TAP enviou carta ontem aos tripulantes para tentar evitar greve
A administração da companhia aérea diz que continua disponível para negociar com o sindicato, mas não abdica do acordo de emergência nem da valorização da produtividade.
A TAP diz que tem procurado manter “negociações construtivas” com o Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SPVAC), que representa os tripulantes de cabina, tendo enviado ontem uma carta com novas propostas para tentar evitar a greve. Companhia reafirma que acordo tem de passar pela “valorização da produtividade”.
“A companhia tem tentado sempre manter as negociações construtivas com o SNPVAC e lamenta profundamente esta decisão [de ir para a greve], depois dos esforços para chegar a um acordo. A mais recente tentativa foi levada a cabo esta segunda-feira, com uma carta enviada ao sindicato, referindo as propostas de acordo em matéria de e-learning, debriefing, garantia mínima sem cortes e ajudas de custo”, escreve a companhia numa mensagem da comissão executiva aos trabalhadores, a que o ECO teve acesso.
Os associados do SNPVAC confirmaram hoje, em assembleia geral, a realização da greve na quinta e sexta-feira, conforme esperado. Foi também deliberada “a marcação de um mínimo de cinco dias de greve a realizar até 31 de janeiro em datas definidas pela direção e comunicadas aos associados 24 horas antes da entrada do pré-aviso de greve”.
A TAP diz que “continua disponível para encontrar uma via de convergência com o SNPVAC, que passe pela reanálise do que já foi proposto e por novos acordos em matéria de produtividade da empresa e a não reabertura dos Acordos de Emergência”, assinados em 2021 no âmbito do plano de reestruturação. Segundo a administração o referido acordo, que impõe um corte salarial de 25% aos tripulantes, “deve ser cumprido, já que a companhia continua sob um plano de reestruturação difícil, com um investimento avultado de todos os Portugueses.
A companhia aérea insiste que qualquer acordo tem de passar pela valorização da produtividade, o que não acontecia na proposta apresentada pelo sindicato dos tripulantes na última reunião com a administração, a 25 de novembro.
Na moção aprovada pelos cerca de 600 associados, entre presenças e procurações, a direção do sindicato considera que “a TAP preferiu ‘pagar para ver’ os efeitos da greve ao invés de repor aos tripulantes aquilo que unilateralmente lhes retirou” e “optou por rejeitar a prossecução da paz social, preferindo denegrir reiteradamente os tripulantes de cabine através de comunicações internas e externas”.
O sindicato acusa ainda a gestão da transportadora de “tentar virar tripulantes contra tripulantes, bem como os restantes trabalhadores contra os tripulantes”, e de “tentar camuflar os seus erros de gestão tentando culpar os tripulantes pelo estado da companhia”.
Segundo um acórdão do Tribunal Arbitral, publicado no site do Conselho Económico e Social, terão de ser assegurados serviços mínimos para vários destinos, com diferentes frequências: Ponta Delgada, Terceira, Madeira, Angola, São Paulo, França, Bélgica, Luxemburgo, Reino Unido, Alemanha, Suíça, Guiné-Bissau, Moçambique e Cabo Verde. Terão ainda de ser assegurados voos militares, impostos por situações de segurança e emergência e do Estado.
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