Inflação sem energia acelerou para máximos de 1993. Alimentos estão mais caros
Inflação recua de dígitos duplos. Foi de 9,9% em novembro, taxa inferior em 0,2 pontos percentuais à do mês anterior. Índice de preços dos produtos alimentares transformados acelera.
A inflação abrandou em novembro para 9,9%, colocando fim à tendência verificada nos últimos meses e recuando de valores que tinham atingido os dois dígitos, de acordo com a estimativa rápida do Instituto Nacional de Estatística (INE) divulgada esta quarta-feira. No entanto, a inflação subjacente (sem energia e alimentos não transformados) acelerou para máximos de 29 anos, nomeadamente com o aumento de preços nos produtos alimentares transformados.
“Tendo por base a informação já apurada, a taxa de variação homóloga do Índice de Preços no Consumidor (IPC) terá diminuído para 9,9% em novembro, taxa inferior em 0,2 pontos percentuais (p.p.) à observada no mês anterior“, indica o INE.
Olhando para o indicador de inflação subjacente, que exclui produtos alimentares não transformados e energéticos, tendencialmente mais voláteis, registou uma variação de 7,2% (7,1% no mês precedente), taxa mais elevada desde dezembro de 1993.
Já o índice relativo aos produtos energéticos abrandou, diminuindo para 24,8% (taxa 2,8 p.p. inferior ao mês anterior). A mesma tendência verificou-se nos produtos alimentares não transformados, cujo índice “terá apresentado uma variação de 18,4% (18,9% em outubro), contrastando com a aceleração estimada nos produtos alimentares transformados, que terão registado uma variação de 16,8% (14,1% no mês precedente)”.
O INE estima ainda que a variação média nos últimos 12 meses foi de 7,3% (6,7% no mês anterior). Já o total sem habitação foi 7,46%, superior aos 6,83% registados em outubro.
É de recordar que o valor do IPC sem habitação deste mês será utilizado para o cálculo da atualização de pensões. O ministro das Finanças já tinha sinalizado que se a inflação for mais elevada que o esperado pelo Governo, o valor seria corrigido no próximo ano. Uma parte do valor já foi paga este ano, em outubro, no “bónus” equivalente a meia pensão.
Quanto ao Índice Harmonizado de Preços no Consumidor (IHPC) português, indicador utilizado nas comparações europeias, “terá registado uma variação homóloga de 10,3% (10,6% no mês precedente)”.
Esta é uma estimativa rápida do INE, sendo que os dados definitivos referentes ao IPC do mês de novembro de 2022 serão publicados no próximo dia 14 de dezembro.
(Notícia atualizada às 9h58)
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