Choque das taxas de juro deverá atingir famílias e empresas no primeiro semestre de 2023
No caso de Portugal, o período médio de passagem da taxa de juro de referência para as taxas bancárias deve ocorrer no segundo trimestre de 2023, segundo o estudo da Allianz Trade.
O choque das taxas de juro deverá atingir famílias e empresas no primeiro semestre de 2023, com a taxa de juro de referência na Zona Euro a chegar ao pico até março, prevê a Allianz Trade, acionista da COSEC. “Para as famílias, incluindo as portuguesas, o choque das taxas de juro deverá estar a aproximar-se, podendo mesmo materializar-se no próximo ano”, avançam os especialistas da empresa de seguro de créditos no estudo “Europe: How big will the interest rate shock be in 2023?”, divulgado esta quarta-feira.
Estimando que “o pico da taxa de juro de referência na Zona Euro seja alcançado no primeiro trimestre de 2023”, a Allianz Trade prevê que “o período médio de passagem da taxa de juro de referência para as taxas bancárias, no caso de Portugal, deva ocorrer no segundo trimestre de 2023, à semelhança das projeções para Espanha e Itália”.
Já no caso da economia alemã e francesa, “as previsões apontam que esta transmissão só deverá acontecer no terceiro trimestre do próximo ano”.
Segundo os especialistas da Allianz Trade, após já terem apertado os critérios de concessão de crédito a famílias e empresas no terceiro trimestre deste ano, os bancos no bloco da moeda única deverão intensificar ainda mais esta política no quarto trimestre, “o que terá efeitos sobre as famílias e empresas nos próximos meses”.
E embora o aumento das taxas de juro deva levar as famílias a perder poder de compra, os economistas da acionista da COSEC admitem que “as poupanças obtidas durante a pandemia podem ajudar a compensar parte dos efeitos que a escalada dos juros vão ter no orçamento das famílias da área do euro”.
“Num contexto de subida das taxas de juro e de agravamento das perspetivas económicas, a dinâmica favorável de crédito na Zona Euro não deverá durar muito mais tempo. Como mostram os dados do BCE [Banco Central Europeu], depois de um ano de estabilização dos padrões de empréstimo, os bancos tornaram-se significativamente mais avessos ao risco. É possível que os padrões de crédito se tornem mais restritivos à medida que os bancos diminuem a sua tolerância ao risco”, afirma a head of Economic Research da Allianz Trade, Ana Boata, citada num comunicado.
Relativamente às empresas, a Allianz Trade estima que enfrentem uma subida das taxas de juro também no primeiro semestre do próximo ano.
Prevendo que a dívida das empresas não financeiras irá “escalar para novos recordes em termos absolutos” e que estas enfrentarão “um aperto global das condições financeiras”, a acionista da COSEC refere que “estes dois efeitos deverão intensificar as despesas com juros e aumentar os custos das empresas”.
“A continuação da subida das taxas de juro de referência vai aumentar os juros que as empresas pagam para se financiar, levando a uma diminuição das margens de lucro. Entre as principais economias do euro, a Itália, Espanha e França são os países em maior risco de enfrentarem este cenário”, detalha.
Reclamando a liderança em Portugal no ramo do seguro de créditos, a COSEC é uma empresa de capitais privados, repartidos equitativamente pelo banco BPI e pelo grupo global de seguro de créditos Allianz Trade (marca registada utilizada para designar a gama de serviços prestados pela Euler Hermes).
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