Mau tempo: CAP reporta “estragos avultados” e pede apoios
O presidente da CAP disse que, "de uma forma geral, o país todo sofreu pontualmente algumas situações", indicando "situações graves no distrito de Portalegre".
O presidente da Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP), Eduardo Oliveira e Sousa, disse esta quarta-feira que há “estragos muito avultados” no setor em todo o país devido ao mau tempo, sublinhando que serão precisos apoios financeiros aos agricultores.
“Muito provavelmente [serão precisos apoios], porque são estragos muito avultados“, afirmou aos jornalistas o dirigente da CAP, Eduardo Oliveira e Sousa, à entrada para uma reunião da Concertação Social, acrescentando que houve uma passagem “muito violenta” de falta de chuva para uma situação de excesso que teve grande impacto na agricultura.
Segundo Eduardo Oliveira e Sousa, além dos estragos em infraestruturas públicas, como estradas nacionais e municipais, “nos campos de cultura os estragos são muitíssimos, com grandes arrastamentos de terras” e “algumas encostas que cobriram terrenos agrícolas”.
O presidente da CAP disse não ter conhecimento de perda de animais, sendo por isso “cedo para um balanço final”, mas defendeu que perante uma “calamidade” é “provável que seja necessário pensar nalgum tipo de ajuda principalmente para a reposição do capital produtivo, que foi muito afetado”.
“Os apoios resumem-se sempre, de uma forma simples, a apoios financeiros para a restituição do capital produtivo”, afirmou, exemplificando com ajudas a investimentos, compra de novos materiais, reparação de estragos devidamente identificados que não sejam alvos de recuperações simples. “Não foi apenas uma trovoada ou uma carga de água, foi mesmo uma situação de grande inundação e de grande queda pluviométrica fora do normal”, realçou.
Questionado sobre quais as regiões mais afetadas, o presidente da CAP disse que, “de uma forma geral, o país todo sofreu pontualmente algumas situações”, indicando “situações graves no distrito de Portalegre” e também na região do Ribatejo, acrescentando que não há ainda um levantamento. Segundo reportou, há terrenos cultivados há relativamente pouco tempo em que foram perdidas as culturas que já estavam instaladas, nomeadamente de cereais ou culturas para alimentação animal.
Também há “terrenos que tinham acabado de ser colhidos e que de repente ficaram absolutamente rasgados e por isso é provável que no ano que vem não possam ser cultivados antes de serem devidamente repostos e reparados e esses é que são os tais encargos suplementares que não estão contemplados nas contas habituais”, acrescentou.
O presidente da CAP referiu ainda estragos em infraestruturas de rega, algumas delas públicas, canais de abastecimento de águas de perímetros de rega, “seja de aproveitamentos hidroagrícolas, barragens, pontes, há de tudo um pouco”.
Quanto ao financiamento, Eduardo Oliveira e Sousa referiu que “pode haver alguns mecanismos da União Europeia para acorrer a este tipo de situações” e defendeu que os ministérios da Agricultura e o da Coesão devem ir para o terreno “identificar quais são as questões que se podem enquadrar neste tipo de ajudas”. Também devem ser avaliadas, segundo a CAP, “ajudas a nível nacional, principalmente naquelas situações mais concretas e de menor dimensão, em termos de uma determinada região” com impacto local, dirigidas aos agricultores.
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