Nova greve dos tripulantes da TAP fora dos dias de Natal
O Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil decidiu que não irá marcar dias de greve até dia 27 de dezembro, inclusive.
A nova greve que os tripulantes de cabina têm na calha não irá apanhar os dias de Natal, informou esta quarta-feira o Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SPNVAC).
“O SNPVAC informa que decidiu não marcar greve no período de Natal por considerar que a mesma afetaria diretamente a diáspora portuguesa que aproveita esta quadra natalícia para visitar as suas famílias e os seu entes mais queridos, bem como os portugueses que se deslocam nestes dias para visitar os seus familiares no estrangeiro”, afirma o sindicato em comunicado.
“Todos os passageiros, sem exceção, merecem todo o nosso respeito e todo o nosso profissionalismo. No entanto, não podemos deixar de estar solidários com centenas milhares de compatriotas nossos que, pelas mais diversas circunstâncias, se viram obrigados a emigrar para melhorar as suas condições de vida. Aproveitamos para informar que até ao próximo dia 27 de dezembro, inclusive, não vai haver qualquer dia de greve“, acrescenta.
No passado dia 6 de dezembro, o SNPVAC confirmou em assembleia geral a greve dos dias 8 e 9 e aprovou um mínimo de cinco outros dias a marcar até ao final de janeiro. O comunicado não indica quando poderá ser a paralisação, apenas que as datas serão “comunicadas aos associados 24 horas antes da entrada do pré-aviso de greve”.
No dia seguinte ao primeiro período de greve, o presidente do sindicato, Ricardo Penarroias, ainda admitia a hipótese de a nova paralisação incluir o Natal ou o Ano Novo. Na altura, criticou também a TAP de se recusar a negociar com os tripulantes de cabina.
“Estamos disponíveis para todas as discussões possíveis com o SNPVAC [Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil], nós respeitamos a liberdade para fazer greve, […] mas também queremos sentar-nos à mesa das negociações, para evitar o mais possível novas ações, porque isso seria muito prejudicial para a companhia, para o país e também pensando em todos os contribuintes portugueses que têm investido na companhia”, afirmou, por sua vez, a CEO da TAP.
Os tripulantes acusam a administração da transportadora aérea de violar o Acordo Temporário de Emergência (ATE) assinado em 2021 e que dita um corte de 25% nos salários, considerando que o “seu sistemático incumprimento esmaga financeiramente os rendimentos dos tripulantes”. O sindicato contesta ainda o novo Acordo de Empresa proposto pela companhia aérea.
O ministro das Infraestruturas referiu esta quarta-feira, no Parlamento, ser “compreensível” que os trabalhadores “tentem melhor” face a “cortes muito severos na sua remuneração”. “E nós [Governo] devemos aproximar as posições da administração e dos sindicatos”. Contudo, sublinhou que é preciso ser “cauteloso” nos acordos que são feitos com os sindicatos, uma vez que “a TAP não pode ficar numa situação de desequilíbrio do ponto de vista económico porque ainda não dá lucro”.
Segundo a companhia aérea, a greve de 8 e 9 de dezembro obrigou ao cancelamento de 360 voos, com um impacto negativo nas receitas de 8 milhões de euros.
(notícia atualizada às 13h20)
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