada também pela ERP Portugal e pela Novo Verde.
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